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A fotografia no audiovisual: a estética do filme.

Por:   •  24/11/2015  •  Artigo  •  2.105 Palavras (9 Páginas)  •  827 Visualizações

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A fotografia no audiovisual: a estética do filme.

Camila Valéria Medroa[1]

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Dra. Miriam de Souza Rossini

RESUMO

Este artigo tem como objetivo uma análise sobre a função de assistente de fotografia na produção de um curta-metragem. Também procura descrever um pouco da linguagem cinematográfica e suas práticas num audiovisual.  Por último, haverá as expectativas e ideias que possuo sobre o curta que eu e meu grupo estamos produzindo para a disciplina de Mídias Audiovisuais, o projeto “Detetive Laíne”.

PALAVRAS-CHAVE

Fotografia, Cinema, Curta-metragem, Percepção, Estética, Técnicas, Vídeo.

INTRODUÇÃO

O objetivo de um curta-metragem, como de um filme ou documentário é, de contar uma história ao espectador, portanto, sua produção envolve uma série de fatores que levam essa história a ser completada. Desde seu início, até o final, na produção, na filmagem, e na edição, inúmeras modificações são realizadas. Um projeto assim requer bastante trabalho e dedicação extrema da equipe.

Este artigo explicará sobre a função do assistente de fotografia no curta-metragem, a linguagem utilizada na mesma, suas práticas e utilidades e sua ligação com as outras funções da equipe.

A JORNADA DA EQUIPE

        Em qualquer tipo de projeto de produção de uma mídia, é preciso ter uma equipe, em que cada membro tenha sua devida função designada. As funções dividem-se em direção, produção, fotografia, arte, som e finalização. Com um roteiro pronto já podemos começar a planejar o futuro da produção. Precisa-se também de um equipamento, próprio para este fim: uma câmera mais as lentes para a captação da imagem, um microfone ou gravador para capturar o som, equipamento de edição e um suporte para a reprodução do filme.

        Na área da fotografia, trabalha-se a respeito da imagem captada. O fotógrafo é responsável por todo o design da luz do filme, ou seja, ele escolhe as características estéticas da iluminação para cada plano. Também elege os efeitos de filtragem da luz, que permitem uma coloração especifica ou seu balanceamento. O fotógrafo também é incluído na pós-produção do filme: ele faz a “marcação da luz”, um processo que permite a marcação dos planos - na primeira cópia do filme completo – com uma determinada filtragem. Isso permite que a cópia não saia desigual. O filme somente é liberado depois da aprovação do diretor de fotografia.

        Geralmente, nos Estados Unidos, existe a função de operador de câmera. No Brasil, não é muito comum; muitos fotógrafos também operam a câmera. Assim, aparece a função do assistente de fotografia. Ele é responsável pela manutenção e cuidados do equipamento. O assistente é o braço direito do diretor de fotografia. Ele verifica tudo para que esteja completo e em ordem como também auxilia na estética do filme. LUMET (1995) avisa que a câmera é um dos astros do filme. Mecanicamente ela é simples de ser manuseada, porém, quem responde pela técnica é quem a usa.

        A equipe de fotografia sempre deve estar alerta para possíveis erros e interessada. E, como estamos trabalhando num curta-metragem, o diretor e assistente estarão trabalhando em conjunto e, operando a câmera.

O REFINAMENTO FOTOGRÁFICO

        Fazer um filme gira em torno de contar uma história, e, com a linguagem do cinema, é possível transformar essa realidade. Para LUMET (1995), o modo como se conta a história deve estar relacionada com a forma que a história é por sua essência e isso é denominado por “estilo”. Por isso, a fotografia é muito importante nesse quesito. Se o filme é um terror, a luz deve ser escassa, já que a intenção é assustar o espectador. Já num romance, as cores devem ser vibrantes, cheias de vida pois é sobre isso que a história aborda: não uma tragédia como uma guerra, por exemplo, e sim, algo bonito e delicado que é o amor. A fotografia interfere nisso e, por isso, para Lumet, é uma das mais importantes características do projeto. Essa estética vai determinar a atmosfera racional ou emocional que a mídia terá porque interfere na produção de emoção que influenciado por aquela. Alex Moletta disse

A estética é a apropriação de um objeto pelo ato de criação artística: ela o assimila, transforma-o e o apresenta com um novo olhar em um novo contexto. (MOLETTA, 2009, p.70)

Enquanto o diretor escolhe o melhor plano para cada sentença do roteiro, o diretor de fotografia elege o melhor enquadramento para a cena, o tipo de luz, se deve haver sombra ou não e quais são as cores que serão enfatizadas. A prática do diretor de fotografia não está subordinada ao diretor, e sim, complementada.

A LINGUAGEM  

A humanidade criou uma linguagem para conseguirmos nos comunicar. O mesmo aconteceu na indústria do cinema. Criaram-se convenções para poder compreender melhor as características deste meio e poder se comunicar entre todos.

Algumas noções básicas são necessárias para produzir – no caso desta disciplina – um curta-metragem. Além delas, o diretor de fotografia e seu assistente precisam sempre estarem em observação. Observar o mundo do filme; os personagens e objetos e os analisa. Assim, ele seleciona o que vai entrar na sua fotografia. Fotografar é capturar o mundo através de uma lente e, mostrar ao público o que ele não consegue ver.

Um diretor de fotografia e seu assistente precisam saber perfeitamente a linguagem da estética do cinema. Nos próximos parágrafos será explicado um pouco sobre essas noções da estrutura de um filme, especificados por Gerbase (2012):

  1. QUADROS

Os quadros ou fotogramas (“frame”, em inglês) são meramente as imagens fotografadas do filme. A captação do filme consta em fotografar a respectiva cena em milésimos de segundos e quando juntadas elas, reproduzirão uma sequência. Na produção audiovisual também são utilizadas como medida de tempo. Em cada país a quantidade de quadros por segundo varia. Nos Estados Unidos e no Brasil, por exemplo, é de 24 qps.

  1. ENQUADRAMENTO

O enquadramento no cinema é a noção mais importante. Enquadrar é selecionar o que vai fazer parte do filme em cada cena, focar em certos objetos ou pessoas e, assim, mostrar ao público o mundo que foi criado neste meio.

O enquadramento depende de três elementos: o plano, a altura do ângulo e o lado do ângulo. O plano é a “distância” entre o objeto que está sendo filmado e a câmera. Há três tipos básicos de planos. Estes foram usados no começo da história do cinema; são: o plano aberto, o plano médio e o plano fechado, o “close-up”.

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