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Artes cultura

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Por:   •  7/12/2014  •  Resenha  •  797 Palavras (4 Páginas)  •  412 Visualizações

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Toda cultura e cada sociedade institui uma moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido e à conduta correta e à incorreta, válidos para to­dos os seus membros. Culturas e sociedades fortemente hierarquizadas e com diferenças de castas ou de classes muito profundas podem até mesmo possuir várias morais, cada uma delas referida aos valores de uma casta ou de uma classe social. No entanto, a simples existência da moral não signifi­ca a presença explícita de uma ética, entendida como filo­sofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais. Ao contrário, toda sociedade tende a naturalizar a moral, de maneira a assegurar sua perpetua­ção através dos tempos. De fato, os costumes são anterio­res ao nosso nascimento e formam o tecido da sociedade em que vivemos, de modo que acabam sendo considerados inquestionáveis e as sociedades tendem a naturalizá-los (is­to é, a torná-los como fatos naturais existentes por si mes­mos). Não só isso. Para assegurar seu aspecto obrigatório que não pode ser transgredido, muitas sociedades tendem a sacralizá-los, ou seja, as religiões os concebem ordena­dos pelos deuses, na origem dos tempos. Como as próprias palavras indicam, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros. A filosofia moral ou a disciplina denominada a ética nasce quando se passa a indagar o que são, de onde vêm e o que valem os costumes. Na língua grega existem duas vogais para pronunciar e grafar nossa vogal e: uma vogal breve, chamada epsílon, e uma vogal longa, chamada eta. Éthos, escrita com a vo­gal longa, significa costume; porém, se escrita com a vogal breve, éthos, significa caráter, índole natural, temperamen­to, conjunto das disposições físicas e psíquicas de uma pessoa. Nesse segundo sentido, éthos se refere às carac­terísticas pessoais de cada um, as quais determinam que virtudes e que vícios cada indivíduo é capaz de praticar. A filosofia moral ou a ética nasce quando, além das questões sobre os costumes, também se busca compreen­der o caráter de cada pessoa, isto é, o senso moral e a cons­ciência moral individuais. Podemos dizer, com base nos textos de Platão e de Aristóteles, que, no Ocidente, a ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates. Sócrates, o incansável perguntador Percorrendo praças e ruas de Atenas — contam Pla­tão e Aristóteles —, Sócrates perguntava aos atenienses, fossem jovens ou velhos, o que eram os valores nos quais acreditavam e que respeitavam ao agir. As pergun­tas socráticas terminavam sempre por revelar que os atenienses respondiam sem pensar no que diziam. Re­petiam o que lhes fora ensinado desde a infância. Como cada um havia interpretado à sua maneira o que aprendera, era comum, quando um grupo conversa­va com o filósofo, uma pergunta receber respostas dife­rentes e contraditórias. Após um certo tempo de conver­sa com Sócrates, um ateniense via-se diante de duas al­ternativas: ou zangar-se com a impertinência do filósofo e ir embora irritado ou reconhecer que não sabia o que imaginava saber, dispondo-se a começar, na companhia de Sócrates, a busca filosófica da virtude e do bem. Sócrates embaraçava os atenienses porque os for­çava a indagar qual a origem e a essência das virtudes que

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