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Criação da realidade social: organizações consideradas como culturas

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Por:   •  20/11/2014  •  Tese  •  1.796 Palavras (8 Páginas)  •  292 Visualizações

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A criação da realidade social: As organizações vistas como culturas

A partir do surgimento do Japão como líder do poder industrial, os teóricos e os administradores têm estado conscientes da relação entre cultura e administração. O Japão passou a assumir o controle dos mercados internacionais, gerando uma reputação de qualidade, confiabilidade, valor e serviço.

A maioria dos teóricos que buscavam as razões desta transformação, concorda que a cultura e a forma de vida em geral deste país tiveram papel principal.

Cultura e Organização

A palavra cultura derivou metaforicamente da ideia de cultivo, a atividade de lavrar e desenvolver a terra. A cultura se refere tipicamente à padrões de conhecimento, ideologia, valores, crenças, práticas, leis e rituais do cotidiano.

Antigamente, cultura transmitia a ideia de que diferentes sociedades manifestam diferentes níveis e padrões de desenvolvimento social. Hoje em dia ela é expressada de uma forma mais leve, sendo usada para significar que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida.

Neste trabalho, será exposta a ideia de que a organização é em si mesma, um fenômeno cultural, que varia de acordo com o estágio de desenvolvimento da sociedade. Também serão examinadas as variações nacionais nas organizações de diferentes países.

Organizações vistas como fenômeno cultural

O cientista político Robert Presthus sugeriu que vivemos atualmente em uma “sociedade organizacional”. Em qualquer parte do mundo, grandes organizações são capazes de influenciar grande parte do dia-a-dia das pessoas. O sociólogo francês Emile Durkheim mostrou que o desenvolvimento das sociedades organizacionais é acompanhado por uma desintegração dos padrões tradicionais de ordem social. A divisão das características de trabalho das sociedades industriais gera um problema de integração, ou seja, um problema de “administração da cultura”. Muitas das principais semelhanças e diferenças culturas no mundo de hoje são mais ocupacionais do que nacionais.

Organização e contexto cultural

Apesar de todas as sociedades modernas terem muito em comum, não podemos descartar as diferenças culturais. No Japão, as organizações são vistas como coletividades às quais os empregados pertencem, e não como um simples local de trabalho que compreende indivíduos separados. O espírito colaborativo influencia na experiência do trabalho, dando ênfase na interdependência, nas preocupações compartilhadas e na ajuda mútua. Geralmente os empregados estabelecem compromisso por toda a vida com as organizações, que para eles é uma “extensão da sua família”. As relações de autoridade são do tipo paternalista, muito tradicionais e respeitadoras da opinião alheia. Existem forte ligações entre o bem-estar dos indivíduos, a empresa e a nação. Um exemplo, é a Matsushita, uma das maiores e mais bem sucedidas corporações japonesas.

A filosofia da Matsushita Electric Company.

Princípios Básicos para a empresa:

Reconhecer as nossas responsabilidades enquanto industriais, encorajar o progresso, promover o bem-estar da sociedade em geral e nos consagrar ao maior desenvolvimento da cultura mundial.

Os sete valores espirituais:

- A serviço da nação através da empresa;

- Honestidade;

- Harmonia e cooperação;

- Luta pela melhoria;

- Cortesia e humildade;

- Adaptação e assimilação;

- Gratidão.

Nos Estados Unidos, muitas corporações e seus empregados estão preocupados com o desejo de serem “vencedores”, e também com a necessidade de recompensar e punir comportamentos bem e mal sucedidos. O desempenho industrial e econômico americano é entendido como um tipo de jogo: colocar objetivos, esclarecer responsabilidades e “chutar o traseiro”, ou recompensar o sucesso. O ponto principal é que a cultura, independente de qual parte do mundo seja, é o que modela o caráter das organizações.

Culturas e subculturas das organizações

Assim como os indivíduos numa cultura tem diferentes personalidades enquanto compartilham de muitas coisas comuns, isto também acontece com grupos e organizações.

Esse fenômeno agora é conhecido como “Cultura Organizacional”. As organizações são mini ssociedades que tem os seus próprios padrões distintos de cultura e subcultura. Assim, uma organização pode ver-se como um grupo bem integrado ou família que acredita no trabalho conjunto. Outra pode estar impreguinada na idéia de que “nos somos os melhores da industria e pretendemos ficar assim”. Outra, ainda, podem ser dividas em grupos que pensam sobre a realidade de formas muito diferentes, tendo diferentes aspirações sobre aquilo que a organização deveria ser . Tais padrões de crenças ou significados compartilhados, fragmentados ou integrados, apoiados em várias normas operacionais e rituais, poder exercer influencia decisiva na habilidade total da organização em lidar com os desafios que enfrenta.

Uma das maneiras mais fácil de apreciar a natureza da cultura e da subcultura é simplesmente observar o funcionamento do dia-a-dia do grupo ou da organização, como se esta pessoa está de fora.

Linda Smircich ilustra muito bem esse tipo de análise, ela estudou um grupo de executivos da cúpula de uma companhia de seguros americana. A companhia era uma divisão de uma organização agrícola muito maior e oferecia uma ampla gama de seguros para a agricultura e para o publico em geral. A observação continuada da administração do dia-a-dia gerou duas impressões-chaves. Primeiro, a companhia parecia enfatizar valores cooperativos e uma identidade arraigada na agricultura, em lugar daquela do mundo dos negócios regidos pela concorrência. O pessoal era polido, afável, parecendo sempre preparado para oferecer ajuda e assistência a quem fosse necessário. Esses costumes se refletiram em um lema da companhia “nos plantamos amigos”. Todavia, coexistindo com essa aparente cooperação amigável, existia uma segunda dimensão da cultura

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