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Estética - Análise do Filme "Meu Tio"

Por:   •  29/10/2019  •  Resenha  •  593 Palavras (3 Páginas)  •  283 Visualizações

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Aspectos estéticos que caracterizam o Modernismo no filme “Meu Tio

O filme se baseia em uma dualidade que retrata a vida pré e pós-moderna concomitantemente. Essa dualidade é representada através da cidade, onde uma área é vista como velha e outra moderna, separadas por um muro em ruínas, que pode ser interpretado como um portal para a modernidade ou vice-versa. Ambas as realidades, velha e moderna, coexistem e possuem profundidade em sua caracterização, seja no cenário, personagens, etc.

A começar pela cidade velha, tem-se uma feira, que já introduz uma ideia de desordem. A casa de um dos protagonistas, o tio, é um condomínio cuja arquitetura é uma mistura de estilos, elementos e formas, um prédio desconstruído com sobes e desces semelhante a um labirinto, reforçando a ideia de bagunça atrelada à cidade velha. Em relação à sonoplastia na cidade velha, além do barulho da feira, tem-se o ruído da janela do apartamento do tio e um pássaro que canta fora dela.

A cidade moderna possui dois importantes cenários: a casa da família do tio e a fábrica. A família do tio é composta por sua irmã, o marido dela e seu filho, que residem em uma casa nitidamente moderna, com janelas circulares, brises, barras de ferro, projetada pelo cunhado do tio, assim como tudo que há na casa. Por exemplo, as mobílias, cadeiras, sofás, luminárias, cujos design fogem do convencional. Os eletrodomésticos e equipamentos variam desde os tradicionais aos inexistentes atualmente: aspirador de pó, sensor na porta da cozinha para abri-la, aparelho para preparar bife, outro para pôr molho, dentre vários outros equipamentos de cozinha e utensílios de vidro e plástico, todos caracterizados pela engenhosidade, formas e ruídos que emitem. Alguns desses objetos já atrelam o modernismo à máquina e à uma realidade barulhenta, enquanto outros passam uma ideia de futilidade devido suas funções. A escada vertebral no interior da casa também possui estética moderna. A área externa da casa é composta pelo jardim, onde se destacam a geometria, cores e paisagismo, e por uma fonte em forma de peixe, que só é ligada quando se recebe visita, reforçando a ideia de superficialidade da vida moderna. A caracterização visual moderna dos personagens se dá mais forte na irmã do tio e em sua vizinha, sempre com roupas e acessórios não convencionais, como um chapéu e bolsa de palha combinando. A vizinhança é também repleta de casas com estética moderna, concreto exposto, aberturas moduladas, cobogós, e próximo ao “portal” é possível avistar conjuntos habitacionais.

É importante também citar a escola, para onde o tio leva o sobrinho diariamente, esta atividade cria o laço entre o velho e o moderno. A tipografia do letreiro da escola e da fábrica também é uma característica moderna no cenário. A fábrica, que por si só já é vista como uma construção moderna, possui linguagem arquitetônica semelhante à casa da família protagonista, com a típica estética fabril, concreto exposto, pilares na fachada, pele de vidro e dispõe de vários cenários interiores que reforçam a estética moderna. A sala de reunião é um espaço amplo, simples, com estruturas metálicas expostas e mobílias modernas, como um mapa tridimensional, cadeiras e telefone. Já na sala de entrevista se destaca o piso de concreto polido e a janela circular. Na área de trabalho, máquinas de escrever, divisórias de vidro e o ambiente tipicamente barulhento, característico de toda fábrica.

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