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Film The Woodcutter

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Por:   •  21/11/2013  •  Tese  •  1.264 Palavras (6 Páginas)  •  555 Visualizações

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“O único homem que se educa é aquele que aprendeu como aprender: que aprendeu como se adaptar e mudar; que se capacitou de que nenhum conhecimento é seguro, que nenhum processo de buscar conhecimento oferece uma base de segurança”.

( ROGERS apud COELHO e JOSÉ, 1993 p.9)

A teoria de Carl Rogers nos remete a uma reflexão sobre o processo de aprendizagem que permeia a educação tradicional instigando-nos ao desenvolvimento de um posicionamento crítico no sentido de propor mudanças a esse processo apontando assim caminhos para a construção de uma aprendizagem mais significativa para o aprendiz, onde esta, “é mais que uma acumulação de fatos, é uma aprendizagem que provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura que escolhe ou nas suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua existência”.(ROGERS, 2001)

Voltada para uma abordagem centrada na pessoa e utilizando o método da não diretividade (ou seja, o professor não interfere diretamente no campo cognitivo e afetivo do aluno), a proposição de Rogers implica num modelo de educação onde o indivíduo tenha liberdade e responsabilidade na escolha de caminhos que possam subsidiar a construção do conhecimento e que este só se concretiza quando o aluno é um agente ativo e o professor visto como um facilitador nesse processo. Dentro desse contexto, o estudante é o centro da sala de aula, podendo selecionar conteúdos que considera relevante para sua vida mantendo a partir daí, uma relação interpessoal com o facilitador que por sua vez deve ser autêntico, confiar na potencialidade de cada aluno possibilitando liberdade de expressão sem nenhum preconceito ou aversão e, ao contrário da aplicação de uma avaliação formal, facilitar o processo de auto-crítica e auto-avaliação por parte do aluno.

Está explícito no discurso de Rogers a sua inquietação acerca da metodologia adotada pelas escolas tradicionais onde suas regras são impostas de maneira vertical, ou seja, de cima para baixo, sendo o aluno percebido como um ser passivo, neutro diante da tomada de decisão acerca de sua aprendizagem.As escolas preparam seu currículo preocupadas no que deverão ensinar a seus alunos quando na verdade a proposta deveria ser outra, ou seja, “o objetivo de nosso sistema educacional, desde a escola maternal até a escola de pós-graduação, deve derivar-se da natureza dinâmica de nossa sociedade caracterizada por mudança, não por tradição, por processo, não por rigidez estática”, seu objetivo “deve ser o desenvolvimento de pessoas ‘plenamente atuantes’.(MILHOLLAN e FORISHA, 1978. p.175-176).

Escolhemos o filme O Lenhador para ilustrar a teoria humanista:

Walter, personagem principal do filme, está num parque e conversa com uma menina de aproximadamente 10, 12 anos. Atraindo-a num diálogo que a deixa à vontade com ele, Walter pede para que a criança sente-se em seu colo. A princípio ela nega, aceitando na sequência ao revelar que seu pai recorrentemente a pede a mesma coisa, situação a qual ela diz já não se importar.

Essa cena revela uma situação terrível, mas que acontece com certa frequência dentro dos lares familiares, onde crianças são violentadas e abusadas sexualmente por familiares, revelando a existência da Violência Intrafamiliar, cujo conceito foi descrito por Saffioti (1997). Este tipo de violência é praticado por um parente da vítima, ou seja, o agressor é alguém da família e o abuso se dá no âmbito doméstico. O mais chocante é que, na cena, a menina revela ser violentada, não utilizando desta palavra, pelo próprio pai. Infelizmente trata-se de uma realidade, pois na maioria das vezes é o genitor que abusa do poder parental sobre a criança e a “coisifica” como um objeto para lhe dar prazer, não enxergando o mal que está causando a sua própria filha ou filho.

Walter observa pela sua janela que um homem, adulto, se aproxima das crianças da escola vizinha e inicia com elas um contato amistoso, até o dia em que suas suspeitas se concretizam quando ele vê um dos meninos aceitar a “carona” do rapaz.

Walter, por ser pedófilo, tem a certeza do que esta acontecendo, e sofre com isso, principalmente pela sua incapacidade de evitar que mais uma criança sofra uma violência sexual. A cena não é escancarada, mas subliminarmente demonstra que o menino foi vítima de um abuso sexual, visto no seu comportamento de, ao descer do carro, sair correndo e com medo explícito, conduta típica de uma criança que sofreu abuso. Nesta cena não se trata de violência intrafamiliar, como a descrita na cena anterior, mas de violência extra familiar a que crianças e adolescentes também

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