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JEAN MICHAEL BASQUIAT

Por:   •  16/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.043 Palavras (9 Páginas)  •  167 Visualizações

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

Coordenação Central de Extensão – Departamento de História

Curso de Especialização em Historia da Arte e Arquitetura do Brasil

ANDERSON FREITAS HAUTEQUESTT

JEAN MICHEL BASQUIAT

Trabalho apresentado para avaliação na disciplina

De História da Arte Contemporânea, do curso de Especialização em Historia da Arte e Arquitetura do Brasil da Pontificía Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Orientador:

PROFº: RONALDO BRITO FERNANDES

SUMÁRIO

Apresentação 04

1.1 – Jean Michel Basquiat o artista, sua arte e a sociedade 04

1.2 – Conclusão 11

Referências 13

APRESENTAÇÃO

O propósito deste trabalho é refletir sobre a obra de Jean Michel Basquiat, examinando-a e tentando compreende-la, se é que ela pode ser compreendida no sentido literário da palavra.

Basquiat é um artista ligado a vida urbana, ele se alimenta da cidade, com sua população de origens diversas. Cresceu enquanto pessoa e artista em meio ao surgimento do Hip Hop, brake dance, rap, e o grafite, e se tornou intimamente ligado a estes movimentos, tudo isso mixado às influências afro-caribenhas e elementos da cultura vodoo, suas obras nitidamente refletem estes ritmos, estes sons, essas culturas, somando-se ainda suas críticas sociais, sua sensibilidade emocional, vivências pessoais, e a experiência do que é ser jovem e negro no contexto americano dos anos 70, tudo isso moldou a visão e a experiência artística de Basquiat, criando uma arte que consegue sintetizar a cidade de Nova York dos anos 1970 e 1980, um artista que se tornou a cara da América.

1.1 – JEAN MICHEL BASQUIAT, O ARTISTA, SUA ARTE E A SOCIEDADE

É impossível desvincular a arte de Jean Michel Basquiat (Nova York, 1960-1988) de sua historia de vida. Para entender sua obra é necessário conhecer sua trajetória.

Nascido no dia 22 de dezembro de 1960 em Nova York, Basquiat era filho de pai haitiano e mãe com descendência porto-riquenha.

Basquiat chegou a morar 2 anos em Porto Rico, carregava no sangue e na experiência um pouco do Caribe e da África, que se juntaram aos estímulos de uma metrópole como Nova York. Sendo ele um dos poucos negros no Sudeste de Manhattan, o racismo que sofreu teve grande influencia em suas obras, formando sua personalidade crítica como artista.

Durante sua adolescência mudou freqüentemente de escola por não conseguir se adaptar, até não voltar mais. Falava abertamente de seu passado traumático, da violência doméstica que sofreu na infância por parte de seu pai e das crises de doença mental de sua mãe, que apesar disto foi à responsável, por incentivá-lo a freqüentar museus e ambientes artísticos.

Fugiu de casa e passou a morar na rua, por vezes na casa de amigos ou namoradas. Aventurou-se também no cenário musical, com sua banda Gray, onde tocava clarinete, destacou-se na cena No Wave, que fundia elementos do punk com composições conceituais.

Por algum tempo vendeu camisetas e cartões postais na rua até que, junto com seu amigo Al Diaz, passaram a grafitar nas ruas.

Seus grafites tornaram-se frases críticas, enigmáticas às vezes poéticas, outras vezes contra a “vanguarda artística” da época, formada em sua maioria por homens brancos de classe alta, contra a burguesia e também a polícia, responsável pelo alto índice de violência contra os jovens negros do subúrbio nova-iorquino.

O grafite foi uma das primeiras manifestações de sua arte, e o começo de suas experimentações neste meio. Assinavam “SAMO” ou “SAMO Shit”, que significava “same old shit” (“a mesma merda de sempre”), que se tornou uma marca registrada de protesto pelas ruas da cidade, criando um dialogo com as ruas que se espalhou por toda Manhatam, o que acabou gerando uma grande curiosidade nas pessoas sobre quem eram seus autores.

Este fato possa talvez ter contribuído para o sucesso meteórico, quase que do dia para a noite do trabalho de Basquiat, afinal a curiosidade do publico por conhecer a pessoa por trás daquelas frases e desenhos era enorme, a curiosidade humana é algo incontrolável.

Apesar de sua associação inicial ao grafite, Basquiat nunca se considerou um grafiteiro, e de fato ao analisar as imagens deste trabalho, chamá-lo de grafiteiro é algo exagerado, ele não seguia as regras do grafite, talvez possamos classificar como uma pichação conceitual (se é que existe este termo, mas achei mais certo classificá-lo assim), com frases de efeito que conversavam com as pessoas, falando o que elas pensavam.

Porem é impossível negar que ele se utiliza desta estética do grafite em suas obras, reinterpretando portanto este movimento.

Os seus grafites foram principalmente espelhados pelo SoHo, um bairro cheio de galerias de arte e galeristas.

Fez sucesso rapidamente. Em 1980 fez sua primeira exposição, e passou a ser considerado parte do neo-expressionismo. Suas cores e tratos com os materiais utilizados, o abstracionismo de suas obras, sempre compostas por críticas sociais, o que acaba sendo muito parecido com o que os neo-expressionistas faziam em sua arte.

Mas hoje sabemos que ele se distingue deste movimento, pois não esta simplesmente expressando sentimentos e emoções, Basquiat tenta a todo o momento materializar suas experiências, revisitando vários momentos de sua vida, se utilizando em seu processo criativo de diversos elementos deste universo, criando uma “colcha de retalhos”, com as questões da periferia, da marginalidade, das drogas, do racismo inerente nesta sociedade periférica.

Nas telas, pintava fluxos de pensamentos, frases soltas, porem a marca mais inovadora do artista foi a mistura de palavras com imagens e objetos achados que fez dele um dos principais expoentes da cultura da remixagem e da colagem.

Sua arte profundamente política trouxe à tona o negro, chamando atenção para os traumas

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