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MINISMALISMO - Influências no design gráfico do século XX

Por:   •  13/3/2017  •  Artigo  •  1.829 Palavras (8 Páginas)  •  313 Visualizações

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UNIVERDIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ARTES

CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN

FRANCISCO PAULO DIAS JÚNIOR

MINIMALISMO: Influências no design gráfico do século XX

NATAL

2016


FRANCISCO PAULO DIAS JÚNIOR

MINIMALISMO: Influências no design gráfico do século XX

Trabalho apresentado à disciplina de Desenho em Computador I do Curso de Design da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, como pré-requisito parcial para obtenção de nota.

ORIENTADORA: Profª Ivana dos Santos de Lima e Souza

NATAL

2016


1 INTRODUÇÃO

O século XX promoveu uma diversidade de movimentos artísticos. Durante os anos 60, nos Estados Unidos - Nova Iorque e em Los Angeles -, emerge um movimento intitulado de Minimalismo, presente nas artes visuais, música e no design.

Imersos em mudanças políticas e sociais, pós-guerra fria, havia um cenário próspero de consumo e produção. A Pop Art exercia forte influência no meio artístico e o Expressionismo Abstrato cercava o público com suas tendências. O Minimalismo ou Minimal Art, surge como reação a estes movimentos.

Caracterizado pelo espírito ‘reducionista’, as obras do movimento se apoderam do mínimo de recursos e elementos, reduzindo-se ao básico e enfatizando essencialmente os elementos da peça elaborada, despido de impressões pessoais do artista.

2 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA

O desenvolvimento de vanguardas foi uma característica presente no século XX. Tais movimentos buscavam uma nova ressignificação da arte, por conseguinte, o rompimento com os dogmas da arte europeia.

A evolução tecnológica e social deste período, resultou em transformações significativas: o sentimento nostálgico de preservar o tradicional, e em contraponto, o desejo de aliar a arte e a ciência, conferindo-lhe dinamismo para alcançar os novos meios de comunicação.

O desejo de atribuir à arte uma nova forma de comunicação, já havia surgido no início do século XX, como afirma Nikos Stangos (2000):

Quando, em 1913, Malevich colocou um quadrado negro sobre o fundo branco, ele afirmou que “a arte não se preocupa mais em servir ao estado ou à religião; ela deseja mais ilustrar a história dos costumes, não quer ter mais nada a ver com o objeto como tal, e acredita que pode existir em si mesma e para si mesma, sem as coisas”.

Stangos (2000) acredita que nesse momento, Kazimir Malevich (1878-1935) cria as bases para a arte sem vinculação utilitária ou ideologia representativa, era suprematista. Sucedem assim uma sequência de movimentos que adotam tais valores:

  • Suprematismo – rigoroso e obstinadamente abstrato;
  • Construtivismo – racionalismo e um modo matemático de pensar;
  • Neoplasticismo – uso de grids, cores primárias, P&B;

A Bauhaus havia surgido e impetrado um conceito de alta reputação, principalmente no novo jeito de fazer e pensar o design – funcional e objetivo. Sua implementação nos Estados Unidos alavanca os valores do minimalismo, que por sua vez, rompe com os processos e paradigmas do design gráfico até o momento, na busca por objetividade, ordenação, comunicabilidade e legitimidade.

É bem verdade, que a sucessão de inúmeros outros movimentos como o De Stijl, o Construtivismo Russo, além da Escola Superior da Forma de Ulm e o Sistema ISOTYPE, fundamentaram e introduziram o minimalismo e seus valores – simplicidade e racionalidade.

Assim, o minimalismo ganha proporções, enquanto movimento alternativo pelo uso de formas e cores na composição de imagens simples e isentas de simbologia, de modo que

Buscavam na arte uma postura universalizaste, lançando mão, para isso, de formas geométricas tridimensionais para uma apreensão instantânea dos objetos, e de materiais industriais e literais (sem simularem outros que não eles mesmos) para fornecer uma fruição visual espacial ao observador da obra. A união desses conceitos acabou por gerar uma linguagem extremamente limpa e seca, originando o uso do termo “minimalismo” para designar o conjunto de artistas que trabalhavam dessa maneira. (FERREIRA; BRAGA, 2010)

Quebrando as fronteiras conceituais desde o seu surgimento, o minimalismo, tem como referências nomes como Carl Andre (a. 1935), Donald Judd (1928-1944), Dan Flavin (1933-1996), Robert Morris (a. 1931) ou Sol LeWitt (1928-2007).

Para SCHIMIDT (2014), “as raízes do minimalismo, em especial no que diz respeito às preocupações do design gráfico, remetem às primeiras tentativas de conciliar arte e indústria”. Sob esta ótica, pode-se citar alguns movimentos artísticos, mais especificamente, à produção de design gráfico do século XX que receberam influências minimalistas em suas concepções.

3 ESTILO INTERNACIONAL

Originado em Zurique e na Basileia antes e durante a Segunda Guerra Mundial, o Estilo Internacional tornou-se mundialmente conhecido pela publicação da Revista Neue Graphik (1958/1959).

Foi durante sua “vigência” que surgiram tipografias de sucesso como a Univers (Adrian Frutiger) e Helvética (Max Meidinger), fazendo uso de informações simples, concretas e racionais, eliminando qualquer interferência visual, de modo a ser compreendida universalmente. (Figuras 1 e 2)

Outras características, além da pureza e precisão do material tipográfico, como o uso do cinza, ângulos retos, uso do sistema de grades, como também o objetivo de fazer do espaço em branco um fator de design, corroboram a presença do “espírito minimalista” no Estilo Internacional.

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Figura 1 – As relações entre pesos e estilos da Univers de Adrian Frutiger.

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

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Figura 2 – As relações entre pesos e estilos da Helvética de Max Meidinger

Fonte: CLAIR; BUSIC-SNYDER, 2009

A objetividade e o racionalismo lógico de Josef Müler-Brockman (1914-1996) em seus cartazes, prova da influência da Minimal Art dentro do Estilo Internacional. Designer, ilustrador, cenógrafo, escritor e professor na escola de Arte em Zurique, Josef, imprimia em suas peças, uma linguagem direta e lógica, com formas geométricas simples e uma paleta de cores simplificada. (Figura 3).

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