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Marcello Dantas e a Sala Magnetoscópio

Por:   •  6/4/2022  •  Dissertação  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  62 Visualizações

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FACULDADE DE ARTES DULCINA DE MORAES

Brasília, 13 de outubro de 2021.

Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, TIPAV 1

Aluno : Israel Melônio Pereira

Professora: Marcella Campos

SOBRE O AUTOR

Israel Melônio Pereira tem 24 anos de idade, reside na periferia de Brasília mais precisamente na cidade de Ceilândia Norte, Israel é estudante do 10º semestre do curso de Licenciatura Plena em Artes Plásticas da Faculdade Dulcina de Moraes. O autor desde muito pequeno se relacionava com as artes plásticas, alimentando desde cedo a sua paixão pelo desenho, pelo pixo, sticker art e também pelo grafite.

MARCELLO DANTAS E A SALA MAGNETOSCÓPIO

“A minha história é uma história de deslocamento, para ir buscar conteúdos poéticos e ideias e, ao mesmo tempo, levar ideias para outros lugares e organizar essas ideias em torno da experiência para alguma pessoa. Então de certa forma eu me comunico com essa identidade do viajante, sendo eu mesmo o viajante”

Marcello Dantas.

Marcello Dantas nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1968, ele é um renomado e premiado curador interdisciplinar, com ampla atividade não só apenas no Brasil mas também em diversos países do exterior. Marcello começou sua carreira nas artes a partir de produções de filmes e documentários sobre artistas, movimentos e projetos acerca da arte contemporânea, com o passar do tempo foi migrando para o campo da curadoria onde obteve destaque, Marcello assinou a curadoria de algumas das exposições com o maior recorde de público dos últimos anos, como por exemplo a exposição “Ai Weiwei Raiz” do artista e ativista social chinês Ai Wey Wey, exposição essa que ocorreu na Oca em São Paulo, sendo essa exposição a maior mostra já realizada sobre a obra do artista chinês, tal exposição foi premiada pela APCA como a melhor exposição internacional de 2018, no ano seguinte a exposição foi apresentada no CCBB do Rio de Janeiro, onde foi considerada a terceira mais visitada do mundo em 2019, segundo o renomado Jornal de Arte “The Art Newspaper.”

O experiente curador é formado em Cinema e Televisão pela New York University, e é também pós graduado em Telecomunicações Interativas pela mesma universidade. Marcello estudou História da Arte e Teoria do Cinema em Florença na Itália e Relações Internacionais e Diplomacia em Brasília, vale citar aqui que antes de migrar para o campo das artes o curador via na diplomacia uma oportunidade para atender seu desejo de trabalhar por uma certa internacionalidade, porém obteve frustração no campo político pois tinha o entendimento de que se existiam causas que eram ligeiramente maiores que nações, foi então no meio da prática cultural em que ele viu uma afinidade para exercer o que almejava, Marcello se sentirá ali acolhido pelas artes. Com seu excelente trabalho em contar narrativas e organizar temáticas o curador acabou posteriormente por se destacar e adentrar no campo de Desenvolvimento de Projeto de Museus, onde foi responsável por inovar o conceito de museologia no país, e assim concretizando vários projetos de museus como por exemplo o Museu da Língua Portuguesa e a Japan House, ambos em São Paulo, o Museu das Minas e do Metal em Belo Horizonte e não somente instituições nacionais mas também internacionais como por exemplo o Museu do Caribe e o Museu do Carnaval, ambos situados na Colômbia.

Tendo uma vasta experiência também no setor audiovisual por ter trabalhado um grande período no renomado The Kitchen em sua jornada no exterior, Marcello criou nos anos 90 a Sala Magnetoscópio, espaço esse que é considerado até mesmo pelo próprio curador como o primeiro espaço em que atuou no âmbito da curadoria. A sala era um espaço de encontro e exibições, em que ocorriam debates e convergências para as produções artísticas da época, especialmente para o vídeo. A Sala Magnetoscópio foi a primeira sala profissional dedicada ao vídeo/videoarte e a exibição de filmes no Rio de Janeiro e no Brasil, fato que foi de extrema importância pois até então não haviam locais físicos independentes e profissionalmente equipados dedicados a tal vertente, vale-se citar também que tal processo foi feito em uma época em que não se havia no Brasil ainda acesso a internet ou tv a cabo.

A cerca de tal fato, Marcello Dantas afirma em uma entrevista à um blog de arte:

“Eu comecei a fazer isso nos anos 1990. Eu trabalho para abrir a cabeça das pessoas. A arte em vídeo, por exemplo. Eu abri a sala de exibição Magnetoscópio, numa época em que não tinha internet, tv a cabo, importação, dvd. Eu queria abrir a percepção das pessoas de que havia coisas legais em vídeo no mundo, que elas precisavam se antenar.”[1]

A programação da sala tinha diversos conteúdos, desde conteúdos super nobres como Bil Viola, Peter Greenaway, Eder Santos até conteúdos mais voltados à cultura e aspectos históricos para a televisão como por exemplo os comerciais da Coca Cola e também o National Kid, lá eram também exibidos filmes da época em questão, debates com especialistas de distintas áreas como por exemplo história, sociologia, críticos e realizadores de cinema e também jornalistas. Tal exibição com distintas programações contribuia para que os espectadores que ali estavam adquirissem uma maior visão de mundo.

Marcello afirma ainda sobre a sala Magnetoscópio:

“E aí implantei um projeto que foi absurdamente pioneiro porque ninguém tinha pensado nisso, fazer isso sistematicamente, um lugar permanente que estaria aberto todos os dias, para receber as pessoas e tudo mais. Queria uma programação intensa, a programação

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