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Missão Francesa e Neoclássico

Por:   •  7/2/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.496 Palavras (6 Páginas)  •  102 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PEDRO OTTMAR BENITEZ SCHNEIDER

MISSÃO FRANCÊSA E NEO-CLÁSSICO NO BRASIL

CURITIBA 2021

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PEDRO OTTMAR BENITEZ SCHNEIDER

MISSÃO FRANCÊSA E NEO-CLÁSSICO NO BRASIL

Trabalho apresentado à disciplina de Introdução à História da Arte do Brasil, do curso de Artes Visuais, da Universidade Federal Do Paraná – UFPR.

Ministrada pela Profª. Juliana Gisi Martins de Almeida.

CURITIBA 2021

  1. INTRODUÇÃO

Com a estada da coroa portuguesa no Brasil, iniciam-se diversos projetos de desenvolvimento territorial – entre eles, a busca por uma produção artística autentica nacional. A Missão Francesa, decorrente dos planejamentos progressistas da corte, foi a responsável por iniciar o estudo e pesquisa em artes e difundir a formação do artista.

Após a criação da Academia Imperial de Belas Artes, as atuações dos artistas franceses se intensificaram – há então, a instauração definitiva de normas estéticas academicistas, anteriormente moldadas pelo barroco europeu, passam a ser regidas pelos ideais neoclássicos.

  1. DESENVOLVIMENTO

Em princípio, com os conflitos cada vez mais acentuados na Europa, envolvendo França e Inglaterra - entre os anos de 1803 à 1815 - a corte portuguesa (aliada dos ingleses) com receio das invasões francesas provenientes da expansão territorial lideradas por Napoleão, desembarca no Brasil (sua colônia), em 1808, em busca de refúgio.

Em decorrência disso, a comitiva portuguesa chega e se fixa temporariamente em salvador, e logo após, se instala definitivamente na capital do Brasil - Rio de Janeiro. Ao chegar no território brasileiro, a coroa se depara com um local sem qualquer desenvolvimento prévio – o Brasil servira apenas com função unicamente exploratória, cujo riquezas eram todas levadas para o continente europeu, característica de todas as colônias da época -, a partir disso, iniciam-se projetos de desenvolvimento econômico progressistas na capital – passando a atuar, então, como sede administrativa do reinado português - como a abertura dos portos após 300 anos de isolamento, formação da Biblioteca Real (atual Biblioteca Nacional), fundação da imprensa Régia e do Banco do Brasil, além da Escola real de Ciências, Artes e Ofícios.

Além disso, com iniciativa propagada por meio do príncipe Dom João VI, articulado por Joachim Lebreton - figura política e intelectual francesa, e antigo secretário de classes de Belas-Artes do Instituto da França -, e por grandes mecenas da época, como Antônio Araújo Azevedo – o “conde da Barca” -, começa-se a negociação, com o representante do governo português presente na França, de um conjunto de artistas com os propósitos de iniciação de uma produção nacional artística.

Sendo assim, a Missão Francesa ocorre em 1816 – o grupo de artistas plásticos franceses chegam ao Rio de Janeiro, cujo na época era a capital do Reino unido de Portugal e Algarves, com o intuito de difundir o conhecimento e estudo em arte no Brasil e formar a primeira academia artística nacional – moldada nas normas neoclássicas vigentes da época.

Em síntese, a missão foi liderada pelo Joachim Lebreton – e o grupo era composto pelos pintores Jean-Baptiste Debret (pintor de história), Nicolas Antoine Taunay (pintor de gêneros e de batalhas), pelos escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez, pelo gravador Charles Simon Pradier, pelo compositor Segismund Neukon, e pelo arquiteto Grandjean de Montigny.

A fundo, o contexto histórico da criação da institucionalização artística nacional se inicia no final de 1815, com o decreto formalizado por Dom João VI, com a formação da Escola real de Ciências, Artes e Ofícios – porém, ela ainda não é construída. Já em 1820, a Escola passa a ser nomeada Academia Real de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, mas continua não sendo arquitetada – até então, os atuais missionários franceses sobreviviam de pensão governamental e encomendas. Foi somente em 1826, por Dom Pedro I, que finalmente ela é inaugurada, e se torna a Academia Imperial de Belas Artes. E por fim, após a proclamação da república, ela passa a se chamar Escola Nacional de Belas Artes.

Fig. 1 - Academia Imperial de Belas Artes. Idealizada por Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny.

[pic 1]

Fotografado por Marc Ferrez, 1891.

Ao analisar a imagem, possível notar nítidas referências greco-romanas na clareza construtiva do prédio – utilização de frontão triangular sustentado por colunas alinhadas, elevação do edifício (escadas internas), utilização de esculturas como parte da arquitetura, além de características formais geométricas. Vê-se que há o abandono do barroco em todas as áreas artísticas, e a consagração do período neoclássico.

Com a construção da primeira escola de artes do Brasil, algumas mudanças foram ocorrendo na imagem artística nacional - sucede a institucionalização e produção do ensino de arte, há o estabelecimento do conceito de artista (homens livres e burgueses), não mais ligada à imagem de escravizados, religiosos ou artesãos, ocorre também a instauração da profissão do artista liberal (não mais somente ligado a oficinas ou instituições), além disso há o nascimento da disciplina de história da arte, e também a exaltação, como já citado no trabalho, de ideais neoclássicos.

Segundo o texto “A academia e seus modelos” de Elizabeth Carbone Baez, a “estética oficial” implantada pela missão francesa foi inevitavelmente o academicismo francês, fadado ao domínio do classicismo. Elizabeth diz que, até mesmo ao comparar a academia francesa com a recém criada academia brasileira nota-se diversas semelhanças

– classificando-a como sendo uma “cópia autentica”.

De acordo com a autora: “O artista acadêmico estava vinculado a um sistema de arte que, ao mesmo tempo que lhe proporcionava sucesso e meios para progredir, cerceava sua imaginação, fixando regras e impondo um padrão de gosto, favorecendo enfim a implantação de uma estética oficial”. Os artistas que conseguiam grandes destaques eram enviados para países europeus, para que fossem consagrados pelas instituições oficiais – já os bolsistas da Academia Imperial de Belas Artes eram levados para ateliês de alguns desses pintores de reconhecimentos e sofriam rígidas normas que limitavam suas expressões criativas, além do dever em copiar as produções de seus mestres.

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