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O filme "E o seu nome Jonas"

Seminário: O filme "E o seu nome Jonas". Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/10/2014  •  Seminário  •  1.645 Palavras (7 Páginas)  •  2.065 Visualizações

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O filme “E seu nome é Jonas” teve seu lançamento nos Estados Unidos em 1979 e é um filme que referencia muito bem os paradigmas dos Surdos mesmo muitos anos após seu lançamento, pois apresenta em seu teor grandes barreiras encontradas pelo surdo, pela família e ainda pela sociedade que não compreende as necessidades de comunicação do surdo.

Diagnósticos errados - O surdo como deficiente mental

Em primeira analise, foi possível notar algo que acontece muito, não só nas escolas, mas em lares e com outros convívios sociais onde o aluno seja inserido, é o diagnostico errado, onde o surdo é taxado erroneamente como incapaz, como demente, louco e até mesmo como deficiente mental.

O surto apenas não houve, mas ele pensa e raciocina como qualquer ouvinte, ele possui, inclusive as cordas vocais perfeitas e apenas não fala porque nunca ouviu as palavras, mas caso seu caso fosse de deficiência auditiva ou nível de surdez mais leve, a oralidade seria possível.

Jonas ficou durante 3 (três) anos internato em um hospital para que fosse diagnosticado corretamente, como surdo e não como deficiente mental como havia sido; nota-se nesse ponto, a culpa da mãe por permitir que o filho ficasse tantos anos longe do convívio familiar porque a sua surdez foi diagnosticada como doença mental.

A mãe preocupada em resgatar o tempo perdido de Jonas num hospital para retardados encontra pela frente vários obstáculos, entre eles: seu marido, um homem sem um posicionamento afetivo e moral que amparasse a esposa nessa fase de tantos preconceitos sociais.

O mundo sonoro X mundo surdo: o silencio das emoções

Fica claro também a questão da apresentação do mundo do surdo, na questão da identidade e em algumas ocasiões na sua rejeição ao mundo dos ouvintes, pois este encontra isolado do mundo sonoro e devido a falta da audição não consegue estabelecer comunicação nem para informar sobre algumas coisas que não entende, para pedir ajuda, esclarecer medos, compreender os ciclos básicos da vida, como a morte do avô e seu melhor amigo, que embora as tentativas frustrantes da mãe em explicar a morte do avô, este não compreendia o que havia acontecido, apenas tinha em seu coração o choque de vê-lo ir ao chão, sem entender o que se passava e tendo apenas dúvidas e uma imensa saudade em seu coração, já que não visitava mais o avô, e não sabia o porque de seu desaparecimento, a incompreensão do que é a morte e do ela representa faz dela ainda mais cruel diante dos olhos de Jonas que nunca se comunicou, nunca se abriu, sempre guardou suas frustações dentro de si.

O isolamento e o sentimento de ser incompreendido se deram por algumas vezes em que Jonas queria dizer que não gostava de ervilhas, mas como expressaria isso de forma que seus pais não colocassem mais porções em seu prato ou o obrigasse a comer algo que para ele era intragável? Temos mais uma agressão ao surdo nessa situação na forma como tudo lhe é imposto sem sequer esclarecer do que se trata, sem saber quais suas razões pare recusa do alimento.

Esquemas psicológicos e emocionais do surdo

Outro grande negativismo representado no filme é a compreensão dos esquemas psicológicos e emocionais do surdo, o medo de Jonas, representado pela sua recusa ao Homem aranha, o que também nos leva a refletir que um dos motivos se sua recusa é dada a questão do visual, uma vez que Jonas, através dos quadrinhos da revista do Homem Aranha, o vê como uma ameaça, como um ser mal, e devido a falta de informação não compreende que este é um herói, o porquê de seu irmão gostar tanto do boneco. O irmão chega a questionar a comunicação entre o surdo e o ouvindo quando questiona a sua mãe se não poderiam dizer a Jonas que o homem aranha era bom.

O surdo como desestabilizador da relação

A estrutura familiar de muitas famílias entra em completo caos ao deparo com o ingresso de um surdo. Normalmente a família se vê em um dilema: “ele é surdo e agora?”. No caso de Jonas, o interesse da mãe em se comunicar com o filho mostra como ela foi dedicada e nunca desistiu do filho, o que não pode ser dito do pai de Jonas que se afastou da esposa, nesse caso o surdo entra como desestabilizador da relação de seus pais, embora tenha seu abandono seja visto de forma tão impactante, essa é uma das situações que mais ocorrem nas famílias com surdos, a desistência, a recusa, a difícil superação dos problemas do cotidiano, é uma prática muito comum e outra barreira difícil de ser combatida mesmo no século XXI.

A rejeição e o preconceito da sociedade e pessoas mais próximas

O filme retrata de forma bem aberta várias situações de rejeição da sociedade, no caso de Jonas, os parentes, vizinhos e amigos não aceitavam que ele fosse incluído em atividades básicas, como a prática de esportes, o beisebol, andar de bicicleta, brincar com outras crianças, de forma frustrante, os pais sequer conseguia

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