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RESENHA - A ESTÉTICA E HISTORIA DA ARTE

Por:   •  20/12/2017  •  Resenha  •  1.664 Palavras (7 Páginas)  •  328 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

Laysa Pacheco do Nascimento

 Marina Victória Lis de Leandro e Lima

 Pedro Lima Faria Gandini

Rafael Torga Bellardini de Castro

PRIMEIRO TRABALHO DE INTRODUÇÃO À ESTÉTICA E HISTORIA DA ARTE

São João Del Rei

2016

Logo no início de A História da Arte, Gombrich procura desconstruir o conceito do que entendemos como arte, afirmado que não existe Arte (com “a” maiúsculo), existem somente os artistas. Iniciando a discussão com uma provocação que visa o aguçamento do olhar crítico do leitor, o autor apresenta duas imagens muito diferentes, uma representa uma criança com traços angelicais e a outra uma pessoa velha com a face enrugada e marcada pelo tempo. A partir disso, é iniciada uma cronologia progressiva e linear que exemplifica e demonstra que os atributos, funções e razões por trás da produção artística, são construídos de acordo com um contexto e delimitados pela época que estão inseridos.

Com isso, o autor parte para a arte produzida na pré-história. Acerca deste contexto de produção ainda existe muita dúvida, uma vez que essas comunidades não se sedentarizaram, não desenvolveram uma escrita e não eram civilizações organizadas. Entretanto, especula-se que as pinturas rupestres possuíam uma função mística e religiosa, tais quais as pinturas e máscaras produzidas por povos tradicionais e não ocidentais na atualidade. Acredita-se que os artistas pré-históricos, produziam pinturas e desenhos dentro das cavernas a fim de representar anseios e desejos de uma boa caça, assim, alteravam a forma dos animais que representavam pois viam uma relação entre o tamanho e quantidade das representações e o sucesso na procura de alimento. Refutando essa ideia, existe a teoria de que a produção artística é algo inerente à existência humana, pois foram encontradas pinturas em cavernas que não se relacionam com a representação de caçadas, procura de alimentos e animais. Algumas pinturas representavam apenas formas do corpo humano, ou motivos naturais.

É possível relacionar esse tipo de produção com diversos povos através do tempo, que mesmo isolados geograficamente produziam uma arte que, aparentemente, não possuía uma função mística ou espiritual. Ainda nessa linha de perceber a produção artística como algo inscrito na condição humana, encaixa-se o contexto atual da produção artística (contemporânea), na qual a técnica e a função associada a produção desvinculam-se do fazer artístico, e a figura do artista e seus processos de consolidação de obras passam a ser valorizados.

Continuando com a progressão cronológica, vem a produção artística dos povos do crescente fértil (mesopotâmicos) e dos egípcios, nesse contexto, foi atribuída uma nova função ao fazer artístico. A arte passou a ter o objetivo de retratar os governantes e foi mantido o caráter religioso, mas dessa vez é possível perceber o misticismo associado à um controle social. Essa motivação também é encontrada em civilizações que possuíam um modo de produção semelhante, mesmo que distantes cronológica e geograficamente deste contexto, como os povos da América pré-colombiana e os romanos. Entre os egípcios, os governantes eram retratados maiores que os súditos, possuindo um lugar de destaque nas composições, da mesma forma que as entidades antropozoomórficas que integravam a religião praticada por esse povo.

O tema antropozoomorfico, também foi abordado mais tarde pelos gregos, dessa vez por uma influência direta, resultado do intercâmbio entre os povos micenos (que originariam os gregos) e os egípcios. Ainda no que tange a arte produzida com uma razão religiosa no Egito, está a crença na vida após a morte, que levou a uma grande dedicação dos artistas à ornamentação de objetos funerários e a produção de grandes obras arquitetônicas dedicadas ao sepultamento de figuras importantes da sociedade (faraós e sacerdotes). A relação entre arte e morte, entretanto, repete-se na história independentemente da religião e na crença de vida após a morte, como no caso dos praticantes da religião católica e do islã, que também adornavam os locais de sepultamento e, muitas vezes, produziam obras arquitetônicas de notável magnitude, como a Basílica de são Pedro (local de sepultamento do patriarca da Igreja Católica) e o Taj Mahal, respectivamente.

A partir da influência egípcia, os povos micenos, situados no mediterrâneo, começam a sua produção artística baseada na tendência de uma geometrização da figura humana – a tendência de geometrização das figuras, principalmente a humana, aparece na arte cristã da idade média e no movimento cubista, dessa forma, é possível estabelecer que existe uma relação entre a representação das formas da natureza e as formas geométricas – sem preocupação com a escala, proporção e o efeito volumétrico do que era produzido. Esses povos se expandem e se organizaram em diversas cidades-Estado e originaram a civilização grega. A organização social do povo grego, principalmente após a expulsão persa da região (que consolidou a hegemonia ateniense) não pressupunha a existência de uma classe governante, dessa forma, a produção artística passa a ser mais centrada na figura e valorização do corpo humano. Isso leva ao aperfeiçoamento da técnica, e a uma representação que extrapolou a concepção da realidade, focando na perfeição da figura humana. Muitas vezes, detalhes e marcas de imperfeições (que fugiam da proporção perfeita buscada) eram deixados de fora, levando à uma idealização do que era representado. Esse cuidado e estudo com a forma humana, influenciou incontáveis gerações de artistas em diversos movimentos e épocas, como os romanos, renascentistas e neoclássicos. É possível entender que, nesse período, a arte era produzida apenas pela arte, apenas com o objetivo de aperfeiçoar e retratar o que estava no centro ideológico da civilização, isto é, o homem.

A partir do século IV a.C., a civilização grega passa por um momento de crise intelectual, no que ficou conhecido como período helenístico. Isso leva à uma alteração na produção artística, que agora passa a ser focada na produção direcionada a um certo público, e passa a ser colecionada. Esse contexto assemelha-se muito ao contexto de produção renascentista, principalmente em relação ao patrocínio, a mercantilização e a associação entre arte e poderio econômico. Isso leva a uma competição entre os artistas e, a preocupação com a representação de uma beleza ideal, exacerba-se e mistura-se com uma dramaticidade, buscando afirmar a superioridade técnica. Aqui a arte se afasta definitivamente do caráter místico que herdara da influência egípcia ou daquela produzida pelos primeiros homens.

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