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Resumo - A Civilização do Espetáculo

Por:   •  9/6/2015  •  Resenha  •  1.680 Palavras (7 Páginas)  •  1.607 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

FERNANDA DEL NERO

GIOVANNA MENDES

GUILHERME LOUREIRO

RESUMO E OPINIÃO SOBRE O TEXTO “A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO”

SÃO PAULO

2015

A civilização do espetáculo

“A cultura, no sentido tradicionalmente dado a esse vocábulo está prestes a desaparecer. ” Mario Vargas Llosa

Antigamente, a cultura era uma espécie de consciência que nos mostrava a realidade, hoje atua como distração e entretenimento. Vivemos em uma civilização do espetáculo.

A expressão civilização do espetáculo é usada para definir uma sociedade onde o “entretenimento”, o “divertir-se” e o “escapar do tédio” são postos em primeiro lugar, o que não está de todo errado. Porém, leva a banalização da cultura, generalização da frivolidade e, no campo da informação, a proliferação do jornalismo irresponsável do escândalo.

O bem-estar que se seguiu aos anos de privações da Segunda Guerra Mundial e a liberdade de costumes adquirida naquela época constituíram um notável estimulo para a multiplicação das indústrias da diversão, promovidas pela publicidade. O crescimento das classes médias foi outro fator. A partir disso, a cultura passou a ser de alcance de todos por meio da educação, da promoção e subvenção das artes - todas as manifestações da vida: língua, crenças, usos e costumes, técnicas, tudo o que se pratica, evita, respeita e abomina.

Estamos em uma época de literatura, cinema e arte lights – aqueles que são mais práticos e simples de serem acompanhados, além de proporcionarem diversão -, a cultura agora propaga o conformismo, chegando a quase extinguir a crítica.

Chefes, estilistas, astros da televisão e grandes jogadores de futebol ocupam o lugar de importância que antes era de cientistas, compositores, filósofos e professores. O desaparecimento da crítica abre espaço para a publicidade, que exerce influência decisiva sobre os gostos, a sensibilidade, a imaginação e os costumes.

Nas obras de arte, o preço passou a se confundir com o valor. A música passou a ser o signo de identidade das novas gerações no mundo inteiro. Assim, no compasso de vozes e instrumentos exacerbados, que os alto-falantes amplificam monstruosamente, o indivíduo se desindividualiza, transforma-se em massa e de maneira inconsciente, volta aos tempos primitivos da magia e da tribo.

Em paralelo à massificação, há a ampliação do consumo de drogas em todos os níveis da pirâmide social. Em nossos dias o consumo maciço de drogas corresponde a um ambiente cultural que impede homens e mulheres a buscar prazeres fáceis e rápidos que imunizem contra a preocupação e a responsabilidade, em lugar do encontro consigo mesmo através da reflexão e da introspecção. As sensações de aturdimento e superexcitação são passageiras e exigirão doses cada vez maiores para serem alcançadas.

Outra característica da civilização atual é o laicismo, onde cada um tem a liberdade de escolher sua religião. A Igreja católica não é mais o único foco. A cultura de superfície é insuficiente para suprir certezas, mitos, mistérios e rituais das religiões. Os momentos de tranquilidade de espírito, certezas e alívios, que antes eram garantidos através de rezas, confissões e sermões dos párocos, são agora atingidos através do álcool e dos entorpecentes.

Na civilização do espetáculo, o cômico é rei. Estrelas de televisão e jogadores de futebol chegam a ser fortes atuantes na formação de opinião da massa até mesmo em relação à política.

Por este e outros motivos, atualmente, o intelectual opta pela discrição ou abstenção no debate público. O descrédito atribuído a gerações de intelectuais que incidiram em virtude de suas simpatias pelos totalitarismos nazista, soviético e maoísta, além de sua cegueira em relação ao Holocausto e os massacres da Revolução Cultural Chinesa, é outra razão a ser considerada.  

No entanto, o motivo principal da total perda de interesse da sociedade pelos intelectuais é consequência direta do ínfimo valor que o pensamento tem na civilização do espetáculo. Porque houve o empobrecimento das ideias como força de motriz da vida cultural, os meios audiovisuais foram deixando os livros para trás. São preferíveis as imagens ao invés das ideias, o humor em vez da sisudez, o banal em vez do profundo e o frívolo em vez do sério.

No cinema, que sempre foi uma arte de entretenimento, atores, diretores e roteiros estão sendo postos em segundo plano, atrás dos efeitos especiais, onde são feitos verdadeiros milagres no campo da simulação e da fantasia visuais. Fruto de uma cultura que propicia o menor esforço intelectual. A entrega submissa a emoções e sensações desencadeadas por um bombardeio inusitado e muitas vezes brilhantismo de imagens que chama a atenção, embora, com sua natureza primária e passageira, embotem a sensibilidade e o intelecto do público.

Em nossos dias, o que se espera dos artistas não é talento nem destreza, mas pose e escândalo, seus atrevimentos não passam de máscaras de um novo conformismo. O que antes era revolucionário virou moda. Essa confusão transformou o mundo das artes plásticas num carnaval em que genuínos criadores e oportunistas embusteiros andam misturados, sendo frequentemente difícil distingui-los.

Na civilização do espetáculo a política passou por uma banalização talvez tão pronunciada quanto a literatura, o cinema e as artes plásticas, o que significa que nela a publicidade e seus slogans, lugares-comuns, frivolidades, modas e manias, ocupam quase inteiramente a atividade antes dedicada a razões, programas, ideias e doutrinas. Para conversar com o público, hoje em dia, o político precisa dar atenção ao gesto e a forma, que importam mais que valores, convicções e princípios.

É uma época de frivolidade, maneira de entender o mundo, a vida, segundo a qual tudo é aparência, ou seja, teatro, ou seja, brincadeira e diversão.

Graças à progressiva liberalização dos antigos preconceitos e tabus de caráter religioso, o tema liberdade sexual está cada vez mais presente, em contrapartida, a emancipação sexual foi, também, a banalização do ato sexual, que, para muitos, se converteu em esporte ou passatempo. Foi então criado o termo “sexo light”, aquele que é feito sem amor e sem imaginação, puramente instintivo e animal.

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