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Theodor Adorno e a Escola de Frankfurt

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Por:   •  6/6/2014  •  Bibliografia  •  1.139 Palavras (5 Páginas)  •  494 Visualizações

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Theodor Adorno e a Escola de Frankfurt

A trajetória teórica e biográfica do filósofo Theodor Wiesengrund-Adorno está intimamente ligada ao grupo mais importante de pensadores do Instituto de Pesquisa Sociais de Frankfurt, fundado em 1924 e conhecido como Escola de Frankfurt, de tradição marxista. Entre eles, além de Adorno, cabe mencionar Walter Benjamin, Max Horkheimer e mais tarde o herdeiro da tradição, Jürgen Habermas. Embora outros nomes tenham se destacado, como o de Herbert Marcuse, por exemplo, é possível identificar uma unidade teórica entre aqueles quatro autores. Essa unidade se dá pela chamada "Teoria Crítica", em que a razão só pode ser defendida pela via de uma crítica a ela mesma. Podemos afirmar que os trabalhos desse grupo tratam de uma reflexão crítica sobre os principais aspectos do capitalismo, da sociedade e da cultura do século XX, no quadro de experiências do nazismo e do stalinismo. Por suas posições, com a ascensão do nacional-socialismo na Alemanha, a Escola foi obrigada a transferir-se para Genebra em 1933, em seguida para Paris e, finalmente, para Nova York. Somente em 1950, já no pós-guerra, é que os principais integrantes puderam regressar à Alemanha e reorganizá-la.

Adorno nasceu em 1903 e morreu em 1969, em Frankfurt. Na década de 1930, refugiado na Inglaterra, lecionou na Universidade de Oxford. Por essa época, escreveu vários ensaios críticos sobre o caráter social e potencialmente transformador da música, da qual era um estudioso e profundo conhecedor. No fim da década, mudou-se para os Estados Unidos, onde escreveu com Horkheimer a obra seminal Dialética do esclarecimento,publicada em 1947. Em 1950 regressou à Alemanha para reorganizar a Escola em companhia de Horkheimer. Escreveu inúmeros trabalhos sobre os mais variados assuntos culturais e filosóficos. Dentre eles um importante trabalho em que apresenta a sua compreensão sobre o método dialético: a Dialética negativa, em 1966.

Tanto na Dialética do esclarecimento como na Dialética negativa, Adorno dedicou-se à dialética, entendendo-a como um método crítico capaz de enfrentar os inúmeros desafios teóricos ditados pela hegemonia do pensamento positivista e pelo idealismo hegeliano. Somaram-se a essas questões, outras, concernentes à reprodução ideológica do capitalismo contemporâneo e aquelas ligadas às formas totalitárias stalinistas e nazistas. A dialética, para Adorno, teria a incumbência de ser uma reflexão filosófica sobre aquilo de que os conceitos e análises não dão conta. Ela deveria se constituir num pensar ousado sobre exatamente o que lhe escapa, aliás a única saída para se pensar filosoficamente.

Na Dialética do esclarecimento (1985 [1944]), os autores Adorno e Horkheimer avisam que o positivismo assumiu a magistratura de uma razão esclarecida em que nada supostamente lhe escaparia. Os fenômenos são traduzidos em um sistema de vários signos interligados e o pensamento se transforma em instrumento matemático. A lógica formal na sua expressão máxima, através da matemática, fornece o esquema de calculabilidade do mundo; o procedimento matemático torna-se o ritual do pensamento, instaurando-se como necessário e objetivo. Nesse quadro, o desconhecido, o opaco, ou ainda, o inexplicável, tornam-se incógnitas de equações no quadro de teoremas matemáticos. Entretanto, o que aparece como triunfo de uma racionalidade objetiva e a submissão de todo ente ao formalismo lógico tem por preço a subordinação obediente da razão ao imediatamente dado. No quadro do positivismo e da razão esclarecida, o factual tem a última palavra, o conhecimento se restringe à repetição e o pensamento transforma-se em tautologia (Adorno e Horkheimer, 1985 [1944]).

Ao identificar o mundo matematizado com a verdade, o pensamento positivista acredita estar a salvo do retorno do mítico ou do destituído de significado. Mas o esclarecimento na sua obsessão matematizante é a própria radicalização da angústia mítica. Aprisionadas pelo mito, tanto a ciência como a técnica refletem o desencanto das esperanças de que o iluminismo instauraria o poder do homem sobre elas, libertando-o do medo, da magia e do mito. Caminhando por essa área de técnicas reificadas, Adorno cunha o nome de indústria cultural à produção, comercialização e exploração de bens culturais próprias das técnicas de reprodução (a produção em série e a homogeneização). Essas técnicas

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