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Escola De Frankfurt E A Teoria Crítica

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Por:   •  21/12/2013  •  2.033 Palavras (9 Páginas)  •  857 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

Utilizando como base os estudos feitos pela Escola de Frankfurt e seus conceitos de Teoria Crítica, iremos apresentar uma análise da influência dos meios de comunicação, e principalmente da mídia de massa, na população brasileira. Mais do que isso, vamos observar como essa mídia dominou as pessoas e transformou sua vida e seu cotidiano.

Para enfatizarmos ainda mais essas observações, retornaremos a um dos períodos mais conturbados e sombrios que o Brasil já viveu, o Regime Militar que se começou no ano de 1964 e terminou em 1985, já que foi nessa época em que o governo utilizava o “mass midia” para controlar os cidadãos e aliená-los aos verdadeiros ocorridos e fatos políticos.

Muitos dos jornalistas e artistas que se mostraram contra a Ditadura foram perseguidos e até mesmo mortos. Muitos desses casos só foram desvendados recentemente, as pessoas durante a ditadura não obtinham as informações livremente, apenas aquelas especialmente selecionadas ou dirigidas para o público. Com isto temos o objetivo de ilustrar o impacto e a força que a mídia exerce sobre nossas vidas a todo instante.

2- TEORIA CRÍTICA (ESCOLA DE FRANKFURT)

A Escola de Frankfurt consistia em um grupo de intelectuais que na primeira metade do século passado produzia um pensamento conhecido como Teoria Crítica. Dentre eles temos Theodor Adorno, Max Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamim. Com a II Guerra Mundial, eles saíram de Frankfurt, na Alemanha, para se refugiar nos Estados Unidos, voltando apenas na década de 50. Devemos à Adorno e Horkheimer a criação de um conceito que se tornou central para os estudos culturais e as análises de mídia: o conceito de indústria cultural.

A dedicação da Escola de Frankfurt foi, a partir da década de 20, o estudo dos problemas tradicionais do movimento operário, unindo trabalho empírico e análise teórica. Em virtude da perda de sua tradição intelectual, o marxismo para os frankfurtianos será alvo de um movimento autorreflexivo. O que será característico no marxismo ocidental é esta autorreflexão do que era, foi e seria futuramente o marxismo, com obras que trataram de temas como o “novo” papel do materialismo histórico, o conceito de história, a tomada da consciência de classe, a cultura, a arte, literatura, enfim, todo considerado como categorias e instrumentos para se pensar as transformações, a validade, as limitações, possíveis caminhos e leituras do marxismo diante da sociedade industrializada moderna. Segundo Danilo Marcondes, os autores ligados à Escola de Frankfurt não se pretendiam realmente comentadores ou intérpretes do pensamento de Marx, mas tinham como proposta buscar inspiração no marxismo para uma análise da sociedade contemporânea.

O ponto de partida da teoria crítica é, portanto, a análise do sistema da economia de troca: Desemprego, crises econômicas, militarismo, terrorismo, a inteira condição das massas, etc. Os autores dessa escola buscavam enfrentar temáticas novas que adotam as dinâmicas societárias do tempo, como o autoritarismo, a indústria cultural, a transformação dos conflitos sociais nas sociedades altamente industrializadas. Além de compreender o sentido dos fenômenos estruturais, primários, da sociedade contemporânea, o capitalismo e a industrialização.

Herbert Marcuse, um dos intelectuais que produziu essa teoria, diz:

“Os fins específicos da teoria crítica são a organização da vida em que o destino dos indivíduos dependa não mais do acaso e da cega necessidade de relações econômicas incontroladas, mas da realização programada das possibilidades humanas (Marcuse, 1936,p.29,citado em Rusconi,1968).”

Nesse estudo, é feita uma grande crítica à indústria cultural, que aplicava grande domínio à sociedade, determinando o consumo e excluindo tudo que é novo, que se configura como risco inútil. Nesse contexto, o homem encontra-se entregue a uma sociedade que o manipula bem como entende: “O consumidor não é soberano, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, não é o seu sujeito, mas o seu objeto” (Adorno, 1951,p.3). O indivíduo é considerado apenas um fantoche manipulado pelas normas sociais.

A manipulação do público – buscada e conseguida pela indústria cultural, entendida como fora de domínio das sociedades altamente desenvolvidas – passa no meio televisivo mediante efeitos que se realizam nos níveis latentes das mensagens. A estratégia de domínio da indústria cultural vem de múltiplas táticas. Nas sociedades capitalistas avançadas, a população é mobilizada a garantir a manutenção do sistema econômico social através do consumo estético em massa, que é articulado pela indústria cultural.

A origem da indústria cultural, se deu através da sociedade capitalista que acabou transformando a cultura num produto comercializado. A produção da indústria cultural, é direcionada para o retorno lucrativo, tendo como base, padrões de imagem cultural. Para Horkheimer e Adorno, os termos modernos criaram a idéia de que não apenas somos seres livres e distintos, como podemos construir uma sociedade capaz de permitir a todos uma vida digna, onde cada indivíduo possa se realizar. Horkheimer, Adorno e Marcuse, referiam-se com o termo indústria cultural, à conversão da cultura em mercadoria, ao processo de subordinação da consciência à racionalidade capitalista. Para eles, o problema maior, era não apenas o fato de o conhecimento, a literatura e a arte em si, senão os próprios seres humanos se tornarem produtos de consumo.

É importante lembrar que os pensadores frankfurtianos criticaram a cultura de massa não porque ela é popular e atinge inúmeras camadas, mas porque essa cultura conserva violências e a exploração que as massas têm sido submetidas desde o início da história.

3 – ANÁLISE CRÍTICA DA MÍDIA DURANTE O REGIME MILITAR NO BRASIL

3.1- MÍDIA E DITADURA NO BRASIL

Após o Golpe Militar instaurado no ano de 1964, muitos jornalistas e meios de comunicação passaram a se ver obrigados a seguir a norma imposta pelo Regime, que censurava qualquer tipo de ameaça à sua soberania ou aos seus valores. Enquanto a maioria da grande imprensa sofria censura da ditadura, ou se afinava com o governo de vez, os jornais alternativos denunciavam os abusos de tortura e violação dos direitos humanos no Brasil. Esses pequenos jornais ou revistas eram redigidos por jornalistas de movimento popular ou de orientação política de esquerda,

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