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Ética complexa

Seminário: Ética complexa. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/1/2015  •  Seminário  •  436 Palavras (2 Páginas)  •  161 Visualizações

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A ética complexa reconhece a complexidade do bem e a complexidade do mal.

Encontrei a complexidade do bem em suas contradições e em suas incertezas (insuficiência de

boas intenções, ecologia da ação, desvios, ilusões).

Mas contornei ao longo deste livro o enigma do mal, pois enfrentava uma incerteza e chocavame

com uma contradição, o que examinarei a seguir.

Como foi indicado no capítulo sobre o "Retorno às fontes cósmicas" (primeira parte, capítulo

lI), um mundo só pode advir pela separação e só pode existir na separação: diabolus é quem separa. É

interessante observar que, no masdeísmo como na religião de Manes, a origem do mundo é diabólica.

Sem diabolus, não há mundo, pois não há como existir sem as separações do tempo e do espaço, as

separações entre as coisas, entre os seres. Mas sem unidade no separado, não há mundo tampouco.

Mais: a unidade do mundo engloba as separações e as limita e relativiza. Em outras palavras, o que une

e o que separa nascem ao mesmo tempo (Masda e Arimã são as duas figuras antinômicas do mes-mo,

assim como Deus e o Diabo).

A separação aumenta e intensifica-se com a dispersão das partículas, dos átomos, das estrelas,

das galáxias.

Contudo, como vimos, as forças cósmicas de religação desenvolveram-se a partir da separação,

por encontros, afinidades, associações, integração dos átomos às estrelas.

A "Arque-Mal" do universo, essa força de separação, é inseparável da existência do nosso

universo; e a "Arque-Bem", a religação, é inseparável da separação. Se o mal é separação, e o bem

religação, o mal permite o bem. O princípio da religação não poderia ser independente do seu

contrário. É preciso, então, colocá-los em relação complexa (não apenas antagônica, mas também

concorrente e complementar).

O nosso universo é "imperfeito", mas a imperfeição é a con-dição da sua existência: a perfeição

teria feito do universo uma máquina absolutamente determinista, à Laplace, na qual nenhum

acontecimento, nenhuma existência singular, nenhuma inovação, nenhuma criação seriam possíveis.

A imperfeição, necessária à existência do mundo, compor-ta, ao mesmo tempo, o mal e o bem

cósmicos. Certo, as forças de religação são forças "fracas" e, embora capazes de renovar-se, de

desenvolver-se, de regenerar-se, submetidas à hegemonia da se-paração e da dispersão.

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