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REVISÃO DE LITERATURA EM METODOLOGIA DE PESQUISA AMBIENTAL E AGRÁRIA.

Por:   •  9/1/2019  •  Trabalho acadêmico  •  6.643 Palavras (27 Páginas)  •  171 Visualizações

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Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural

Disciplina: Metodologia em Pesquisa Ambiental e Agrária.

Professor: Moisés Balestro.

Mestranda: Joice Marielle da Costa Moreira.              Matrícula:

REVISÃO DE LITERATURA EM METODOLOGIA DE PESQUISA AMBIENTAL E AGRÁRIA.

Nesse trabalho, procuramos realizar uma Revisão de literatura dos textos trabalhados na disciplina de Metodologia em Pesquisa Ambiental e Agrária. Para isso, focamos nossa atenção nos conteúdos relacionados ao Desenho de Pesquisa, e buscamos compreender de que forma é feito e quais as técnicas utilizadas em sua realização, a partir da visão dos diversos autores trabalhados durante o semestre.

Com isso, buscamos reunir as principais ideias dos autores trabalhados, de modo a compor um texto que posso contribuir e servir de base para a formulação do capítulo de Metodologia no Texto de Dissertação de Mestrado. De acordo com o método de elaboração, nos propomos a realizar aqui uma Revisão Narrativa de Literatura.

Foram trabalhadas, no decorrer da disciplina, cinco obras de autores distintos: John Gerring; Gary King, Robert O. Keohane e Sydney Verba; Uwe Flick; Anselm Strauss e Juliet Corbin; Earl Babbie. Pretendemos, então, revisar os principais aspectos de cada um dos conteúdos trabalhados nas obras desses autores propostas para a disciplina.

Começamos pelo estudo da obra de John Gerring, intitulada Social Science Methodology: a unified framework (Metodologia das Ciências Sociais: uma abordagem unificada). Nessa obra, John Gerring se propõe a identificar as atribuições básicas das Ciências Sociais, as estratégias necessárias para que seja possível concretizar tais atribuições, bem como as condições associadas a cada atribuição e estratégia, com o objetivo de evidenciar as normas compartilhadas que conduzem, de forma implícita ou explícita, as ações na comunidade dos cientistas sociais. Nesse sentido, Gerring defende que uma abordagem unificada seria útil para estabelecer um “chão” relativamente comum, que sirva de base para o trabalho e a reflexão dentro do campo de estudos de Metodologias das Ciências Sociais.

Foram trabalhadas na disciplina as partes I e II da obra de John Gerring. Composta por quatro capítulos, na primeira parte da obra Gerring busca familiarizar o(a) leitor(a) com os conceitos gerais presentes na área das ciências sociais.

O primeiro capítulo introduz essa ideia geral, enquanto o segundo (Origens) traz os dois conceitos compreendidos por Gerring como essenciais a todos os cientistas sociais. São eles Descoberta e Avaliação (ou Apreciação). Nesse sentido, Gerring afirma que o principal objetivo da ciência é descobrir coisas novas sobre o mundo e avaliar o ‘valor verdade’ das proposições vigentes sobre o mundo. Nesse sentido, as ciências sociais poderiam ser entendidas como uma dupla busca por ‘descoberta’ e ‘avaliação’. Assim, o segundo objetivo da ciência seria assegurar que os “valores verdade” das proposições sobre o mundo podem ser rigorosamente testados (GERRING, 2012, p. 01 et. seq.)

Ao citar Karl Popper, Gerring defende que “O critério do status científico de uma teoria é sua falseabilidade, refutabilidade ou verificabilidade” (Idem, Ibidem, p. 31), sendo que o sinal de que uma proposição é irrefutável seria que “virtualmente qualquer conclusão poderia ser daí retirada”. Gerring destaca que, embora verdadeira por definição, tal definição não seria verdadeira se submetida a um teste empírico. Para Popper é exatamente isso o que acontece com várias teorias importantes, como o Marxismo e as teorias de Freud. Tais teorias não podem ser nem comprovadas nem refutadas, não estando, portanto, nem certas, nem erradas. Afirma, no entanto, que a refutabilidade não é uma questão dicotômica, mas uma questão de “graus de refutabilidade” (Idem, Ibidem, p. 29), podendo uma teoria ser mais refutável ou menos refutável, de acordo com os critérios estabelecidos.

Em seguida, já tendo introduzido os objetivos da ciência, o autor se propõe a analisar suas consequências em atividades metodológicas mais específicas. Aconselha que a pesquisa seja conduzida de modo exploratório, no qual o principal objetivo seria encontrar uma “Questão de pesquisa” e uma Hipótese relevantes. Para isso, o autor faz orientações específicas, divididas em sessões, e se vale de verbos de ação para conduzir tais orientações. Assim, para se “achar uma questão de pesquisa” é importante que o(a) cientista social: Estude a tradição; Comece de onde está; Saia do próprio “quintal” (no sentido de explorar outras áreas com as quais não esteja tão familiarizado); “Brinque” com as ideias; Pratique a descrença; Observe enfaticamente; Teorize amplamente; Pense adiante e Conduza análises exploratórias.

Em seguida, Gerring discute os critérios que são pertinentes a todos os Argumentos (Arguments) dentro das Ciências Sociais: Verdade, Precisão, Abrangência, Delimitações, Parcimônia, Coerência, Comensurabilidade e Relevância. Define “argumento” como “aquilo que especulamos que possa ser verdadeiro sobre o mundo”, e defende que um argumento completo consiste em um conjunto de conceitos chave, hipóteses testáveis (proposições) e, talvez, um modelo formal ou uma abordagem teórica mais ampla. É importante destacar que, para o autor, todas as tarefas, estratégias e critérios explorados são formas de se alcançar ou exemplificar a Descoberta ou a Apreciação (avaliação).

Em Análise, quarto e último capítulo da Parte I, algumas das questões centrais propostas por Gerring são “O que está sendo discutido?” e “É verdade?” (Idem, Ibidem, p. 74). Com relação a isso, o autor defende a necessidade de distinguirmos entre as propriedades formais de um argumento e os métodos por meio dos quais tentaremos responder ao argumento, o que poderia ser feito por meio das duas questões por ele propostas. A distinção entre as questões também marcaria uma separação entre a teoria e a análise, e Gerring afirma que “A metodologia entra onde o senso comum falha” (Idem, Ibidem, p. 75).

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