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9 comentários para "O texto é longo, mas a noite acabou (Fernando Vilewicki)"

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Por:   •  12/6/2014  •  Resenha  •  2.685 Palavras (11 Páginas)  •  332 Visualizações

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18/jun/2013, 16h01min

O texto é longo, mas a noite foi mais (por Fernando Wielewicki)

Por Fernando Wielewicki

Quando ontem (17/06) me perguntaram se eu não tinha medo de ir ao protesto que estava marcado para a noite de segunda-feira na minha cidade, Porto Alegre, respondi que não. Tendo acompanhado a repercussão negativa da atuação da Polícia Militar em São Paulo – que não poupou nem a imprensa -, e sabendo da multidão que encontraria na Praça Montevidéu, fui às ruas acreditando em um desfecho pacífico para uma noite de ato unificado nacional.

A concentração em frente à Prefeitura estava bonita e plural, uma profusão dos mais diversos ideais. Nem posso dizer que concordava com todos, mas era impossível não ficar feliz vendo o povo acordado. Apenas estranhei quando um sujeito que, sozinho, registrava tudo com seu celular, começou a tirar fotos minhas. Fui informado de que se tratava de um P2 (policial à paisana) e que estava presente em diversos protestos coletando imagens de manifestantes. Verdade ou não, fiquei desconfiado. Por que a polícia deveria monitorar manifestantes? Fora isso, a manifestação, de fato, seguia pacífica, e a Brigada Militar definitivamente não parecia fazer parte do evento.

Subimos a Avenida Borges de Medeiros cantando contra o aumento das passagens, contra a copa, contra a violência e, no final das contas, a favor de uma sociedade mais decente. Foi lindo ver a multidão sem fim na João Pessoa, mais gente do que a curvatura da avenida permitia ver. Também foi demais ver pessoas (talvez mais tímidas que os manifestantes que saíram às ruas) dando todo apoio das janelas, com bandeiras brancas, aplausos e sorrisos. Os únicos momentos em que a alegria não era predominante eram aqueles em que algumas pessoas batiam em latas de lixo e grades de prédios ou estampavam sua revolta em pichações, e eram então repreendidas pelos setores mais moderados do movimento. Discordamos, mas fomos um. Até os baderneiros chegarem.

Amigos, quando digo baderneiros, não me refiro aos corajosos que transcendem nosso instinto de ordem pequeno-burguês e arriscam a própria pele atacando OBJETOS por uma vida mais digna para as PESSOAS. Me refiro, sim, às criaturas fardadas que atacam o povo que pede por uma vida mais justa. Mas, antes de adentrar neste ponto, me sinto na obrigação de relatar minha experiência e de um grupo de amigos a partir da esquina da Azenha com a Ipiranga.

A cena era marcante. Uma pequena quantidade de manifestantes não resistia à tentação e quebrava, com muita vontade, os vidros de uma loja da Honda. Penso que ali caíam apenas vidros, mas era a obscenidade da ostentação consumista que aqueles jovens atacavam. Não sei, não faria, mas não julgo. Certamente a ação não foi apoiada pela maioria. Mas a vida segue, e nos dirigíamos para a sede da Zero Hora. Parecia que finalmente ia acontecer: faríamos muito barulho na frente daquela que abusa de sua posição para distorcer tudo que tentamos construir, que vira o povo contra o povo, que promove a mediocridade, que mente, que seleciona a informação e, com tudo isso, nos deixa com muita raiva. E foi aí que algo deu errado – e não poderia ser diferente. O povo acordado – e éramos muitos, mais de dez mil – quis dizer para a RBS que ela tem sua participação em tudo isso que nos causa indignação, e a Brigada Militar não deixou. Fomos carinhosamente recebidos com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha, e não foram poucas. A multidão se aglomerava dos dois lados da Avenida Ipiranga. O direito de expressão e de ir e vir foram totalmente postos de lado em nome de uma ordem, mas não qualquer ordem: a ordem da mídia dos absurdos. Uma coisa posso afirmar: o patrimônio público nunca foi tão bem defendido quanto os arredores da ZH. Felizmente, o vinagre e a coragem nos mantiveram lá, e os policiais ouviram uns bons insultos. Só que não somos militares, e não sabemos organizar uma formação. Numa tentativa de mudar a rota, seguindo pela Azenha, a loucura e a covardia tomaram conta. Cascos num ritmo agitado. Um som que, para mim, pertencia aos filmes, foi o alerta de que era hora de correr.

Depois de um tempo, conseguimos sair por uma rua, entrar por outra, e finalmente achar um grupo maior. Apenas pensava: “Fomos perseguidos por cavalos. Surreal.” E as bombas continuavam. Gente apavorada, olhos ardendo, o caos. “Filhos da puta” parecia ser a única constatação possível para a situação. Mas, como disse antes, os baderneiros eram eles, e conseguimos nos reagrupar na João Pessoa. A partir disso, o amor já havia acabado, apenas a Turquia ainda não tinha chegado. Acredito que até os mais moderados ou conservadores, tendo sentido na pele a repressão, entenderam que a paz era algo muito relativo para o momento. Mesmo assim, seguimos a caminhada, aproveitando um pouco a trégua possibilitada pela distância

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