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A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE IDENTIDADE DE GÊNERO, E COMO ISSO AFETA NOSSO MODO DE EDUCAR

Por:   •  21/11/2015  •  Artigo  •  5.690 Palavras (23 Páginas)  •  256 Visualizações

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A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE IDENTIDADE DE GÊNERO, E COMO ISSO AFETA NOSSO MODO DE EDUCAR.

Daniele Schneider

César Henrique Capóia

  1. RESUMO

Este trabalho, define oque é o conceito de gênero e apresenta uma breve historia de como esse conceito foi evoluindo ao longo dos anos, sofrendo influencia de movimentos como o feminista. Por fim veremos que todos nos estamos participando constantemente na construção desse conceito e como isso afeta nosso modo de educar. Usa-se a metodologia de pesquisa qualitativa.

Palavras-chave: Gênero – Identidade – Construção – comportamento.

  1. INTRODUÇÃO

Desde pequenos, já temos predefinições da nossa identidade sexual. Isso se deve ao pensamento friamente biológico a respeito do papel de cada individuo na reprodução da espécie, ou seja, ao se levar em consideração fatores biológicos que formaram os genitais humano, somos anatomicamente definidos como sexo masculino e feminino, ou homem e mulher. No entanto como deve ou pode se comportar um individuo anatomicamente masculino ou feminino?

Em certas culturas, ações ou atitudes que são designadas para pessoas de sexo anatômico masculino, podem ser designadas para pessoas de sexo anatômico feminino para outras culturas. Assim e razoável concluir que ter um corpo Feminino não significa que a mulher deseja realizar-se como mãe. Corpos masculinos podem expressar gestos tidos como femininos em determinado contexto social. Essa ideia esta sendo construída e desde o começo dos anos 1900, houve movimentos, como o feminista, por exemplo, que despertaram o mundo para essa questão.

Esse tema de discussão não é novo entre pesquisadores e docentes. Muitas obras já tratam desse assunto aplicando em diversas facetas do cotidiano, seja na vida escolar, no âmbito de convívio social, nas relações familiares e na questão da inclusão social como um todo.

Entre as muitas autoras importantes para o desenvolvimento do conceito de gênero, destacasse a antropóloga norte-americana Gayle Rubin, que em 1975 defendeu a ideia da existência de um sistema sexo-gênero em todas as sociedades. Outra contribuição importante e muito conhecida no Brasil é o texto Gênero: uma categoria útil de análise histórica, de Joan Scott. Esta publicação contribuiu para que pesquisadores da área de ciências humanas reconhecessem a importância das relações sociais que se estabelecem com base nas diferenças percebidas entre homens e mulheres.

Para se localizar na linda do tempo, devemos primeiro recapitular como se encarava as ideias de gênero, em algumas sociedades antigas, a partir de então veremos um pouco do porque pensavam assim e como isso tem mudado. Por exemplo, no Texto CIDADANIA, RELAÇÕES DE GÊNERO E RELAÇÕES DE TRABALHO, por Alice Monteiro de Barros, é abordada um pouco a visão histórica de como era visto o papel da mulher na sociedade Romana e grega, onde as mulheres tinham  relevante papel na sociedade. “Às mulheres era conferido o direito de participarem de banquetes, de assistirem aos espetáculos, e eram representadas na pintura e na escultura”. A mesma autora destaca a diferença de pensamento em relação ao pensamento da Grécia Antiga. “Vê-se que, na época etrusca, as romanas não se confinavam nos gineceus, como ocorria com a mulher na Grécia Antiga”.

Além das três citadas acima, o dossiê FEMINISMO, HISTÓRIA E PODER de Céli Regina Jardim Pinto, é muito útil na investigação da história desse movimento. A ligação entre o movimento feminista e a diversidade sexual esta na obra DIVERSIDADE SEXUAL - UMA BREVE INTRODUÇÃO de Kelly Kotlinski. O artigo EDUCAÇÃO, RELAÇÕES DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL de Nilson Fernandes Dinis, também e muito útil para entender melhor como a construção do conceito de gênero evoluiu muito durante o movimento feminista, esse trabalho também traça um ponte interessante de como todos os integrantes do processo educacional, estão inseridos na construção da ideia do conceito de gênero, e como os educadores, mais especificamente podem ajudar seus educandos a se encontra na linha do tempo.

De acordo com o Sergio Carrara, no texto, EDUCAÇÃO, DIFERENÇA, DIVERSIDADE E DESIGUALDADE; “Além de relações históricas, há em situações bem cotidianas uma espécie de sinergia entre atitudes e discursos racistas, sexistas e homofóbicos”. Um exemplo talvez banal: se um adolescente ou aluno manifesta qualquer sinal de homossexualidade, logo aparece alguém o chamando de “mulherzinha” ou “mariquinha”. Essa é a aplicação que considero mais pratica, na realidade e vivencia de um educador, por isso me basearei muito nessa obra.

De que maneira pretendo refletir esse tema? Procurarei me basear, em parte, no livro Projeto DIDÁTICA-ZINE, de Camila Puni.  Acredito que essa obra atinge seu objetivo de trazer a reflexão por meio de imagens provocativas ao nosso senso comum. O mesmo livro leva ainda questões que dizem respeito a relações étnico-raciais e, em alguns momentos, “sobre capacitismo, trans-lesbo-homofobia e gordofobia” Segundo eles mesmo definem.

Inicialmente Buscarei definir oque é o conceito de gênero, para isso cito como referencia o texto Sexualidade, Sociedade e Politica, que vimos no módulo III sobre sexualidade e orientação sexual.  A sexualidade, ao contrário do que se pensa, não é uma questão de “instintos” dominados pela natureza ou apenas de impulsos, genes ou hormônios. Tampouco se resume às possibilidades corporais de vivenciar prazer e afeto. Ela é, sobretudo, uma construção. A sexualidade envolve um processo contínuo, e não linear, de aprendizado e reflexão por meio do qual, entre outras coisas, elaboramos a percepção de quem somos. Esse é um processo que se desdobra em meio a condições históricas, sociais e culturais específicas. Nascemos dotados de determinadas capacidades biológicas. Todo o resto se constrói e vai se formando ao longo da vida. Por isso, expressões da sexualidade humana, são tão diversas.

No dia a dia da educação nós, professores e orientadores pedagógicos, lidamos constantemente com alunos que estão na sua plena formação de gênero, e muitas vezes sofrem consigo mesmo por causa dessas ideias concebidas. É papel do educador e da equipe pedagógica entender que tal aluno deve se sentir incluso em todo um processo de construção de gênero e que, por tanto, ele não e alguém inferior. O projeto de pesquisa visa resumir aspectos históricos que contribuíram para que o ser humano evoluísse o conceito de gênero, e nos ajudará a ver onde estamos na ocorrência dos fatos e com podemos contribuir para esse processo de construção de gênero.

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