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A ]Dependência Afetiva e Gênero

Por:   •  17/3/2022  •  Artigo  •  2.198 Palavras (9 Páginas)  •  123 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Desde que as redes sociais entraram na vida das pessoas que é visível a necessidade que se tem de expor os momentos felizes vividos, ao fazer isso descobre-se o quanto se é especial ao ter a atenção de todos. Ao mesmo tempo em que se é seguido, também se tem acesso às informações da vida de milhares de pessoas ao redor do mundo. Assim, as mídias sociais colocam as pessoas em uma árdua disputa para ver quem tem a vida mais interessante e feliz. Esquece-se que o lado ruim existe para todos, ele só não aparece nas fotos. Inevitavelmente, compara-se a vida do outro com a própria e chega-se à conclusão de que o que está relacionado ao outro é sempre melhor, mais caro, mais bonito e feliz e assim tornam-se infelizes com a própria vida, o que gera um sentimento de baixa autoestima e tristeza. Soma-se a isso um anseio ambíguo de solidão. Nesse cenário, o sujeito não é capaz de estabelecer relações profundas, vivendo apenas superficialmente, indo ao encontro da angústia e ao vazio existencial.

Concomitantemente com esse crescimento a mídia, a indústria da beleza e a cultura do consumo tem contribuído para o adoecimento da população. A todo momento os usuários são expostos a imagens que não condizem com a realidade física e financeira da população, difundindo valores superficiais voltados a corpos magros e malhados, com roupas e acessórios da moda, que são rapidamente descartados para o lançamento da coleção seguinte, ligando felicidade e bem estar ao ter, ao que é jovem e ao belo. Esse bombardeio de ilusões gera nas pessoas o desejo a cultivar esses valores e de pertencer socialmente, provocando insatisfação com a autoimagem, quando em comparação com os modelos referência das mídias, tendo como resultado uma corrida desenfreada de consumo de modas transitórias, produtos, academias, tratamentos e medicamentos que prometem magreza, beleza e juventude e cirurgias plásticas relacionadas a preocupação com a imagem física.

Portanto, este projeto de extensão pretende criar oficinas de grupo com alunos da Faculdade Promove, unidade Prado, para que juntos possam construir meios de elevarem sua autoestima, aprender uns com os outros diante da experiencia do grupo por meio de debates sobre o tema. Pondo em discursão e cultivando valores que vão além do estético, resgatando cidadania, subjetividade e autoestima, alavancando uma discussão e reflexão sobre saúde mental para o público beneficiado, por meio de dinâmicas em grupo inspirados na autonomia do sujeito e na diversidade humana. Tal iniciativa pretende promover o aluno como parte ativa e produtiva da instituição e da sociedade, estimulando-os para a construção da subjetividade processo esse que embora seja interno depende da experimentação externa através da relação com o Outro e com a cultura.

CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos dias atuais estamos conectados imediatamente sem mediação do Outro, apresentamos virtualmente e instantâneo. As ações e as postagens apresentam-se diretamente ao ato, assim a encenação dos corpos se faz ver e ouvir. A fotografia exposta com o corpo passa a ter valor que é medido pelas curtidas, comentários e compartilhamentos, bem como a marca da presença do outro no mundo, trazendo emoções e expectativas no capturar algo ou um momento, no olhar daqueles que veem as fotos e no sujeito olhado (LIMA at. Al. 2015)

As práticas componentes da cultura, ates transferida pela comunidade, passaram a ser transmitidas pela moda, nos cuidados com o corpo, nas formas de lazer e na alimentação. A cultura e o mercado criam uma aliança de modo que a cultura está muito atrelada ao consumir, com isso as imagens, as produções culturais e a vida social se tornaram área de atuação do capitalismo que passou a estabelecer a partir das funcionalidades socioeconômicas, as formas de consumos e as produções de mercadorias estão muito ligadas aquilo de valor representado nas imagens, como atitudes, hábitos e estilos de vida (OLIVEIRA 20016).

Diante do consumo das imagens pelas massas a moda ganha destaque e se estende como mercado à grande maioria das pessoas, dando força ao consumo de uma infinidade de objetos (roupas, assessórios, produtos e artigos), estilo de vida e bens de serviços ligados aquilo que está sendo exposto nas mídias (emagrecimento, turismo e lazer), lembrando que o que mais é evidenciado é o que está sendo consumido, como o que está ligado a manutenção do corpo e vinculando também ao turismo, a alimentação e o conforto. Vale lembrar que existe uma rotatividade efêmera do que é exibido, fazendo com que tudo seja descartado rapidamente, fomentando o desejo pelo novo, e sustentando o consumo desenfreado, assim um novo produto, associado a um personagem admirado, se torna indispensável (TRINCA 2008).

Os princípios fundamentais da atualidade é transformar a realidade em imagem, priorizando mais as representações e o simbólico em detrimento do real, pode-se observar o fenômeno do predomínio destes nos mais variados setores da vida, deixando perpetuo o tempo presente registrado e as narrativas históricas passaram a meros fragmentos, aqui o que se vê se torna mais importante do que os fatos, deixando impactos significativos no que tange as formas de relacionamento com a corporeidade.

Existe um poder midiático que invade a intersubjetividade e a subjetividade, em que o publico e o privado se confundem e os sujeitos se tornam espectadores passivos da imposição de uma sociedade superficial, alienando-se a valores associados ao mercado em que o ideal de felicidade está ligada ao consumir. As identidades dos sujeitos são tamponadas a fim de que as identidades fornecidas pelas imagens veiculadas nas mídias, principalmente aquelas que exibem corpos com belezas ideias, forjados por aplicativos, com muito sucesso e fama, sejam evidenciadas e reproduzidas de forma cada vez mais fluida, instáveis sem profundidade, provocando uma desestabilização identitária.  

Frente a isso, o corpo se torna indispensável chegando a definir o eu, a imagem que apresenta as características dos sujeitos reduzindo a subjetividade àquilo que é visto e publicado, é através dela que se percebe a performasse, a saúde, a juventude, o quão poderoso se é e, até mesmo, a felicidade, pode-se ainda afirmar que o eu é o corpo.

Diante disso, para a atividade em grupo foi utilizado a leitura de Moreno e algumas técnicas. Para ele a relação em grupos terapêuticos se dá através da tele, um fator que atua na função dos agrupamentos, diferente da transferência psicanalítica que procura compreender os sentimentos projetados no terapeuta, esta faz com que um paciente tenha insights, avalie e sinta a vivencia de outras pessoas, envolvendo e contemplando o papel social do outro, pode surgir a partir de uma situação transferencial, uma dinâmica, uma dramatização e vai aumentando durante as sessões. Em suas pesquisas observou que os participantes que se envolviam em um sociograma adquiriam maior coesão grupal, com maior índice de interação. Segundo Earl A. Loomis no livro fundamentos do psicodrama:

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