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A FAMÍLIA PATRIARCAL NA CONTEMPORANEIDADE

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Por:   •  28/3/2013  •  1.279 Palavras (6 Páginas)  •  1.359 Visualizações

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GABRIELA CAVALCANTE DA SILVA

INGRID PEREIRA SANTANA

JANIGLEIDE RIBEIRO ARAUJO

JAREDE SILVA DE JESUS

A FAMÍLIA PATRIARCAL NA CONTEMPORANEIDADE

FEIRA DE SANTANA

2011

A FAMÍLIA PATRIARCAL NA CONTEMPORANEIDADE

Gabriela Cavalcante da Silva*

Ingrid Pereira Santana**

Janigleide Ribeiro de Araújo***

Jarede Silva de Jesus****

Resumo

Este artigo faz uma reflexão sobre a família contemporânea brasileira em seus aspectos modernos e tradicionais, e suas respectivas mudanças. Para tanto se baseou em autores que trabalham, além da teoria psicanalítica, a relação do trabalho, individualismo na família e a intervenção da ciência sobre a educação. Hoje se exige muito do indivíduo em relação ao trabalho, valorizando o individualismo que compromete os laços afetivos nas famílias direta ou indiretamente. Por fim este artigo pretende mostrar a ciência do comportamento como um instrumento do sistema vigente e como ele interfere na relação com a família contemporânea brasileira.

Palavras-chave:Família. Individualismo. Ciências. Educação.

__________________________

*Discente do curso de Serviço Social da Faculdade Nobre de Feira de Santana.gabriela.gabizinha88@gmail.com

**Discente do curso de Serviço Social da Faculdade Nobre de Feira de Santana. ity_fsa@hotmail.com

***Discente do curso de Serviço Social da Faculdade Nobre de Feira de Santana. janigleid@hotmail.com

****Discente do curso de Serviço Social da Faculdade Nobre de Feira de Santana.jadys.silva1@hotmail.com

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo apresentar alguns pontos de reflexão sobre o debate atual em torno dos aspectos modernos e tradicionais da família contemporânea brasileira. Baseado em pesquisas realizadas por estudiosos e teóricos da psicologia e psicanálise, o referente artigo também trata do individualismo, fenômeno que surge na década de 60, no Brasil, decorrente de mudanças no cenário social e político.

As interrogações atuais sobre as tendências contemporâneas das formas de família, e das modalidades de se conceber o valor da família na sociedade brasileira, estão inspiradas na grande indagação sobre o futuro da instituição diante da expansão do individualismo. O valor conferido ao individualismo nos tempos modernos parece estar pondo em risco o valor atribuído à família como princípio social balizador. O individualismo na sua versão da alta modernidade, a introdução dos “novos saberes” nos conceitos familiares, produziram inequívocos efeitos nos princípios e nos valores conferidos a esta instituição.

2 A FAMILIA, O TRABALHO E O INDIVIDUALISMO

Estudos realizados acerca da instituição familiar apontam para a necessidade de analisar e compreender a coexistência dos aspectos modernos e tradicionais na família contemporânea brasileira. Transformações sociais e políticas, decorrentes do período industrial moderno, bem como novas formas de conhecimento científico, instalam-se no seio familiar, desestabilizando os modelos tradicionais, causando fragilizações nos papeis parentais redefinindo-os; sobretudo o da mulher. Ao tornar-se “trabalhadora”, deixa de exercer atividades como cuidadora do lar, que antes era sua exclusiva competência. Esse fator contribui para o surgimento de um novo fenômeno nas relações familiares: o individualismo. Gomes e Zanetti (2009), baseando-se no trabalho de Araújo (1993), afirmam que esta autora, ao analisar as modificações atuais da família no Brasil, mostra-nos claramente que a ideologia individualista na vertente “psicologizante” incorporou-se à família brasileira, especialmente nos meios de segmento médios urbano.

Essa vertente atribui um alto valor à individualidade; à liberdade e a igualdade nas relações pessoais; às escolas individuais e aos aspectos subjetivos. A busca do igualitarismo nas relações pessoais aparece como ideal perseguido pelas famílias desse seguimento social. (p.195)

Consideram, ainda, que o movimento feminista que aconteceu por volta da década de 60, estando empenhado nas idéias de liberdade e igualdade entre os sexos, contestando toda e qualquer forma de hierarquia e, sobretudo, redefinindo o papel da mulher na sociedade, teve grande relevância no processo de modificação e modernização da família. ARAUJO (apud GOMES e ZANETTI 2009) apresenta-nos este assunto da seguinte forma:

A reivindicação da igualdade, direito à liberdade sexual, fim do padrão moral da virgindade, controle da função reprodutiva, fim da autoridade exclusiva do homem dentro da família, igualdade de direitos políticos e civis, incluindo mudanças na legislação familiar e trabalhista, levaram a família gradativamente a se reorganizar em função dos novos padrões (p. 195).

Na contemporaneidade, para a mulher, o trabalho esta ligado ao “cuidado”, pois o auxílio financeiro que provém do mesmo ajuda a garantir o padrão de consumo conquistado no período áureo da indústria moderna-década de 70-no Brasil, melhorando a qualidade de vida da família. Mas, se por um lado essa realização é sentida como algo que lhe favorece, por outro, apresenta-se como um sentimento de culpa. As mulheres encontram-se constantemente absorvidas pela preocupação no que concerne á escolha em realizar-se profissionalmente ou dedicar-se ao cuidado dos filhos.

Importantes fatos e movimentos sociais, tais como a ativa participação da mulher no sustento financeiro doméstico dá um novo perfil á família, fazendo contraste com a estrutura familiar tradicional, quando o pai era o único provedor e a mãe responsável pelas tarefas domésticas e, o cuidado dos filhos. A educação dos filhos sempre foi uma empreitada difícil para os pais e ao exercer tal responsabilidade não o fazem de forma igualitária, as mães tendem a envolver-se mais nas tarefas do dia a dia da criança e, comumente estão à frente do projeto educativo de seus filhos.

3 AS CIÊNCIAS MODERNAS NA EDUCAÇÃO

As “ciências do comportamento” surgem no alvorecer do século XX, no Brasil, introduzindo novas formas de conhecimento, causando interferência no contexto educacional das crianças e na formação dos valores da família contemporânea, tendo como conseqüência a não hierarquização nas relações pais e filhos. Houve uma invasão de “saberes” nos quais profissionais especializados em educação suprimiram, de certa forma, o papel dos pais, contribuindo com a idéia de que os conhecimentos paternos estavam ultrapassados, subentendendo-se, pois, que na educação ofertada por estes, não havia um conteúdo necessário para a boa formação psicossocial dos filhos, causando, assim, a fragilização nos papéis parentais. PRISZKULNIT (apud GOMES e ZANETTI, 2009), em trabalho de pesquisa sobre a ausência do princípio de autoridade na família contemporânea brasileira, trazem o seguinte:

A educação, a saúde, o bem estar, as relações entre pais e filhos, etc. são assuntos constantes em periódicos científicos, em revistas semanais, em artigos de jornais, em reportagem na televisão e, nos dias de hoje, em sites na internet. Esses especialistas, muitas vezes indicam como tratar a criança, como falar com ela, como agir com ela, etc. e essas indicações, fruto de pesquisas cientifica, podem interferir de tal maneira no relacionamento entre adulto e criança que acabam levando muitos pais a desconfiarem de sua competência para educar um filho. ( p.196 ).

O discurso que provém dos avanços no campo científico referentes à educação invadiu os domínios pedagógicos, dando nova direção à tarefa de educar, colocando-a sob domínio de uma ciência especializada e sua técnica particular. Gomes e Zanetti (2009) consideram que, diante de tais acontecimentos, supõe-se que estes profissionais especializados não atentaram para o fato de que tal interferência teria conseqüências: retirava dos pais sua autoridade sobre seus filhos. As autoras compreendem que

as funções e papéis parentais são estruturas que tem a finalidade de transmitir aos filhos a própria cultura, (...) na medida em que se responsabilizam por esta tarefa, fundamental para o desenvolvimento da sociedade, portanto. E diante desse tipo de interferência, algo dessa finalidade da transmissão cultural se perde (p. 196).

Estamos diante de uma sociedade que substituiu a função paterna pelo “saber” científico. A introdução da ciência moderna, passo a passo, deslegitimou o argumento da autoridade, dando-nos por herança uma nova configuração: dirigir-se ao saber como pai, colocando nossa própria cultura em questão.

4 CONCLUSÃO

Essa realidade nos remete a refletir sobre a importância de aspectos que ocasionaram mudanças nas funções familiares ao longo do tempo. O resgate a valores e a volta de comportamentos que coloquem limites ao individualismo, poderão talvez, fazer da família novamente um porto seguro, mesmo moderno, porém com sua cultura e tradições preservadas.

REFERÊNCIAS

ZANETTI, Sandra Aparecida Serra; GOMES, Isabel Cristina Gomes. A ausência do princípio de autoridade na família contemporânea brasileira. Disponível em: <http://revistaseletronicas.pucrs.br/revistapsico/ojs/index.php/revistapsico/article/viewFile/3726/4532>. Acesso em 09 de abr. 2011.

ANEXOS

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