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A FORMAÇÃO DE PROFESSORES ALFABETIZADORES NO PROGRAMA PROELART

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Por:   •  2/5/2014  •  1.672 Palavras (7 Páginas)  •  713 Visualizações

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Este artigo descreve e analisa o curso formação para alfabetizadores do programa de extensão PROELART: Educação, Leitura e Arte: Por um diálogo entre a cultura popular e a universidade da UEPB, o qual está baseado em estudos atuais sobre a área da alfabetização e da metodologia do trabalho em grupo do estudo de caso e se desenvolve em ações formativas desencadeadas a partir da perspectiva freiriana na relação professor-reflexivo, considerando o trabalho em grupos de formação um meio de provocar a ação problematização-tematização-ação. As atividades sistemáticas dos encontros foram relatos orais e escritos sobre as práticas desenvolvidas, análise de textos, recursos didáticos e de produções escritas dos jovens e adultos inseridos no programa. O objetivo desse artigo é, pois, apresentar as características das ações educativas desenvolvidas nesse curso de formação de alfabetizadores, destacando os sujeitos envolvidos, papéis e parcerias; o tempo presencial e as atividades desenvolvidas nos encontros presenciais da formação; o material didático utilizado como meio para as aprendizagens; as relações entre formadores e formandos; a prática de sala de aula como objeto de reflexão. Os resultados das análises realizadas permitiram apontar algumas possibilidades pedagógicas e didáticas para a prática na formação de alfabetizadores, e ainda, uma relação de parceria maior entre redes públicas de ensino e universidade, atualização e aprofundamento teórico, bem como viabilidade de transposição didática das atividades propostas nos encontros.

Palavras-chave: alfabetização; formação; prática pedagógica.

Sabe-se que um dos problemas da educação brasileira é a sua própria constituição histórica. A história da educação no Brasil esteve nas mãos de classes dominantes durante muito tempo e como consequência se edificou o analfabetismo na nossa sociedade. Dessa forma, ao longo da nossa história, na relação dialética entre políticas educacionais e entre educação e sociedade, promoveu-se a não inclusão no espaço escolar e na cultura letrada de grande parcela da população. Estes brasileiros que ficaram à margem do sistema escolar deságuam hoje nos programas de alfabetização do estado. Desse modo, torna-se necessário um conjunto de ações que se contraponham à permanência desta condição educativa, vinculada a uma “prática ingênua”. Por isso, consideramos fundamental que o mundo acadêmico desperte para o compromisso com a educação.

A idéia do Programa PROELART surgiu em 2011, como proposta para o programa de extensão da UEPB o qual tem por finalidade levar as Instituições de Ensino Superior e os seus estudantes àquelas regiões do Brasil menos favorecidas, dando-lhes a oportunidade de conhecerem essas realidades, socializarem os seus saberes e, na interação com as comunidades, elaborarem propostas e criarem soluções participativas, de modo a atenuar as deficiências estruturais locais, contribuir para o bem-estar dessas populações, e, simultaneamente, consolidar a formação dos universitários como cidadãos. As atividades desenvolvem-se nas comunidades Vila dos Teimosos, São Januário I, São Januário II, Novo Bodocongó, Morro do Urubu, Severino Cabral, Sitio Tambor e Ramadinha localizadas em Campina Grande. O processo é acompanhado de mudanças qualitativas produzidas pelo Programa no cotidiano das Comunidades atendidas. Metodologicamente está baseado na perspectiva freiriana da pedagogia humanista e libertadora, como fundamento das aulas de alfabetização, no qual a ludicidade é posta como arma de transformação social e educativa.

Todavia, seria necessário de alguma forma preparar os alunos inseridos no programa a conhecerem a realidade da educação popular e o processo de alfabetização de jovens e adultos. Então, junto com a coordenação do programa foi proposto uma formação inicial, para que assim, os alunos podem inicialmente adentrar-se um pouco no mundo o qual teria a missão de transformá-lo. A formação consistia inicialmente em encontros semanais que eram organizados e planejados tendo como base a realidade de cada comunidade, e os mesmos ainda, farão parte de uma formação continuada. Nesses encontros eram debatidos textos relacionados às teorias pedagógicas e as políticas educacionais, além de textos específicos para o processo de alfabetização freiriano.

Nos encontros da formação continuada, foram propostas atividades com o intuito de oportunizar a vivência e a socialização de experiências com diferentes textos orais e escritos. Assim, houve uma preocupação em primeiro momento com a ampliação da concepção de texto, por conseguinte, se impôs a necessidade de uma discussão sobre a leitura, para a qual aproveitamos as contribuições de Jolibert (2006, p. 183):

Ler é ler de saída compreensivamente, desenvolvendo – em uma situação real de uso – uma intensa busca do sentido do texto. [...] O leitor procura, desde o início, o sentido do texto, utilizando – para construí-lo – diferentes processos mentais e coordenando muitos tipos de indícios (contexto, tipo de texto, título, marcas gramaticais significativas, palavras, letras, etc.). Na escola, ler é ler “de verdade”, desde o início, textos autênticos, completos, em situações reais de uso e relacionados aos projetos, necessidades e desejos em pauta.

O segundo princípio pautado nessa formação foi a questão da interação como aspecto relevante na constituição de um ambiente alfabetizador, pois não basta com os materiais escritos estarem disponíveis na sala de aula, é preciso também mediar o contato com os mesmos. Mas como ler sem saber ler? Goulart (2006, p. 94) discute esta questão, apontando algumas possibilidades para a prática pedagógica:

É no contato com materiais escritos e com a mediação de um leitor mais experiente que a criança vai buscando compreender o sentido do que está escrito:

- explorando as possibilidades de significação;

- relacionando características dos textos;

- familiarizando-se com as letras, as palavras, as frases e as outras marcas que compõem os textos escritos;

- elaborando hipóteses sobre o que está escrito a partir do que jáconhece;

- refletindo sobre as muitas questões que a professora destaca como significativas para o aprendizado da leitura de seus alunos.

Sendo assim, por exemplo, não é necessário apenas que os jovens e adultos identifiquem os seus crachás e os dos colegas, esse objeto precisa ser o mais “funcional pedagogicamente possível”. Logo, no primeiro

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