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A Festa de Babette e a Sociologia de Durkheim

Por:   •  13/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  901 Palavras (4 Páginas)  •  510 Visualizações

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Gabriel Ferreira Barcelos

Vanessa Spinassi

A Festa de Babette e a Sociologia de Durkheim

O filme “A Festa de Babette” se passa em um pequeno vilarejo dinamarquês em 1871. Nesse vilarejo vivem duas irmãs, filhas de um devoto pastor luterano já falecido, e algumas famílias cristãs que acreditavam que a renúncia era a única forma de salvação. Babette, a personagem principal, chega ao vilarejo procurando moradia, após fugir da guerra civil que estava ocorrendo na França. As irmãs abrigam Babette, que fora enviada por um amigo das mesmas, em troca dos serviços domésticos, uma vez que estas não poderiam pagar um salário à forasteira.

Depois de um longo período vivendo e observando os costumes da pequena península, Babette recebe uma carta de um parente francês, que costumava lhe comprar bilhetes da loteria, informando que havia sido contemplada com o prêmio de 10 mil libras. Antes de ir retirar o dinheiro no banco francês, decide oferecer uma janta às duas irmãs e aos fiéis do falecido pastor que completaria seu centenário.

Babette vai a França e traz consigo todos os produtos que utilizaria no banquete, comprando tudo com o dinheiro que havia ganho. Quando as irmãs veem os ingredientes (animais vivos, ervas, vinhos) comprados, sentem certo incomodo, pois desconheciam as especiarias. Com receio de magoa-la, decidem reunir o grupo que participaria do banquete para conversar e instruir acerca do mesmo. Por fim, decidem fazer um pacto, o qual será proibido comentar sobre o que será servido.

Os convidados chegam a casa das anfitriãs, entre eles, um General, acompanhado de sua tia, e logo começam a ser servidos. Enquanto todos se acomodam a mesa, Babette se dedica exclusivamente ao preparo do jantar. Conforme previamente combinado ninguém falaria na mesa a respeito do que estava sendo degustado, exceto o General que não sabia do acordado. Conforme os pratos e bebidas eram servidos o militar saboreava e fazia comentários sobre os mesmos, enquanto os demais permaneciam em silencio e apenas comiam. Durante o jantar os participantes começam a perceber que saborear a comida não interfere na religião, quebrando o tabu referente ao pecado, uma vez aprendido.

Ao fim do jantar todos estavam repletos de alegria e satisfação, definitivamente “alimentados de corpo e alma”. Ao fim da noite não havia mais contendas entre os fiéis da congregação que a muito tempo não se entendiam. O jantar serviu para proporcionar prazer ao corpo e trazer o sentimento de unidade que a tempo os irmãos daquela comunidade não vivenciavam.

De acordo com o sociólogo Durkheim, nesta história narrada, fica claro a existência do fato social, uma vez que este é definido como algo experimentado pelo individuo como realidade independente e preexistente. A coerção social é evidente logo no início do filme, onde as personagens se submetem as regras impostas por àquela comunidade no que tange a religião e costumes. Nesse contexto, nenhum dos moradores do vilarejo fariam algo que pudesse desarmonizar a convivência e o bem-estar mutuo entre os mesmos. Pensar em algo que pudesse “sujar” o corpo e a alma dos sacerdotes (nesse caso as iguarias do jantar) e tirar o foco que era a submissão devotada a religião causara certo espanto e desconforto a todos.

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