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A História e a Situação Atual das Relações Étnico-raciais no Brasil

Por:   •  20/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.884 Palavras (8 Páginas)  •  97 Visualizações

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INSTITUTO FEDERAL DE RONDÔNIA

CAMPUS JI-PARANÁ

CURSO ANÁLISE E DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS Renata Jeremias Rocha

A história e a situação atual das relações étnico-raciais no Brasil

Ji-Paraná

2020

Renata Jeremias Rocha

A história e a situação atual das relações étnico-raciais no Brasil

Texto dissertativo apresentado à Disciplina

Relações Étnico-Raciais, como parte dos

requisitos necessários à obtenção de apro

vação.

Professor(a): Lediane Fani Felzke

Disciplina: Relações Étnico-Raciais

Turma: 2020/2

Ji-Paraná

2020

A HISTÓRIA E A SITUAÇÃO ATUAL DAS RELAÇÕES  

ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL

Entendemos que uma sociedade progride quando há uma mutualidade benéfica de  ações entre os cidadãos que a compoem. Porém, quando vislumbramos os problemas étnico raciais em nosso país, inferimos que há uma abrupta discrepância nesse aspecto de construção  de uma sociedade livre de qualquer concepção inferiorizada sobre um determinado povo  subjugado. Em primeiro plano, convém destacar, sob suma importância, a trajetória de um  povo marcado pela escravidão, sofrimentos, lutas, e, sobretudo, pela expropriação de sua  identidade original através da extração de seus costumes, crenças, filosofias, literaturas,  histórias e forma de autoanálise como indivíduos agentes de suas próprias vidas e vontades.

Durante o período mercantilista os reinos, principalmente europeus, aventuraram se pelos mares em busca de seda, temperos, açúcar e inúmeros outros itens que, para a época,  eram revolucionários; além de ouro e metais preciosos. E posteriormente, à descoberta - em  outras palavras, a apropriação forçada de um território já povoado por indígenas nativos,  também chamados de negros da terra - da então mais nova terra do continente sul-americano,  o Brasil. Após tal acontecimento, aquele mais novo descobrimento no mapa mundial passa  por um período pré-colonial de exploração e conhecimento do território local que dura de  1500 até 1530; mais à frente, logo após tais datações inicializa, oficialmente, o período  colonial no Brasil.  

A escravidão no Brasil foi muito além de tão somente uma expropriação do  indivíduo ao objetificá-lo como uma mera coisa ao ponto de ser negociado e vendido. A  escravidão tornou-se um dos maiores meios de negócios, e substancialmente lucrativo, para os  países monárquicos da época. Além de uma exploração absoluta por parte dos europeus,  havia, ainda, os mercadores africanos que caçavam negros na Guiné, Costa da Mina, Congo,  Angola, Luanda, Benguela, Cabinda, Moçambique, entre outros e enviavam seus próprios  povos para uma vida subjugada e que não haveria mais volta; trocados, sobretudo, por bebidas  alcoólicas, armas e fumo.  

Muitos historiadores datam esse acontecimento como o início dos mais diversos  problemas étnico-raciais em nosso país, pois ao objetificar e inferiorizar determinado povo em  detrimento de um bem maior para uma parcela da população mundial, os problemas como o  racismo, a divisão socialmente econômica e o leque de ínfima oportunidades para o povo  preto, no Brasil, são destaques de inúmeros debates na contemporaneidade e caracterizam-se  como mazelas sociais nos rondam, fruto de um passado obscuro e terrível.

Nesse diapasão, mesmo após a Lei Áurea, Lei n.º 3.353 de 13 de maio de 1888, podemos citar a tentativa, de caráter excludente, da mitigação do caráter negro em nosso meio  social, a fim de uma tentativa de branquear a população brasileira, ainda muito amarrada  dentre os padrões de povos europeus. De acordo com o antropólogo Kabengele Munanga,  professor-titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, por meio de  uma entrevista, o mesmo explícita que:

"Parece simples definir quem é negro no Brasil. Mas, num país que  

desenvolveu o desejo de branqueamento, não é fácil apresentar uma  definição de quem é negro ou não. Há pessoas negras que introjetaram o  ideal de branqueamento e não se consideram como negras. Assim, a questão  da identidade do negro é um processo doloroso. Os conceitos de negro e de  branco têm um fundamento etno-semântico, político e ideológico, mas não  um conteúdo biológico."

Nesse aspecto, percebe-se que o antigo problema de enquadrar o preto pelos padrões preestabelecidos do que era aceito em sociedade, hoje, é suplantado pela  heterogeneidade e miscigenação de raças que existem no Brasil; aspecto esse que ao passar  dos tempos e, sobretudo, pelo desenvolvimento de ideais republicanos do país, firmados em nossa Constituição Federal de 1988, denominada cidadã, tal caso se vê, aparentemente,  extinto. Na prática notamos a contradição do que está escrito para o que é vivenciado.

Em concordância aos fatos supracitados, encaramos a branquitude, ou a falta dela,  como um fator decisivo ao mencionarmos os privilégios que a raça branca tem sobre a negra.  É notória a gigantesca e imensurável diferença na forma de tratamento entre pessoas pretas e  brancas, associando determinado indivíduo como uma pessoa de bem, íntegra e que merece  respeito caso seja branco. Por sua vez, o preto é coibido de gozar desses mesmos privilégios,  somente pela abundância de melanina que o indivíduo possui em seu corpo, ou, talvez, pela  ausência de um devido respeito aos pretos, sinonimizando para negro, com toda uma carga  negativa, fato esse que fere o Art. 5° da nossa CF de 1988, "Todos são iguais perante a lei,  sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes  no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à  propriedade…", contemporâneo ao pensamento extraído do livro Pequeno Manual  Antirracista, de Djamila Ribeiro:

"Se a população negra é a maioria no país, quase 56%, o que torna o Brasil a  

maior nação negra fora da África, a ausência de pessoas negras em espaços  de poder deveria ser algo chocante. Portanto, uma pessoa branca deve pensar  seu lugar de modo que entenda os privilégios que acompanham a sua cor.  

Isso é importante para que privilégios não sejam naturalizados ou  considerados apenas esforço próprio."

Assim, podemos ter a magnitude do quão deficitário é o cenário de oportunidades  para o povo preto em nosso país.

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