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A Razão Neoliberal Economias Barrocas e Pragmática Popula

Por:   •  6/7/2019  •  Resenha  •  962 Palavras (4 Páginas)  •  318 Visualizações

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Resenha :Gago, Verónica. A razão neoliberal economias barrocas e pragmática popular. São Paulo. Ed. Elefante. 2018. Introdução, p. 15 – 34. Capítulo 6, p. 323 – 346.

(Tainá de Oliveira)

A elaboração desta resenha caminha a partir da leitura da introdução e do sexto capítulo do livro “A razão neoliberal economias barrocas e pragmática popular”; assim como a interpretação vem em conjunto com a disciplina Tópicos Especiais de Ciência Política III - Trabalho e Política, ministrada pelo professor Josué Medeiros no primeiro semestre de 2019.

O livro[1] é um conteúdo histórico de caráter antropológico que foi elaborado pela cientista social Verónica Gago, a partir do trabalho de campo[2]na cidade de Buenos Aires onde a sua versão em português foi lançada no ano de 2018 no estado de São Paulo. A obra propõe um debate sobre o neoliberalismo, seu enraizamento nas subjetividades populares e suas formas de persistência depois das fortíssimas revoltas anti neoliberais que permeia o continente no início do século XXI.

À vista disso, estes questionamentos fomentam indagações como por exemplo : o funcionamento concreto do neoliberalismo e em que consiste a sua resistência. Ele está onde esperamos encontrá-lo? É simplesmente uma política de cima para baixo? Neste caso, direcionadas por partidos e governos, só pode ser combatidas de cima para baixo com outros partidos e outros governos? Diante disso o que é em baixo?

Pode-se apontar que esses questionamentos, ao serem ao abordado pela escritora nos capítulos mencionados, traz uma perspectiva acerca da própria noção do neoliberalismo e o seu suposto fim. Sua visão foucaultiana coloca em destaque o significado de governamentalidade, sendo ele, uma teia de significados que não pode ser avaliada apenas de cima para baixo. O neoliberalismo como uma política cheia de instituições, laços sociais e subjetividades sob o modelo empresarial se instala de modo dinâmico e de várias formas distintas, tanto por cima como por baixo.

Sob esse viés, Veronica Gago evidência e amplia a noção de produção neoliberal ao colocar em destaque a produção material das camadas populares, além de colocar em xeque a ideia que o novo liberalismo se reduz apenas em uma manifestação pacífica ou restrita a uma submissão inconsciente. Assim, a autora sugere refletir sobre o neoliberalismo não como uma ideologia hegemônica e compacta, e sim como tecnologia complexa e moderna de governar, tendo como objetivo mostrar a multiplicidade dos níveis que ele opera, além da pluralidade de mecanismo e saberes que entra em disputa de forma desigual[3]. Além disso, o livro apresenta um neoliberalismo que proporciona visualizar formas comunitárias, utilizando táticas que correspondem aos meios de vida que se alimentam do empreendedorismo e proporcionam uma vitalidade social.

Esse debate, ao ser introduzido nos processos políticos brasileiros podem trazer grandes reflexões sobre o atual governo e também evidenciar como o neoliberalismo se instala de forma diversificada atingindo todas as camadas sociais. As multiplicidades de níveis que esse sistema produz no processo econômico social, faz com que exista um protagonismo individualista[4] que movimenta o estado através do consumo. As ações governamentais brasileiras - acesso a financiamentos/cartões de créditos no governo Lula e a liberação do FGTS no governo Temer - , são políticas de transformação do imaginário populacional, que dentro de uma teoria globalizada da (des)inclusão individualista e meritocrática, fórmula ações tanto do governo como dos governados.

Diante desta moeda de dois lados apresentada pela cientista, percebe-se que a mesma é fundamental para aprofundar a materialidade do sistema liberal dentro de um processo cultural que se estabelece dentro de ações individuais e coletivas pautada no desenvolvimento do país: dar destaque a essa ação evidencia uma modernidade onde há novas formas de trabalho[5] tendo como jargão “ seja patrão de você mesmo” e novas formas de vida que se pautam no imediatismo e no “aqui e agora”.

O Brasil está diante de um governo extremamente liberal economicamente, conservador e fundamentalista

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