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A construção histórico-social dos sexos: o gênero

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Por:   •  11/12/2014  •  Artigo  •  580 Palavras (3 Páginas)  •  190 Visualizações

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A construção histórico-social dos sexos: o gênero

Desde os primórdios, a racionalidade, a linguagem e a espiritualidade são fatores determinantes na construção do ser humano. Ela se incrementou poderosamente com a emergência há 2,6 milhões de anos do homo habilis, aquele ancestral nosso que já começa a usar de instrumentos rudimentares. A partir de agora tudo se historiza; o biológico é culturizado e a cultura biologizada; as forças que constroem sua existência concreta, como homem e mulher, se inter-retro-relacionam sobre a base ancestral do processo biogênico e sexogênico(1).

1. A diferença dentro da unidade:macho e fêmea

O que expusemos até agora mostrou que no ser humano há continuidade e discontinuidade. Esta última é a principal responsável pelas diferenças. O ser humano comparece concretamente na diferença homem e mulher. A humanidade não é simples, é complexa e biforme.

Para onde quer que orientemos a análise, aparece a diferença dentro da unidade. Os estudos transculturais de fenomenologia sexual, de antropologia cultural, de psicologia diferencial e outros levantam um sem-número de dados a esse respeito(2). Em todos eles, o ser humano aparece sexuado masculino e femininamente seja em seu corpo que jamais é uma coisa, mas uma situação no mundo com os outros e diante dos outros, seja fenomenologicamente emergindo como ser-homem e ser-mulher como duas maneiras não exclusivas de ser dentro da realidade. Uma maneira de ser aparece como trabalho, agressão e transformação (atribuida ao masculino mas pertencendo também ao feminino)e outra, como cuidado, coexistência e comunhão com a realidade (referida ao feminino mas fazendo parte também do masculino)(3).

Todas as diferenças remetem sempre à uma constante antropológica, comum a homens e mulheres. A diferença resulta da elaboração sócio-cultural desta base comum. Jamais o ser humano sexuado apresenta-se isolado de seu meio ecológico e sócio-histórico. Em consequência disso, todo o esforço de dicotomizar a complexa realidade humana em segmentos, só se justifica como objetivo da análise. Mas nunca se deve perder a consciência de que o segmento é parte de um todo. Na análise, por mais distinto que seja o enfoque, deve aparecer continuamente que a existência humana se articula sob duas formas, a feminina e a masculina. Tanto o homem quanto a mulher projetam, a seu modo, a existência, têm suas maneiras próprias de tecer as relações, costurar as rupturas existenciais e sociais e elaborar um horizonte utópico.

2. A dialética entre o biológico e o sócio-cultural

Sendo o substrato biológico-sexual o mais ancestral e com mais memória acumulada (cerca de um bilhão de anos) é natural também que seja um fator muito influente no engendramento concreto da sexualidade humana. Esse dado deve ser tomado em alta consideração, por mais que a pesquisa contemporânea (geralmente, esquecendo a perspectiva biogênica e sexogênica) tente minimizá-lo em favor da construção social do gênero(4). Basta referirmos, rapidamente, a história da elaboração genética de nosso cérebro, o repositório principal da memória vital, para detectarmos caminhos de evolução que afetam a sexualidade como fenômeno complexo.

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