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ANÁLISE FEITA SOBRE AS TEORIAS DE ROBERT KING MERTON E O LIVRO A PAIXÃO NO BANCO DOS RÉUS DA AUTORA LUIZA NAGIB ELUF

Por:   •  2/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.663 Palavras (7 Páginas)  •  231 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUI

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ACADÊMICA

RAQUEL DE OLIVEIRA REINOL

ANÁLISE FEITA SOBRE AS TEORIAS DE ROBERT KING MERTON E O LIVRO A PAIXÃO NO BANCO DOS RÉUS DA AUTORA LUIZA NAGIB ELUF

Parnaíba PI

08/08/2019

TEORIA DA ESTRUTURA SOCIAL E ANOMIA SEGUNDO ROBERT KING MERTON E A CRIMINOLOGIA DE UMA SOCIEDADE PASSIONAL : SERIA RESPOSTA A FRUSTRAÇÃO DE NÃO SUPORTAR A PERDA DE SEU “OBJETO “ DE DESEJO ?

RESUMO

Esclarece a relação entre as estruturas sociais e culturais da sociedade segundo Robert Merton e a projeção desses fatores no comportamento do individuo para que ele tenha um comportamento desviante dos padrões da sociedade e correlacionando seus efeitos com o passionalismo do livro A PAIXÃO NO BANCO DOS RÉUS da autora Luiza Nagib Eluf , quando o sujeito se sente possuidor do seu objeto de desejo , criando um conflito entre a cultura de posse e os padrões sociais criando uma tipologia anômica onde cada pessoa responde uma  maneira diferente.

PALAVRAS CHAVES

INTRODUÇÃO

Segundo Robert Merton , a anomia acontece decorrente de um conflito entre a contradição de uma estrutura cultural da sociedade onde se têm objetivos que são ilimitados , como o fator econômico e a  ascensão social  , e a estrutura social que estabelece limites para que se consiga atingir os meios de formal legal. Ou seja , temos a estrutura cultural e os efeitos que são projetados no comportamento do indivíduo dentro da sociedade para que se tenha um comportamento desviante e temos a estrutura social que estabelece limites para alcançar os fins.

Diante das frustrações de satisfazer o ego humano , diante das regras sociais estabelecidas acaba por ser relevante a licitude dos fatos e dos meios para atingir seus objetivos.

Este artigo se concentra na interpretação de Merton sobre as teoria da anomia e o estudo da Dra Luiza Nagib , trazendo as semelhanças básicas desses  autores que abordam de forma diferente o tema de uma sociedade com estrutura social e cultural , mostrando que a palavra anomia em relação ao crime passional na sociedade também poderá ser usada quando há necessidade egocêntrica de se atingir os fins usando meios que não são socialmente corretos.

ANOMIA PARA ROBERT K. MERTON E PONTO EM COMUM COM LUIZA NAGIB ELUF

Robert Merton trouxe grandes ensinamentos para a teoria da anomia e lançou um novo olhar sobre o assunto, já a Drª Luiza Nagib relata com rara competência os crimes passionais dentro de uma sociedade onde não importa os fins que se utilize para alcançar o meio desejado, ou seja, seu objeto de desejo. Os dois autores partem de um determinismo sociológico, primeiro a Drª Luiza Nagib traz um desvio mais culturalista sobre o assunto, para uma sociedade com uma cultura machista cometer um ato ilícito contra alguém, vindo da conduta de um homicida poderia se justificado , pois “lavaria a honra” de quem cometeu ou seria cometido em nome do “amor” por não suportar a perda de seu objeto de desejo. No entanto uma conduta criminosa não resulta do amor, e sim, do ódio. Onde existe um descontrole insaciável de natureza cultural que inviabiliza as estruturas sociais estabelecidas e o indivíduo age para completa satisfação de atingir seu objetivo, não importando o meio utilizado.

Merton parte do mesmo pressuposto, ou seja, o individuo não nasce com essas aspirações de alcançar seus objetivos pessoais a todo custo, são inatas ao homem e são trazidas pela própria sociedade. A impossibilidade dos indivíduos de alcançar seus objetivos pessoais não esta ligada a um desejo insaciável humano e sim, a um sistema social que estimula os indivíduos a buscarem sempre mais.

Existe uma divergência entre os dois , para Robert Merton  a anomia encontra-se nos membros mais desfavorecidos da classe econômica , a desigualdade entre os fins culturais e os meios sociais legais para atingi-lo é mais presente nas pessoas com pouco recursos financeiros e educacionais. Já para Drª Nagib a anomia é independente  da classe social , segundo ela é impossível prever o padrão social para um comportamento desviante, segundo quem comete o homicídio passional , faz para salvaguardar a própria honra, ou seja , esse conflito entre a estrutura cultural e estrutura social num individuo pode ser explicado por imposições culturais.

Para Merton esse desregramento , ou seja a anomia não estaria ligada a falta de normas , mas sim, a padrões culturais e a pouca importância dos meios utilizados para se atingir os fins. Ele explica a criminalidade em meados do século XX nos Estados Unidos da América , devido um busca sem limites pela ascensão social e financeira. A conduta de natureza criminal desviante das normas sociais era produzida pela própria sociedade americana quando estimulava o desejo ilimitado de acumulação de riqueza e de consumo ou seja , a anomia ocorre a partir do determinismo sociológico. Merton quer mostrar o efeito que as estruturas social e cultural exercem sobre os indivíduos.

Trazendo esta questão para nossa realidade , a Dª Nagib  explica a anomia do crime passional na nossa sociedade como sendo um produto da estrutura cultural. O homicida passional traz consigo uma necessidade de auto afirmação e uma necessidade sem limites de dominação do outro e tortura-se insistentemente não suportando a ideia de perda. E por mas que a estrutura social tente modificar a estrutura cultural nas formas das leis , o egocentrismo e o narcisismo permanecem lado a lado para um comportamento desviante.

Os efeitos na sociedade diante da exigência de cumprimentos de normas culturais a qualquer custo e os limites que os meios sociais impõe para alcança-las levanta a questão de saber qual efeito essa anomia traz para o comportamento do individuo. A paixão que movimenta a conduta do criminosos passional é resultado das condutas das normas postas pela estrutura cultural.

A nos mostra que a paixão é como um jogo, que diante de “lavar” a “honra” imposta pela estrutura cultural provocam reações descontroladas e desviantes. A paixão que decorre da estrutura social é civilizada  , é passiva é um sentimento comum aos seres humanos que algum dia sentiram ou sentirão em suas vidas e nem por isso vão praticar qualquer atitude desviante de comportamento. Já a paixão decorrente da estrutura cultural , vem da exclusividade da posse ,da prepotência de alcançar seus objetivos em nome da honra , utilizando de meios que justifica os fins para obter o que deseja. Nessa contradição entre estrutura cultural e social , não se pode esperar o mesmo tipo de comportamento para todos os indivíduos , pois como Merton cita , há o conformista , aquele não causará problema para a sociedade , ele vai viver a vida dele , ou seja , esse individuo provavelmente não vai desviar seu comportamento.

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