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As Questões Sociologia

Por:   •  18/10/2021  •  Resenha  •  2.726 Palavras (11 Páginas)  •  119 Visualizações

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1) Com base em Eric Hobsbawm, disserte sobre a situação dos trabalhadores pobres, o movimento operário e o contexto político e econômico vigente entre 1789 e 1848 na França e na Inglaterra. No campo ideológico, descreva as distintas posições de conservadores, liberais e socialistas.

Para Eric Hobsbawm os trabalhadores oprimidos tinham como possibilidade: lutar para se tornar burgueses, permitir que fossem oprimidos ou se rebelar. Apesar disso, essa questão acabava sendo vista como uma dualidade, por conta da submissão da população pobre perante a sociedade burguesa e empregadora: ou seriam oprimidos ou se rebelariam.

A população pobre, destituída de qualquer direito ou dignidade, renuncia a muita coisa e vive com muito pouco. Esses trabalhadores buscam meios para tornar a vida menos dura. Assim, o alcoolismo surge como um escape ao mundo em que se encontravam. O alcoolismo em massa acompanhou a industrialização e a urbanização. Por isso, em 1840, teve início uma campanha contra o alcoolismo, sem barreira de classe.

Segundo o autor, a vida nas cidades e áreas industrializadas era cada vez mais difícil para os trabalhadores pobres, que “morriam de fome de uma maneira menos passiva e menos oculta”.

Assim, nas cidades essa parcela da população lidava com a falta de limpeza, de fornecimento de água e, consequentemente, com o surgimento de grandes epidemias, como a cólera

Nesse ritmo de expansão das “cidades grandes”, as instituições urbanas e os serviços sociais não conseguiam acompanhar a expansão. Da mesma maneira aconteceu com a produção de comida e serviços.

Os trabalhadores de áreas industrializadas tinham ainda que lidar com a queda da expectativa de vida causada pela morte por doenças pulmonares, que provinham da fumaça da máquinas. Além disso, estavam constantemente sob supervisão enquanto trabalhando e não tinham recursos legais contra esses empregadores. Havia, inclusive, uma apatia a movimentos de ação coletiva. Os menos qualificados, os menos instruídos, os menos organizados eram os mais apáticos.

O movimento operário surge como respostas às questões feitas na época correspondentes a falta de participação dos trabalhadores no consumo dos produtos por eles produzidos. Esse movimento aparece como a consciência de classe do trabalhador, juntamente com o surgimento de uma classe específica, a classe operária.

Para ele, a rebelião dos trabalhadores não era só vista como necessária, mas como compulsória, fato que leva a aparição de movimentos trabalhistas e sociais. Ainda nessa época tínhamos uma população que cresce deliberadamente, com uma produção de alimentos que não acompanha esse crescimento e gera a fome dos trabalhadores pobres, principalmente do campo.

Além disso, o trabalhador não era livre, era submetido às ordens de seu patrão, dinâmica justificada, na época, pela manutenção da segurança, instrução e serviços de bem estar social. Para o jovem fabril essas condições eram normais e parecidas aos dos pais no meio rural. Mas para o homem livre, esta situação era parecida à escravidão e tratavam de evitar entrar nesse sistema. Esses homens eram os mais propícios à protestar.

“Os pobres ficavam cada vez mais pobres e os ricos, cada vez mais ricos”. Nesta sociedade burguesa, onde os trabalhadores pobres eram a base para que a burguesia ficasse mais rica, eles sofriam porque os ricos se beneficiavam.

Desse modo, o movimento operário que surgia no século XIX trouxe a consciência e a ambição de classe. A questão deixa de ser o conflito entre os pobres e ricos e passa a ser um conflito entre as classes trabalhadoras, operárias e proletárias contra seus patrões e capitalistas.

Para os trabalhadores, a sociedade ideal seria cooperativa, coletiva e socialista, representando uma alternativa ao liberalismo que vigorava. O movimento sindicalista cresceu, em países como a Grã-Bretanha, em termos nacionais e universais, objetivando uma greve geral.

Nesses termos o socialismo como termo e ideal cresceu, baseando-se na Revolução Francesa, dando espaço para os trabalhadores pobres em busca de igualdade e reconhecimento. Apesar disso, muitos movimentos que buscavam uma sociedade socialista deixaram de surtir efeito, o que tinha de ser compensado com os métodos de organização e agitação jacobinos funcionavam.

Havia motins ou protestos públicos dos homens que se encontravam em estado de desespero, eles destruíam maquinário, casas e lojas expressando a história de fome e o estado de esgotamento dos trabalhadores. Esta ação direta obteve sucesso ao expressar o descontentamento em franca insurreição.

A novidade desse novo escopo do movimento estava na aversão aos ideais liberais, à monarquia e à aristocracia. O movimento trabalhista foi uma organização de autodefesa, protesto e meio revolucionário, além de ser um modo de vida.

Havia uma grande diferença entre a força dos trabalhadores temidos pelos mais ricos e sua verdadeira força. A expressão pública de seu protesto era um movimento que representava mais do que uma organização. O que mantinha o movimento desses trabalhadores unido era justamente a fome, a miséria, o ódio e esperança, mas o que os levou à derrota foi a falta de amadurecimento e organização, impossibilitando a mudança desse movimento para uma organização permanente e ativa. Deste modo, esses revolucionários eram vistos como um perigo momentâneo, apenas.

Em meio ao cenários de revoluções, Eric Hobsbawn afirma que havia dois seguimentos: o das pessoas que acreditavam no progresso e o das pessoas que não acreditavam.

Este último grupo de pessoas, os conservadores, criticavam o iluminismo, humanista e racionalista do século XVII. Apesar disso, os liberais burgueses e os socialistas revolucionários concordavam que a história humana e seu conhecimento era mais um avanço do que um retrocesso; que o conhecimento científico e o controle técnico do homem sobre a natureza aumentavam diariamente; a sociedade humana e o homem, individualmente, poderiam ser aperfeiçoados pela razão e, por fim, ambos possuíam uma ideologia de progresso racionalista e secular.

Apesar das semelhanças, nota-se algumas diferenças entre os liberais e o proletariado socialista. Rompia-se a ideia de que a sociedade era um agregado ou uma combinação de seus indivíduos e a crença de que o homem é naturalmente comunitário, que os homens vivem juntos e se ajudam mutuamente. A ideia de Adam Smith de que o mercado lhe garantia alguma forma de justiça social era tida como algo imoral ou incompreensível.

Marx acreditava que a sociedade era dividida em classes, e que cada uma delas era “progressista” no seu tempo, cada um com suas

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