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Bruxaria, Oráculos E Magia Entre Os Azande

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Por:   •  15/6/2014  •  564 Palavras (3 Páginas)  •  819 Visualizações

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EVANS-PRITCHARD, Edward. E. [1937]. A bruxaria é um fenômeno orgânico e hereditário / A noção de bruxaria como explicação de infortúnios. In, __________ Bruxaria, Oráculos e Magia entre os Azande. RJ, Zahar Editor, 2005.

O objetivo de Evans-Pritchard é mostrar como os Azande possuem um sistema de crenças, bruxaria, dotado de uma coerência interna, capaz de explicar a vida humana e fornecer soluções para os infortúnios do dia-a-dia.

Os Azande acreditam que algumas pessoas são bruxas e podem lhe causar alguns males. A bruxaria (mangu) é uma substância que existe dentro do corpo dos bruxos, é, podendo homens e mulheres igualmente ser bruxos. Quanto mais velho for um bruxo, mais alto é seu poder de bruxaria, pois a substância cresce com o indivíduo.

Um zande recorre sempre ao oráculo para saber se está sendo alvo de bruxaria, mas nunca quem é o bruxo que está realizando tal feito, pois isso pouco lhe importa. “Um zande se interessa pela bruxaria apenas enquanto esta é um poder agente em ocasiões, e apenas em relação a seus próprios interesses, e não como uma condição permanente de alguns indivíduos.”

A morte é resultado de bruxaria e por eles é vingada. Se um homem mata uma pessoa por bruxaria, o crime é de sua responsabilidade, excluindo seus parentes de qualquer envolvimento. Geralmente homens e mulheres são responsáveis por realizar bruxaria apenas em membros do seu mesmo sexo.

Os nobres, príncipes não são acusados de bruxaria, e as outras pessoas de importância menor só podem ser acusadas por eles. Pessoas de menos projeção não consultam o oráculo sobre indivíduos de prestígio.

Um bruxo não mata sua vítima rapidamente, a bruxaria mata de forma lenta, um exemplo disso são doenças que debilitam o homem prolongadamente. “O conceito de bruxaria fornece a eles uma filosofia natural por meio da qual explicam para si mesmos as relações entre os homens e o infortúnio, e um meio rápido e estereotipado de reação aos eventos funestos.” (p.49)

A bruxaria desempenha um papel na agricultura, caça e pesca; na vida cotidiana, é onipresente na vida dos zande, “qualquer insucesso ou infortúnio que se abata sobre qualquer pessoa, a qualquer hora e em relação a qualquer das múltiplas atividades da vida, ele pode ser atribuído à bruxaria”, ela explica por que os acontecimentos são nocivos, e não como eles acontecem. Por outro lado a bruxaria não é usada para explicar mentiras, adultério, furtos, deslealdade, o fracasso pode ser entendido pela quebra de um tabu, por incompetência, preguiça, ignorância e inexperiência.

Para os zande o mundo dos sentidos é tão real quanto para nós. “A crença na morte por causas naturais e a crença na morte por bruxaria não são mutualmente exclusivas”, ao contrário, elas se complementam, uma justifica o que a outra não explica. A bruxaria não exclui as causas reais, mas da aos eventos sociais um valor social próprio, ela tem sua própria lógica e suas próprias regras de pensamento.

Os Azande não fazem uma representação elaborada e consistente da bruxaria que dê conta detalhadamente de seu funcionamento, como tampouco há uma representação elaborada e consistente da natureza que esclareça sua conformidade com sequências e inter-relações funcionais, eles não intelectualizam as ações das bruxarias, só as atualizam, por isso existe

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