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DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA E MUSEOLOGIA CURSO DE MUSEOLOGIA A RODA DE CAPOEIRA

Por:   •  18/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.611 Palavras (15 Páginas)  •  215 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

E MUSEOLOGIA

CURSO DE MUSEOLOGIA

A RODA DE CAPOEIRA

Recife/PE

2018

Victoria Cristina Cavalcanti Coelho da Silva

TRABALHO FINAL REFERENTE AOS TEMAS TRABALHOS DURANTE A CADEIRA DE ANTROPOLOGIA DA PERFORMANCE.

Pesquisa apresentada

Como requisito parcial para a

aprovação na disciplina de

Antropologia da Performance, sob a

orientação da professora

Laure Marie Louise Clemence Garrebe.

Recife, Julho de 2018

INTRODUÇÃO:

A capoeira tem uma longa história, a qual ainda continua sendo contada. Encarada de diversas maneiras, bem aceita ou não, se mantém fortes a suas raízes e seus antepassados. A capoeira é uma atividade (escolhi me referir a capoeira como atividade devido as suas diversas definições) bastante conhecida atualmente, não só no Brasil como em todo o mundo. Dito isso, pesquisar sobre a capoeira pode ser bem difícil, porém, neste trabalho iremos apenas nos aprofundar um pouco mais na história da capoeira com um olhar antropólogo analisando os aspectos performativos da mesma focando apenas em um de seus aspectos: "a capoeira como uma performance ritual".

JUSTIFICATIVA:

Escolhi esse tema porque é um assunto tanto um pouco próximo a nossa sociedade, nunca parei para estudar a roda de capoeira e com essa pesquisa tive a oportunidade de fazer isso, conhecer mais suas práticas e história.

Devido as várias maneiras que a capoeira é encarada seja ela como dança, luta, esporte, arte, religião e entre tantas outras se abram possibilidades de interpretação artística, devo admitir que mesmo sendo um projeto ambicioso foi realmente muito bom conseguir aplicar meu conhecimento dado nas aulas para identificar os elementos estudados aqui. A partir da linguagem da performance e do ritual com a roda de capoeira sendo o principal foco. Apresentando a possibilidade de olhar a mesma como prática cultural de caráter ritual, tradicional, popular, e estar aberto para senti-la interpretá-la teoricamente e artisticamente.  

        

        UMA BREVE PASSAGEM PELA HISTÓRIA DA CAPOEIRA

Acho importante dar início a pesquisa contando um pouco sobre o tema abortado. Porque para entender mais sobre as teorias aplicadas é necessário ter o conhecimento da história da mesma.

Tudo se deu início no século XVI quando o Brasil ainda era colônia do império português, nessa época os senhores de engenho tinham controle da vida dos escravos e os proibiam de praticar qualquer tipo de luta.

Eles (os escravos) não tinham acesso a nenhum mecanismo de defesa, seja ele qual fosse, e devido as condições precárias que eles viviam, perceberam a necessidade de criar sua própria arma. Utilizando os ritmos de suas danças africanas e assim adaptando em uma forma de luta.

As rodas eram praticadas em terreiros próximos as senzalas, além da defesa que a capoeira provia havia outros benefícios, como tirar o estresse do dia árduo de trabalho, ajudar manter a saúde física e, também era usada como uma diversão para eles. Essas considerações também podem ser levadas em contas hoje em dia.

Entretanto, existem várias histórias e lendas sobre a origem da Capoeira em terras brasileiras, mas nenhuma delas tem a documentação necessária para sua confirmação, logo esse argumento histórico pode ser quebrado, então iremos analisar alguns fatos constatados.

Logo após Proclamação da República no governo de Deodoro da Fonseca, todos os documentos referentes a escravidão no Brasil foram destruídos com a desculpa dos republicanos de que queriam apagar essa vergonha da história brasileira. (Fonte: Portal São Francisco)  

Já em 1890 a capoeira foi colocada fora da lei pelo Código Penal da República, que dizia:

Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação capoeiragem; andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, promovendo tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal: Pena: De prisão de dois meses à seis meses. (Barbieri, 1993, p.118).

A capoeira se espalhou pelo Brasil, porém foi nos estados da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco onde se encontravam os maiores comentários entre o povo e a imprensa local. Apesar de reprimida a capoeira continuou a ser praticada e ensinada para as gerações seguintes.

Grande parte do que se sabe hoje sobre a capoeira praticada pelos escravos foi transmitido pelas gerações de forma oral, visto que “…a documentação referente a época da escravatura foi queimada por Rui Barbosa, Ministro da Fazenda no governo de Deodoro da Fonseca” (Setembro, 1997).

Com receio da popularidade da capoeira, o então presidente Getúlio Vargas concordou com a fundação da primeira academia de capoeira, que teria um aspecto folclórico. Sendo assim, a capoeira perdeu as características pejorativa de luta e vadiagem, porque a academia de mestre Bimba os indivíduos eram obrigados a ter carteira de trabalho assinada.

Bimba1 e Pastinha2 são considerados os maiores nomes da história da capoeira em todo mundo. É importante ressaltar que a Regional gerou uma grande polêmica no ambiente da capoeira, uma vez que muitos entenderam as inovações de Mestre Bimba como sendo uma descaracterização das tradições da luta.

Iniciou-se, nos anos 30, um debate que dura até hoje sobre o que é a “verdadeira capoeira” e que modificações podem ser introduzidas sem desrespeitar os princípios e tradições da luta. Com Mestre Bimba, a capoeira começa a ganhar espaço institucional na sociedade. O mestre teve apoio dos estudantes universitários de Salvador que contribuíram para a sistematização de suas ideias e para a formulação de seu método de ensino.

Enfim, a capoeira ganhou a popularidade estimada por Bimba, e até os dias de hoje vem reunindo adeptos pelo país.

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