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Economia E Negocios

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Por:   •  28/5/2014  •  1.286 Palavras (6 Páginas)  •  234 Visualizações

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7 - Problemas econômicos contemporâneos: a desigualdade social

Há tempos, economistas percebem que são imensas as diferenças entre crescimento e desenvolvimento. Se crescimento significa apenas o aumento da renda per capita, desenvolvimento implica em conhecer os beneficiários do aumento da renda. Em outras palavras, desenvolvimento requer distribuição de renda, para que o crescimento não seja concentrador ou excludente. Ainda, desenvolvimento requer respeito ambiental, já que isso está intrinsecamente ligado às condições de sustentabilidade da atividade econômica.

Vejamos com mais detalhes. Há muito, os economistas discutem as diferenças entre os conceitos de desenvolvimento e crescimento. O debate nasceu da percepção de que, apesar das elevadas taxas de desempenho econômico, vários países apresentavam baixos níveis de qualidade de vida dos seus habitantes. Essa análise fez com que os economistas elaborassem outras medidas de mensuração que não as meramente quantitativas de produção, ou de “crescimento”. Quer dizer, buscou-se entender o que poderia determinar padrão de qualidade de vida, então estabelecendo-se que esse padrão seria mensurador do desenvolvimento humano (incluído aí o desenvolvimento econômico); a partir daí, criaram-se indicadores para que o padrão pudesse ser determinado. De uma forma extremamente simplificada, buscou-se entender não apenas o tamanho do “bolo” (representativo da produção de bens e serviços), mas o quanto ele poderia saciar a fome das pessoas.

O raciocínio é simples: o fato de um bolo ser grande ou pequeno não significa que ele tem condições de saciar a fome das pessoas. Se forem poucas pessoas, é possível que todas fiquem satisfeitas; se o bolo for pequeno, se as pessoas forem poucas, mas uma delas ficar com metade, a satisfação será menor. O mesmo raciocínio vale para um bolo grande e um contingente enorme de pessoas. Ainda, se o bolo aumentar, mas o número de pessoas aumentar mais do que o crescimento do bolo, é bem provável que a insatisfação persista. Dessa forma, o crescimento seria dado pelo “tamanho do bolo”; em contrapartida, o desenvolvimento seria dado pela saciedade das pessoas ao se alimentar do bolo. Mais: não seria suficiente o “tamanho médio” de cada fatia do bolo para que se pudesse concluir pela saciedade ou não das pessoas; haveria que se saber o quanto de justiça teria sido utilizada para a divisão do bolo.

Vejamos então as medidas de crescimento e desenvolvimento.

a) medidas de crescimento: o PNB e o PIB (disponíveis em módulo anterior)

b) medidas de desenvolvimento: o IDH, a Curva de Lorenz e o Índice de Gini

b. 1) O IDH

A mensuração do desenvolvimento humano feita por meio do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) se contrapõe ao conceito de crescimento econômico. Parte-se do princípio que, “para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana” (PNUD BRASIL).

O índice, desenvolvido pelos economistas Mahbub ul Haq e Amartya Sen, é construído levando-se em conta:

a) o PIB per capita (corrigido pelo poder de compra da moeda);

b) a longevidade (medida pela expectativa de vida ao nascer),

c) a educação (avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em instituições de ensino).

O IDH é interpretado da seguinte forma:

IDH ≥ 0,9 = desenvolvimento humano muito elevado

0,8 ≤ IDH < 0,9 = desenvolvimento humano elevado

0,5 ≤ IDH < 0,7 = desenvolvimento humano médio

0,5 ≤ IDH < 0,7 = desenvolvimento humano médio

IDH < 0,5 = desenvolvimento humano baixo

Portanto, quanto mais próximo de um, maior será o desenvolvimento humano.

b. 2) a Curva de Lorenz

A Curva de Lorenz, abaixo representada, se forma pela união dos pontos bidimensionais obtidos pelos eixos X e Y: no eixo X, temos a proporção acumulada da população; no eixo Y, a proporção acumulada da renda apropriada (IPECE, 2006).

Figura: Curva de Lorenz

Fonte: <http://www.ipece.ce.gov.br/publicacoes/notas_tecnicas/NT_14.pdf>,

acesso em 14 de outubro de 2010

Se a distribuição for perfeita, teremos a curva na forma de uma reta de 45º: por exemplo, vinte por cento da população se apropriarão de vinte por cento da renda. Assim, quanto maior for a “barriga” (a área representada por α), mais desigual será a distribuição de renda. Na figura acima, por exemplo, aproximadamente 50% da população se apropriam de 20% da renda.

b. 3) o Índice de Gini

O Índice de Gini “mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros

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