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Educação e Comunicação

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Por:   •  29/9/2013  •  Tese  •  4.675 Palavras (19 Páginas)  •  353 Visualizações

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FAZER CINEMA NA ESCOLA: PESQUISA SOBRE AS EXPERIÊNCIAS DE 1

ALAIN BERGALA E NÚRIA AIDELMAN FELDMAN

FRESQUET, Adriana Mabel∗

– UFRJ

GT-16: Educação e Comunicação

Agência Financiadora: FAPERJ

Resumo

Esta pesquisa dialoga com duas experiências do fazer cinematográfico em

contexto escolar que apontam para o cinema entendido como arte e como criação.

Alain Bergala na França e Núria Aidelman Feldman em Barcelona, Espanha,

aproximam a vivência escolar de “um outro”, estranho e estrangeiro na escola: o

cinema. Com os instrumentos e elementos do cinema, endereçam o olhar de

alunos e professores para visualizar e fazer filmes aprendendo sobre a história do

cinema, sobre criação e, sobretudo, para olhar para o mundo, as pessoas e as

coisas com outro foco, sob outra ótica. Através e com o cinema, quebra-se a

assimetria do ato de aprender. Todos aprendem: professores, cineastas, artistas,

alunos. A introdução do cinema na escola constitui um desafio à criatividade e ao

fazer político nela. Crianças e adolescentes fazendo cinema pode ser uma forma

de legitimar o direito delas de pensar, decidir, e expressar por si suas idéias do

mundo e seus sentimentos.

Palavras chave

cinema - escola - cinemateca - criança - adolescente

Introdução

Existem poucas experiências bem sucedidas do fazer cinema na escola,

especialmente quando se pretende trabalhar o cinema como arte e como criação,

quando se busca transformar os alunos em espectadores criativos e “fazedores de

arte”. Na pesquisa que aqui apresento, identificamos duas experiências, uma na

França e outra na Espanha, particularmente em Barcelona, que registram 2

atividades de qualidade cinematográfica desenvolvidas no contexto escolar.

Projeto de Pesquisa; CINEMA PARA APRENDER E DESAPRENDER; Laboratório do Imaginário Social e

Educação; Programa de Pós-Graduação em Educação; Linha de Pesquisa: Ética, desenvolvimento e aprendizagem;

Faculdade de Educação; Universidade Federal do Rio de Janeiro

A primeira experiência corresponde a Alain Bergala (2006). No ano 2000,

ele foi convidado a liderar a proposta de cinema pelo então ministro de Educação

da França, Jack Lang, cujo planejamento era desenvolver as artes e a cultura nas

escolas públicas da França. O plano, conhecido como Le Plan de Cinq Ans, foi

anunciado conjuntamente pelos ministros de Cultura e o da Educação, Catherine

Tasca e Jack Lang, respectivamente, em 14 de dezembro de 2000.

Alguns anos mais tarde, Núria Aidelman Feldman desenvolveu sua pósgraduação orientada pelo Professor Alain Bergala em Sorbonne Nouvelle, Paris

III. Esse foi o nascedouro de várias parcerias que só vem se multiplicando ano a

ano. Núria com outros colegas integra a equipe de A Bao A Qu (nome tomado de

um personagem de Jorge Luis Borges), que criou o projeto Cinema em curs,

proposta verdadeiramente vanguardista apresentada no Brasil, em novembro de

2007.

Assim, embora se tratando de projetos bem diferenciados pela

envergadura e pelo caráter de cada um, eles encontram-se integrados por algumas

atividades comuns e pelas pessoas envolvidas. Por exemplo, Cinema en curs foi o

primeiro organismo de fora da França a vincular-se ao projeto francês Le cinéma,

cent ans de jeunesse, dispositivo pedagógico da Cinémathèque française, do qual

Alain Bergala é um dos principais representantes. Em 2006, Cinema em curs se

somou a associação Os filhos de Lumière de Portugal e, para 2008-2009, se prevê

que o faça a Cineteca di Bologna. Deste modo, os projetos transitam

individualmente, mas se encontram em diversos trechos do caminho ligando, cada 3

vez mais, diversas instituições européias.

Ambos projetos constituem verdadeiros modelos inspiradores do “fazer

arte” na escola. Esta pesquisa, de cunho teórico-metodológico, discute um

movimento permanente. Ela busca na teoria os fundamentos do fazer e capitaliza

a experiência como elemento de análise e atualização teórica. Fazer cinema na

escola constitui uma possibilidade de exercício dos direitos humanos, em especial

das crianças e os jovens. Este trabalho quer se tornar um desafio que mobilizeartistas, autoridades governamentais, professores e alunos, particularmente das

escolas públicas brasileiras, para criarem seus próprios projetos.

1- Alain Bergala e o cinema nas escolas públicas da França.

a) O homem e o projeto

Alain Bergala é cineasta e docente universitário. Ele considera que foi salvo em

duas vezes na vida: a primeira, pela escola (um professor

...

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