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Familia

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Por:   •  16/3/2015  •  886 Palavras (4 Páginas)  •  131 Visualizações

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No decorrer da história assistimos à várias mudanças no âmbito familiar, tanto em seu interior quanto na sua relação com a sociedade.

Philippe Àries, por exemplo, em sua obra “História Social da Criança e da Família” (1981), refaz, através de um estudo minucioso, a trajetória da Família Medieval à Família Moderna.

Àries, faz inicialmente uma abordagem sobre a sociedade tradicional européia, caracterizada pela transmissão geral de valores e conhecimentos em relação à socialização da criança, características estas que nem eram asseguradas e nem controladas pela família.

Define que a família antiga tinha por missão, a conservação dos bens, a prática de um ofício comum a todos, e ajuda mútua no cotidiano de um mundo em que homem e mulher não poderiam sobreviver isolados. As trocas afetivas e comunicações sociais, eram feitas por intermédio de vizinhos, amigos, crianças e idosos, mulheres e homens com possibilidades de se manifestarem livremente em seu meio.

Descreve mudanças significativas a partir do século XVI, onde assiste-se a um processo de nuclearização da família, acompanhado da individualização de seus membros que reivindicam uma progressiva privacidade o que alterará significativamente os espaços de morar, havendo a diluição das famílias conjugais.

O processo de industrialização associado à concentração de população nos pólos urbanos e as profundas transformações no processo de trabalho, do local onde se trabalha, e consequentemente na composição do grupo familiar e das relações entre

seus membros, levaram a uma mudança nas relações sociais, onde a família exerce o seu papel de mediação entre indivíduos e comunidade, de encontro entre gerações.

Alguns estudiosos como Freyre, Cândido, Berquó, Goldani, Bruschini, Blay, Saffiotti, Telles, Prado e outros(as), já salientam na família brasileira o fenômeno da desagregação patriarcal , sendo palpável nos dados empíricos sobre o que eles costumam chamar “arranjos familiares” ou “novos modelos de família”.

As tipologias sobre os novos arranjos variam muito quanto à denominação, entretanto, os mais citados pelos estudiosos são: família nuclear (conjugal); família extensa (consangüínea); família unilateral; família monoparental. No Brasil, a monoparentalidade responde pela diversificação dos arranjos familiares, segundo estudo realizado por Goldani (1993), compreendendo os períodos de 1981 a 1989. Há um decréscimo nas famílias formadas por casais e um aumento proporcional nas famílias monoparentais, em sua maioria formadas por mãe com filhos.

Vale mencionar nesse sentido a passagem da família para a chamada fase de pós-nuclearização, na qual o foco passará do casal e filhos para o indivíduo. Este processo é considerado por muitos estudiosos como um retrocesso e responsável pela perda da importância da família como instituição, associado a um modelo capitalismo industrial X capitalismo de consumo, advindo com a revolução nas tecnologias reprodutivas e com os movimentos de pós-modernismo cultural.

Ao contextualizar as mudanças pelas as

quais passam as famílias (principalmente a brasileira), deve-se ter presente as desigualdades regionais e raciais e os macro-processos, a grosso modo caracterizados por ciclos econômicos combinando crescimento e recessão, movimentos de redemocratização das instituições políticas, lutas por direitos civis básicos, conquistas da cidadania e processos de modernidade excludente" (GOLDANI, 1994)

Em decorrência dessas transformações, o tipo de família assentado na divisão dos papéis sexuais homem- provedor e mulher-dona-de-casa entrou em crise a partir das três últimas décadas. Atualmente, já não ocorre mais a separação entre as esferas pública e privada na

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