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Fichamento A Noção de Cultura nas Ciências Sociais

Por:   •  26/8/2021  •  Resenha  •  3.092 Palavras (13 Páginas)  •  167 Visualizações

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Cuche, Denys.  A Noção de cultura nas ciências sociais . Bauru: EDUSC, 1999

Capítulo 1: Gênese social da palavra e da ideia de cultura

A  noção  de  cultura  é  inerente  à  reflexão  das  ciências  sociais.  E  é  necessária  para  pensar  a  unidade  da  humanidade  na  diversidade  para  além  dos  termos  biológicos. Ess a noção fornece a resposta mais satisfatória à questão da diferença  entre os povos, contra a resposta baseada na noção de “raça” (p. 9)

- O ser humano é essencialmente um ser de cultura (p. 9). É a cultura que torna  possível a transformação da natureza (p . 10).

- Se  todas  as  populações  humanas  possuem  a  mesma  carga  genética,  elas  se  diferenciam  por  suas  escolhas  culturais.  A  noção  de  cultura  é  o  instrumento  adequado  para  acabar  com  as  explicações  naturalizantes  dos comportamentos  humanos. A própria naturez a é interpretada pela cultura (p. 10)


Nada   é   puramente   natural   no   homem.   Mesmo   aquelas   funções   que

correspondem   a   necessidades   fisiológicas   (fome,   sono,   desejo   sexual)   são  informadas pela cultura: as sociedades não dão as mesmas respostas culturais a  estas necessidades.

- Cultura  remete  também  à  questão  da  identidade.  Esses  são  conceitos  que  remetem a uma mesma realidade. Quando se fala na identidade de um grupo, se está aludindo à idéia de unidade cultural dele. E se leva em conta as relações dele com  outros  grupos  e como  ela  influencia  nesse  processo  de  formação  de  uma  identidade (p. 14)

- A  invenção  do  conceito  de  cultura  é  reveladora  de  aspectos  da  cultura  onde  surgiu  –a “ocidental”. Essa palavra não tem um equivalente na maior parte das  línguas  estudadas  pelos/as  antropólogos/as.  [Conceito  de  cultura  é  ocidental – século XVIII]. Isso não significa que as sociedades não tenham suas culturas! Mas  que essa questão não lhes é importante muitas vezes. É importante para quem as  estuda.


- Vai falar sobre a gênese do conceito nas ciências sociais fundamentalmente (p.

18)

- No  século  XVIII,  cultura  é  sempre empregada  no  singular,  o  que reflete

universalismo  e  humanismo  dos  filósofos.  Homem,  em  maiúscula.  Cultura do  Homem  (p.  21).

- Tanto  o  uso  de  cultura  quanto  de  civilização,  no  século  XVIII,  marcam  uma  concepção  histórica  dessacralizada.  A  filosofia  da  história  se  liberta  da  teologia.  Homem no centro das reflexões e do universo [sujeito e objeto de conhecimento].

- Surgem as condições para o desenvolvimento das “ciências do homem” (p. 23).

- Essa cultura que distinguia no século XVIII a intelectualidade alemã, no XIX vai  se  converter  em  marca  distintiva  da  Nação  inteira  (p.  26).  Expressão  de  uma consciência  nacional  que  questiona  sobre  o  aspecto  específico  do  povo  alemão que não conseguiu ainda sua “unificação política”. Diante das poderosas França e Inglaterra,  glorificando  sua  cultura  a  Alemanha esfacelada  e  enfraquecida  por  divisões políticas pôde afirmar sua existência (p. 27)


- Por  isso que  no  século  XIX  a  noção  distancia-se  da  noção  francesa  de

civilização. Enquanto uma tende à universalização, a outra busca especificidades. Por  isso  se  diz  que  a  cultura,  na  Alemanha,  era  uma noção  particularista. Enquanto civilização é universalista, expressão de uma nação unificada desde há  muito e com pretensões expansionistas já (p. 27). Preocupações diferentes


Johann Gottfried Herder, em 1774, final do XVIII, Uma outra filosofia da história, já  criticava  a  noção  de  civilização  e  ressaltava  a  especificidade  de  cada  cultura.  Cada cultura exprimiria à sua maneira um aspecto da humanidade [essa idéia se mantém] (p. 27). Espécie de precursor do conceito relativista de cultura [Dumont,  por exemplo, diz isso] (p. 28)

-Essa noção evolui no século XIX ligada ao nacionalismo. Cultura liga-se à idéia de “Nação”. Vem da alma, do gênio de um povo. A nação cultual precede a nação política. Cultura como conjunto de conquistas artísticas, intelectuais e morais que constituem  o  patrimônio  de  uma  nação,  algo  que  funda  sua  unidade  (p.  28).

“O debate franco-alemão  do século  XVIII  ao  século  XX  é  arquetípico  das  duas  concepções  de  cultura,  uma particularista,  a  outra  univers

alista,  que  estão  na  base  das  duas  maneiras  de definir o conceito de cultura nas ciências sociais contemporâneas” (p. 31)


Capítulo 2. A invenção do conceito científico de cultura

-Antropologia: como pensar a especificidade humana na diversidade dos povos e dos costumes?

-Postulado   da   unidade   do   ser   humano,   herança   da   filosofia iluminista.   A dificuldade é pensar essa unidade na diversidade. Proposta é dar outra explicação à diversidade, diferente da suposição de “raças” diferentes. Dois caminhos serão percorridos:  um  que  privilegia  a  unidade  e  minimiza  a diversidade –ela  seria “temporária” –é o esquema evolucionista (p. 33); o outro caminho dá importância à diversidade, preocupando-se em demonstrar que ela não é contraditória com a unidade  da  humanidade  (p.  33-34).  O  conceito  que  vai  permitir  enfrentar  essa problemática é o de cultura (p. 34)

-A introdução do conceito difere de país a país. E não houve entendimento entre as diferentes “escolas” sobre a questão de saber se era preciso utilizar o conceito no  singular  (a  Cultura),  numa  acepção  universalista;  ou  no  plural  (as  culturas), numa acepção particularista (p. 34-35)

-Edward Burnett Tylor, antropólogo britânico, que em 1871 define a cultura como um  todo  complexo.  Uma  definição  que  se  pretende  descritiva, objetiva.  Rompe com as descrições restritivas –a cultura é a expressão da totalidade da vida social do homem. Caracteriza-se por sua dimensão coletiva. E é adquirida, não depende da hereditariedade biológica (p. 35)

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