TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Fichamento do texto ascensão e queda de uma elite endogena extraido do livro historia concisa de cabo verde

Por:   •  22/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  629 Visualizações

Página 1 de 8

[pic 1]

Unidade Orgânica

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Curso

Ciências Sociais

Ano

Disciplina/Unidade Curricular

Tópicos específicos em estudos cabo-verdianos

Semestre

2º 2015/2016

Docente

Brito Semedo

Descente

Eurizandra fernandes

Assunto:

Ficha de leitura II

Titulo: Política e sociedade, ascensão e queda de uma elite endógena

Bibliografia: História concisa de cabo verde, Lisboa/ Praia:IICT/IIPC, 2007. PP.357-375

De acordo com a minha leitura do texto, constatei que a tese fundamental da autora, tem como propósito retratar as elites que dirigiram os destinos da primeira capital das ilhas de Cabo Verde, mais concretamente Ribeira Grande durante os séculos XVI, XVII e XVIII.

«Os poderes locais»

No que diz respeito aos poderes locais, a autora afirma que, o arquipélago de cabo verde, durante os sec.XVII-XVIII, teve duas grandes instituições de poderes de entre elas, a Câmara e as Milícias. Essas instituições segundo ela, eram dominados pelas elites naturais das ilhas, que mesmo nos períodos de fome, seca, conseguiram resistir.

Elas também, actuavam como poder político e militar, e funcionava como instrumentos de solidariedade, que permitia a elite cabo-verdiana, apesar das suas divergências, unir-se, mobilizar-se, resistir e lutar contra os inimigos que tentavam esvaziar os seus privilégios.

Esta primeira elite (os armadores e os proprietários rurais), manteve uma relação com os armadores, que eram os seus parceiros de negócios. Entre eles, havia conflitos, e esse conflito só abaixou com o desaparecimento dos armadores e os homens poderosos. Daí que os juízes os vereadores e procuradores, evoluíram de tal forma que os cargos passaram a ser reservados para aqueles que eram natural de terra e de famílias de «nobres e governança», o que significa que não era um poder pessoal, mas sim de classe.

De acordo com os argumentos da autora, esse posicionamento de poder por classe, fez com que já do sec.XVII-XVIII, o exercício das funções concelhias, e a actuação das Milícias, fosse a única forma de ascensão dos filhos da terra. O que significa que era um poder hereditário, pois passava de geração para geração, isto é, do pai para filho.

«Homens e funcionamento das instituições locais»

Essas duas instituições segundo a autora, só poderiam ter um bom funcionamento, se nas ilhas em que foram instaladas, apresentavam boas condições. Uma das melhores condições, tem aver com a fixação dos moradores vizinhos na dita ilha.

No antigo espaço: Santiago e Fogo

A autora realçou que, na ilha de Santiago, através da carta de 1512, consegue-se deslindar qual a posição social dos homens que dominavam a câmara e que compunha a primeira elite santiaguese. Sendo assim demonstrou que eles eram um grupo de homens poderosos vindos do reino, entre eles os escudeiros, os fidalgos e cavaleiros. Instalaram-se na ilha de Santiago, mas concretamente Ribeira grande de Santiago, com objectivo de armar e comerciar para a costa da Guiné. Com o tempo, esses homens tornaram grandes proprietários rurais, pois, transformaram a Ribeira Grande de Santiago numa cidade e fizeram dela o depósito dos escravos procurados pelos navios negreiros

Esses homens, viviam numa sociedade cosmopolita, pois eram os estrangeiros que vieram da Europa e da África e criaram uma sociedade composta por dois estratos: o dos brancos/ europeus e o dos negros/africanos.

Segundo ela, a elite que dominava Santiago e Fogo, faziam parte de clientela dos armadores (elite armadora). Eles detinham o verdadeiro poder através da comunicação directa que estabelecia com o rei.

As tropas Milicianas, uma outra instituição ligada a câmara, entrou em Santiago nos finais do secXVI. Eram os mesmos homens que dirigiam a Câmara que também fizeram parte desta chefia.

A autora enfatizou que, devido a uma forte concorrência entre os franceses, holandeses e ingleses, deixou de haver o contrato de comércio de escravos na costa ocidental africana. Pois é neste momento, que a elite armadora entrou em crise, dando origem a uma nova elite, isto é, a elite «nobreza da terra». Era o fim de uma sociedade cosmopolita. Esta nova elite segundo a autora, apesar de não possuir o poder económico, apoderara-se dos cargos administrativos, militares, da casa da Misericórdia, como também das alfândegas e justiça.

Com a descoberta do ouro no Brasil, a relação da Coroa com os outros territórios atlânticas, passaram a ser dependentes dos interesses da economia Brasileira. È nessa nova conjuntura que a autora afirma que as ilhas de cabo verde, a importância que tinha antes na política comercial portuguesa, isto é, o arquipélago foi profundamente esquecido pelo poder político reinol. A partir de então, deu a origem a sociedade Cabo verdiana, isto é, uma sociedade autónoma e de autogestão.

Nos novos espaços: Santo Antão, S. Nicolau, Boa Vista, Maio e Brava

Na ilha de S. Antão, S. Nicolau, as instituições só tiveram o terreno por causa de um factor muito importante, que é a densidade populacional. Pois ali havia uma população suficiente que permitia a instalação de» poder legalizado». Apesar de não existir nessas ilhas nenhum homem branco mesmo assim foi possível a criação de duas vilas, com os juízes e oficiais da câmara.

Ainda nessas duas ilhas, a autora afirmou que deveria ser proposto pelos oficiais da câmara e confirmado pelo rei, um «capitão-mor», cuja principal tarefa, é fazer uma lista de pessoas capazes de usar as armas, de fazer a distribuição das guardas e vigiar nos portos, cobrança das multas e aplicação de castigos aos soldados.

Já para as ilhas de Boa Vista, Maio e Brava o ouvidor geral aconselhava em cada uma delas a eleição anual de um juiz «pelos homens principais do povo» e com aprovação do ouvidor. No mesmo ano, começaram a criar nessas ilhas «as justiças e tropas». Primeiro foi em S.Antão, depois para S. Nicolau e por fim Boa Vista e Maio.

Ainda nessas ilhas, o facto delas possuíam muito menos densidade populacional, dever-se-ia nomear dois capitães para cada uma delas e o mais velho com o título de «capitão cabo».

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.2 Kb)   pdf (131.1 Kb)   docx (36.1 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com