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Giddens E Norbert Elias

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Por:   •  22/10/2014  •  1.201 Palavras (5 Páginas)  •  682 Visualizações

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Giddens e Norbert Elias

Para Elias, só é possível pensar em identidade considerando as redes de interdependência que os indivíduos estabelecem nas configurações às quais pertencem. Elias aponta que a mudança na “balança nós-eu” está vinculada a transformações históricas das sociedades. Já Anthony Giddens, por outro lado, está preocupado em demonstrar o desenvolvimento da auto identidade. A concepção eliasiana de identidade é apresentada em seu livro A sociedade dos indivíduos, principalmente, na Parte I (denominada “Mudança na balança nós-eu”) e é complementada, endossada e clarificada por algumas asserções presentes em outras obras do autor. Norbert Elias considera que qualquer concepção moral, temporal ou sobre a natureza é aprendida e apreendida de outros indivíduos, ou seja, socialmente. A proposta eliasiana é, portanto, representar os indivíduos com seus egos ou “eus” interdependentes, cada um com valências abertas possivelmente conectadas por um equilíbrio mais ou menos instável de poder, formando cadeias e teias de interdependência das mais diversas entre si. Elias ressalta que o uso de pronomes demonstra como um indivíduo é um ser social. A utilização do “eu” requer e é direcionada a outros pronomes tais como “nós”, “ele”, “ela”, “eles” e “vós”. É preciso, portanto, olhar a trama de relações em que um indivíduo está inserido para poder compreendê-lo. Dessa forma, ao relutar contra a dicotomia indivíduo-sociedade, Elias compreende o indivíduo necessariamente vinculando-o às cadeias de interdependência das quais ele faz parte. As sociedades, em decorrência, são o plural dessas interdependências. As configurações, então, são uma pré-condição para a auto percepção. Em suas próprias palavras: “O sentido que cada um tem de sua identidade está estreitamente relacionado com as relações de ‘nós’ e de ‘eles’ no nosso próprio grupo e com a nossa posição dentro dessas unidades que designamos ‘nós’ e ‘eles’” (ELIAS, 1991, p. 139). Para o autor, a relação identidade-eu/identidade nós varia conforme a sociedade. Ele evidencia que, a partir do Renascimento, a balança passou a pender cada vez mais para a identidade-eu. A identidade-nós passou a ser ocultada na consciência. m suma, a concepção eliasiana é que indivíduos são interdependentes formando configurações que estruturam alguns traços da personalidade ou, melhor dizendo, configuram a estrutura social de personalidade. Isso significa que o código social (a herança social comum) marca o comportamento e a sensibilidade pessoal permitindo, a partir daí, o desenvolvimento de uma personalidade individual praticamente exclusiva e única. Para ele, compreender o indivíduo em sua identidade é que Elias aponta que a relação de interdependência entre os dois grupos influenciava a autoimagem e a auto representação dos indivíduos. Compreender e conectar aspectos oriundos de diversas áreas do conhecimento. A autoimagem e a autoestima de um indivíduo estão ligadas ao que os outros membros do grupo pensam dele. A experiência que o indivíduo tem de si e das outras pessoas ajuda a modelar a identidade individual. A concepção de identidade de Anthony Giddens foi sistematizada em sua obra Modernidade e identidade. Para explaná-la, é importante colocar como pano de fundo o que o autor entende como estruturação e reflexividade, aspectos centrais em seu pensamento. A estruturação diz respeito à maneira com que as práticas dos indivíduos se aperfeiçoam e se estendem ao longo do tempo e do espaço em função da estrutura ser tanto meio como fi m de tais práticas. A estrutura é, assim, tanto coercitiva quanto facilitadora, oferecendo aos agentes as regras e os recursos para realizarem suas ações. É nesse âmbito que o autor concebe as ações individuais e coletivas. Portanto, para Giddens, os indivíduos organizam suas práticas recursivamente (lançando mão dos recursos que a própria estruturação organiza e oferece) e a reflexividade, — ou segundo Scott Lash, a auto-reflexividade; e o monitoramento contínuo da rotina faz parte da cognoscibilidade dos agentes na modernidade. O primeiro desses conceitos é o de “segurança ontológica”, que se relaciona ao caráter implícito da consciência prática, ou seja, daquilo que os agentes são incapazes de elaborar na forma de discurso. A segurança ontológica é, portanto, uma resposta a possíveis questões que o indivíduo se faça. A confi ança básica é elaborada através da aceitação, por parte da criança, da ausência dos “cuidadores”, é aquilo que Winnicott denominou de “espaço potencial”. Entretanto, é a confiança nas pessoas que confere gratificação

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