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Globalização e Seus Maciços Efeitos

Por:   •  4/10/2016  •  Resenha  •  1.946 Palavras (8 Páginas)  •  196 Visualizações

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Na contemporaneidade, em contraste com os primórdios da civilização — quando o conhecimento, em seus variados aspectos, não se difundia com facilidade; bem como culturas e etnias tão distintas não se mesclavam ou se agregavam com muita naturalidade ou facilidade —, a população mundial de humanos vive numa extensa rede em que pessoas de todos os cantos do planeta estão conectadas e trocando constantemente informações, produtos, elementos culturais etc. A esse fato dá-se o nome de Globalização.

Contudo, essa integração, a priori, foi um processo bastante gradual, começando aproximadamente no século quinze ou dezesseis —época das Grandes Navegações, que possibilitou o contato entre populações de diferentes partes do mundo e europeus, conquanto ainda que de forma lenta — e efetuada no século vinte, com o declínio do sistema socialista na União Soviética e na porção leste da Europa.

Inicialmente, logo na primeira fase de desenvolvimento da Globalização — o Expansionismo Mercantilista — com o fim de elaborar um trajeto marítimo para as Índias, surgiram as Grandes Navegações europeias. Tal fato trouxe marcantes efeitos aos países americanos no momento em que as caravelas chegaram ao vasto continente. Algumas das principais consequências deste encontro entre europeus e nativos americanos foram um surpreendente esbulho de territórios indígenas, a aculturação desses nativos — visto que os europeus impuseram sua cultura e sua religião católica sobre os povos encontrados e subjugados —, bem como a violação sexual e a morte de porção maciça dos habitantes.

Dessa forma, muitos europeus desfrutaram das riquezas naturais da parte sul do continente americano, que passou a exportar matérias primas americanas para a Europa. Desse comércio doentio participou também o continente africano, que teve seus nativos escravizados e enviados às américas para trabalhar no câmbio em questão.

Por outro lado, no prisma econômico, o continente europeu foi consideravelmente beneficiado em detrimento de povos americanos e africanos, auferindo subsídios suficientes para seu desenvolvimento econômico e tecnológico. Desse modo, os países explorados tornaram-se financeiramente pobres e dependentes dos países exploradores. Em suma, foi a fase que, para a Europa, denotou a busca à acumulação de riquezas; e, para os povos dominados e aculturados, pobreza, desrespeito, violação em todos os aspectos da mesma e inumanidade.

No entanto, tendo em vista que a próxima etapa da globalização indicaria um aumento da produção e do consumo, alguns elementos da fase supracitada tornaram-se um obstáculo para a evolução da globalização, como, por exemplo, a escravidão — que reduzia muito o mercado consumidor — que começaria a ser questionada. Logo, a partir do século dezoito, a produção industrial acelera, se optimiza e busca novos consumidores. Com esse aumento da velocidade de produção, movimentos de migração, bem como a abertura de países que a priori se encontravam fechados economicamente — em virtude, por exemplo, da autenticação do Tratado de Nanquim, que abriu o mercado chinês — passam a acontecer de forma mais intensa. Além dos impactos citados, o aumento da industrialização culminaria posteriormente num grande impacto na natureza.

Em adição a isso, nesta mesma fase, com os avanços tecnológicos, em especial na indústria bélica, industriais e econômicos, a competitividade — e não apenas o consumismo — torna-se cada vez mais evidente nos mais poderosos núcleos europeus, o que culminaria nas guerras mundiais — que, indiretamente, por conta da queda de várias potências, influenciou posteriormente a emancipação dos povos que haviam sido explorados na primeira fase da globalização. Dessa maneira, em meio a grandes conflitos e nesse contexto violento e ganancioso, inicia-se gradualmente a terceira fase da globalização.

Nesta fase da globalização, adeptos dos diversos sistemas econômicos e políticos encontravam-se em intensos embates em busca da liderança global. Tal conflito ocorria entre o comunismo, o capitalismo liberal e o nazi-fascismo. Os dois primeiros, a priori, uniram-se para derrubar o nazi-fascismo — cujos principais ideais incluíam a ideia de que algumas raças eram superiores a outras; o antissemitismo, que consistia na discriminação e na agressão contra judeus; o anti-liberalismo, o anticomunismo e o militarismo —, causando impactantes mudanças sociais e ideológicas em especial nos países adeptos de tal sistema.

Assim, o sistema — nazi-fascismo — que estava a crescer em número de adeptos, poder político, poder bélico e força, após dominar diversas nações, bem como provocar a morte de diversos judeus e pessoas pertencentes a outras raças, teve uma queda abrupta na segunda guerra mundial. Tal fato gerou uma mudança severa nas convicções populares sobre "certo" e "errado", visto que, atos de violência que eram permitidos e considerados plausíveis e necessários na Alemanha nazista, por exemplo, tornaram-se crimes e infrações gravíssimas. Dessa forma, em meio a tantos impactos — ideológicos, especialmente —, uma sociedade inteira bem como o senso comum presente na mesma, sofreram grandes alterações ideológicas, que irradiaram para outros aspectos, como o político e o econômico.

Após a derrota do nazi-fascismo, os sistemas vencedores liberal-capitalista e comunista disputaram entre eles a liderança mundial através da guerra fria, um confronto ideológico que consistiu numa competição relacionada a avanços tecnológicos, científicos e armamentistas. Tal guerra foi vencida pelo sistema capitalista, máxime pelos EUA, resultando uma vez mais em acentuadas mudanças ideológicas, sociais, econômicas e políticas em todo o mundo. Tais alterações foram evidentes com a universalização do idioma inglês, a adoção do dólar como moeda principal, na difusão do liberalismo e no elevado aumento da influência que a cultura americana possuía sobre as demais sociedades.

O Capitalismo completou o seu amadurecido com a Globalização, que proporcionou ao sistema citado uma maior facilidade na realização de câmbios de produtos e ideias, bem como uma maior rapidez na produção em larga escala e no consumo desses produtos.

Percebe-se, portanto, que durante a trajetória da globalização, focou-se tanto em elementos materiais ou relacionados a poder político, econômico e bélico, e tão pouco no valor inerente a cada ser humano. É notável também o quão o indivíduo, que inicialmente perdeu seu valor humano, adquiriu posteriormente o valor de um produto, tornando-se descartável. Quiçá, por conta disso, matou-se tanto na disputa citada pelo sistema que se tornaria um líder global, desprezando-se o valor que cada

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