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Joseph Schumpeter Em Capitalismo, Socialismo E Democracia: Um Ensaio Sobre Suas Contribuições Ao Desenvolvimento Da Teoria Democrática

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Por:   •  7/1/2015  •  1.332 Palavras (6 Páginas)  •  752 Visualizações

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Ícone na história do pensamento político e econômico, Joseph

Alois Schumpeter (1883-1950) lecionou em diversas universidades européias,

também assumindo cargos como o de ministro das Finanças da

República Austríaca, além da presidência de um banco privado naquele

país. Frustradas as suas experiências nas administrações pública e privada,

retornaria à carreira docente na Universidade de Harvard (EUA).

Em sua mais importante obra (Capitalismo, Socialismo e Democracia,

1961), o economista austríaco procura questionar preceitos fundamentais

do liberalismo clássico, relacionados à idéia da personalidade

humana como unidade homogênea. E, ao criticar o conceito de uma vontade

popular claramente definida – centrada num abstrato consenso coletivo

– denuncia a exploração política que macula essa abstração

rousseauniana, de forma que exercícios psicotécnicos de eliminar ou

exaltar certas proposições conduziriam a fins escusos, adulterando as informações

que formam a opinião do cidadão.

A partir de sua análise sobre democracia e representação política,

adviriam as premissas de uma de suas mais importantes contribuições ao

arranjo institucional das democracias contemporâneas, razão pela qual é

considerado pela doutrina como um dos maiores expoentes intelectuais

do século XX, dada a influência de seu legado teórico aos mais diversos

campos do conhecimento.

A análise sistemática das elites é recente e coincide com as crises

do liberalismo moderno, mesclando-se ao tema da delegação do poder e

da representação política, a partir do esforço empreendido pelas classes

dominantes em conceber formas de controle sobre as massas de eleitores.

O estudo do tema passou a integrar a ciência política no limiar dos

séculos XIX e XX, em grande parte como resultado do trabalho dos sociólogos

Vilfredo Pareto (1848-1923) e Gaetano Mosca (1858-1941), que com

fundamento na estratificação social e na afinidade entre as massas e seus

líderes políticos, aduzem a determinação do poder pelo caráter e pelas

habilidades de liderança (Baquero, 1989, p. 12).

Segundo Bobbio et al (2000, p. 386), o surgimento dessa teoria, de

forte carga anti-socialista e antidemocrática, bem reflete o grande medo

das classes dirigentes dos países nos quais os conflitos sociais estavam

prestes a eclodir. Manifesta, com isso, a crise da idéia do progresso indefinido

que havia caracterizado o período da burguesia ascendente, em que

o ideal de democratização igualitária entrava em choque com as teorias

evolucionistas.

É, pois, na esteira de clássicos autores elitistas que Joseph

Schumpeter constataria o domínio (tão inevitável quanto compatível com

seus ideais democráticos) da elite dominante sobre a maioria desorganizada.

Seu perfil ideológico informa a evolução de uma ciência realista

que, em oposição ao socialismo de classes, crê numa possível independência

do Estado em relação à sociedade civil, dado que a democracia

liberal, dissociada do domínio das elites, seria meramente utópica.

Propõe-se, assim, a análise do regime democrático por meio de

um método empírico, cuja ótica assemelha-se ao que pode ser observado

na realidade concreta, estando reduzida a democracia a um método ou

procedimento de escolha de lideranças que deveriam conduzir os assuntos

públicos. Daí a eleição de representantes ganhar destaque na definição

dos sistemas democráticos realistas, preocupados com a manutenção

da estabilidade democrática e com a preservação de seus procedimentos

formais.

O manifesto desenvolvido pelo autor converte-se numa crítica à

Filosofia iluminista do século XVIII – em que passa a examinar as repercussões

de suas definições enquanto modelo democrático – eis que, para

Rousseau (1999), o Estado emerge de um contrato social, pelo qual o

homem renuncia ao estado de natureza em que vivia, com parcela de sua

liberdade, para obter o mínimo de segurança e bens indispensáveis à

sobrevivência. Por conseguinte, a vontade geral nada mais seria que a

abstração de desejos egoísticos e das paixões vividas por cada um, em

prol de um postulado comum, identificado como felicidade coletiva.

Segundo Joseph Schumpeter, contudo, não seria possível identificar

uma vontade popular de todo o contigente de demandas individuais – isto é,

um único e determinado bem sobre o qual todos os indivíduos estivessem

de acordo. Isso porque as pessoas seriam naturalmente diferentes e logo

teriam ambições,

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