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O Livro Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano

Por:   •  4/7/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.216 Palavras (5 Páginas)  •  92 Visualizações

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O livro Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano' organizado e traduzido por Tomaz Tadeu é dividido em quatro subcapítulos: Nós, ciborgues O corpo elétrico e a dissolução do humano, Você é um ciborgue” - Um encontro com Donna Haraway, Manifesto ciborgue- Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX e finalmente Genealogia do ciborgue que não trabalhamos na apresentação do trabalho.

O livro aborda as diversas nuances do que significa ser um ciborgue, e no que se torna o clímax da experiência de leitura temos: “O Manifesto ciborgue Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX’ da bióloga e filósofa Donna Haraway. A organização dos artigos que antecedem e precedem o texto de Donna, acabam ajudando entendê-lo melhor uma vez que o primeiro contato com a leitura pode não ser muito amigável.

Para isso, no primeiro capítulo: “Nós, ciborgues: o corpo elétrico e a dissolução do humano”, Tadeu desenvolve a partir de uma por autores clássicos nas ciências sociais como Marx, Heidegger e Lacan e até mais adiante Foucault, Deleuze uma trajetória que nos convida a observar e a refletir sobre a demolição do sujeito cartesiano e da subjetividade racional. No início do texto Tadeu cita:  a questão não é mais, agora, “quem é o sujeito”, mas “queremos, ainda, ser sujeitos?” (GUZZONI, 1996).

Sua ideia é que ao reunir abordar através dessas teorias que não existe sujeito ou subjetividade fora da cultura, ou seja, sem história, linguagem e relações de poder. Segundo ele, o retrato do sujeito que posa como abstrato, universal, racional, reflexivo evoca um membro típico de um subconjunto particular do gênero masculino que são os processos que estão transformando, de forma radical, o corpo humano que nos obrigam a repensar a “alma” humana.

O autor também nos incentiva a pensar onde terminaria o ser humano e começaria a máquina – ou, dada a onipresença das tecnologias, onde termina a máquina e onde começa o humano – colocando em debate o entrelaçamento dessas fronteiras. Para ele, “não existe nada mais que seja simplesmente “puro” em qualquer dos lados da linha de “divisão”: a ciência, a tecnologia, a natureza.” (TADEU, 2009, p.11).  A existência do ciborgue não nos desafia a perguntar sobre a natureza das máquinas mas sobre a natureza do humano

Uma das características mais notáveis desta realidade humana tecnológica segundo Tadeu é a interpenetração, a conjunção entre o humano e a máquina, os ciborgues vivem de um lado e do outro da fronteira que separa (ainda) a máquina do organismo. Na taxonomia proposta Gray, Mentor e Figueroa-Sarriera, as tecnologias “ciboguianas” podem ser abordadas no livro é possível perceber:

  1. restauradoras: permitem restaurar funções e substituir órgãos e membros perdidos;

  1. normalizadoras: retornam as criaturas a uma indiferente normalidade;
  1. reconfiguradoras: criam criaturas pós-humanas que são iguais aos seres humanos e, ao mesmo tempo, diferentes deles;
  1. melhoradoras: criam criaturas melhoradas, relativamente ao ser humano

Desta forma podemos pensar no encontro desses elementos de um lado na mecanização eletrificação do humano; do outro, a humanização e a subjetivação da máquina. É da combinação desses elementos s que nasce essa criatura pós-humana a que chamamos de “ciborgue”.

O que caracteriza a máquina nos faz questionar aquilo que caracteriza o humano: a matéria de que somos feitos. A imagem do ciborgue nos estimula a repensar a subjetividade humana; sua realidade nos obriga a deslocá-la. A imagem da subjetividade humana foi constituída pelo cogito cartesiano: a existência do sujeito é idêntica ao seu pensamento.

Os ciborgues nos forçam a pensar não em termos de “sujeitos”, de átomos de matérias, mas em termos de fluxos e intensidades, dissolvendo o humano como unidade.  Esta construção do texto finaliza nos introduzindo ao debate sobre a conexão entre os corpos, levando à pergunta: não seríamos todos, de alguma forma, ciborgues?

A resposta para esta pergunta é o objetivo do segundo capítulo do livro: Você é um ciborgue”: um encontro com Donna Haraway escrito pelo jornalista Hari Kunzru.

Este capítulo é retirado de uma entrevista que ele realizou com a própria Donna Haraway. Nele Kunzru explica que quando Haraway diz que é uma ciborgue, ela não está dizendo que é especial, só que as realidades da vida moderna implicam uma relações singulares com as tecnologias que não é mais possível dizer onde uma acaba e outra começa. Donna Haraway declara-se, como sendo, ela própria, um ciborgue um tipo de corpo que representa uma extensão da tecnologia. A autora questiona o viés masculinista da cultura científica.

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