TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O Município e o regime representativo no Brasil

Por:   •  12/6/2018  •  Resenha  •  1.040 Palavras (5 Páginas)  •  199 Visualizações

Página 1 de 5

[pic 1]

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. O município e o regime representativo no Brasil. 7. Ed. – São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

Jonathas Junio dos Santos Ribeiro

jonathasjr@gmail.com

No primeiro capítulo - O município e o regime representativo no Brasil, do livro:  Coronelismo, enxada e voto. Victor Nunes inicia dizendo que para compreender a vida política no interior do brasil é necessário, antes, de tudo, examinar o fenômeno do “coronelismo”, que por sua vez não é um fenômeno simples, pois envolve um complexo de características da política municipal, no período da republica velha.

À princípio caracteriza o “coronelismo” como - “resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada”. Victor Nunes

Esse fenômeno não é para ele, uma mera sobrevivência do poder privado, mas, à adaptação de seus resíduos ao poder público. Uma troca de favores, um “compromisso” entre o poder político consolidado, com a decadente influência social dos senhores de terras, da qual dependia o governo. O coronelismo, torna-se um uma ponte entre o poder político e o cobiçado “eleitor rural”, que correspondia há maior parte do eleitorado existente.

Segundo, Victor Nunes, o termo “reciprocidade” tornam-se, fundamental no coronelismo, pois, representa um fator comum e absoluto para a manutenção das relações de interesses pelas partes envolvidas, à saber - O governo (os políticos), com a motivação de conquistar os votos do eleitorado rural, que afinal, assegura o maior percentual eleitoral, utilizando-se assim, da influência local dos coronéis para isso. Os senhores de terra (os coronéis), que, em suma, não eram portadores dessa patente, mas, adquiriam esse título mediante pagamento. Sem saída, e com a lavoura economicamente decadente, os coronéis, encontraram no estado e em sua influência no povo, um atenuante ou uma válvula de escape para continuar em cena. Eles possuíam o controle da vida e do destino de seus subordinados - empregados, meeiros e agregados – isso se constituía na relação de dependência nas esferas social, econômica e pessoal que mantinham. O roceiro ou agricultor (eleitor rural) dependia, quase que incondicionalmente, dos favores do coronel, pois, para o roceiro em comparação de sua situação financeira lastimável, o coronel era um homem rico e possuía influência política, e era, onde, encontrava um meio para retirar sua subsistência. “A massa humana que tira a subsistência das suas terras vive no mais lamentável estado de pobreza, ignorância e abandono. Diante dela, o “coronel” é rico”. Victor Nunes.

Essa relação de dependência, que se inicia financeiramente, a partir dos favores oferecidos pelo coronel para com os roceiros ou agricultores, através de empréstimos, créditos, ou no direito de comprar fiado em seus armazéns, entre outros. Não se restringiam somente, num âmbito pessoal, mas também em serviços públicos em resolução de demandas locais, usando de sua influência política para fins. (O que trata S.B.Holanda em - Raízes do Brasil - O brasileiro tem dificuldade de lidar com o impessoal, de separar o público do privado). Com isso, estabelecia uma relação de respeito, e pessoal entre ambos. Pois, com esses “favores”, o coronel apresentava-se com grande estima diante de seus dependentes, chegando ao ponto em algumas ocasiões, tornar-se padrinhos de seus filhos. E além disso, ter domínio, hora por respeito, ou pela coerção e violência, até mesmo nos seus direitos eleitorais, determinando em quem, deveriam votar ou não, o que autor chama de “voto de cabresto”. Por isso a reciprocidade é um fator importantíssimo e intrínseco no coronelismo.

Nas considerações finais - Victor Nunes caracteriza o “fenômeno” e seus traços principais -  As características e as consequências do coronelismo se projetam sobre toda a vida política do país. Seu habitat é o interior do brasil afetando seus municípios rurais, mais isolados. O isolamento é um fator principal para a formação e manutenção do sistema, deixando esses municípios à margem do desenvolvimento urbano. “Sua vitalidade é inversamente proporcional ao desenvolvimento das atividades urbanas, como sejam o comércio e a indústria”. Victor Nunes

...

Baixar como (para membros premium)  txt (6.9 Kb)   pdf (157.9 Kb)   docx (28 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com