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O ativismo político de Norberto Bobbio

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Por:   •  27/9/2014  •  Artigo  •  525 Palavras (3 Páginas)  •  161 Visualizações

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Na década de 1930, freqüenta o círculo de oposição ao regime de Barbara Allason e é preso em maio de 1934, juntamente com Vittorio Foà numa acção policial do regime contra o grupo liberal Giustizia e Libertà, não obstante não militar nele. É condenado à pena mais leve, a de advertência.

A sua entrada no antifascismo ativo em Camerino faz-se por via do movimento socialista-liberal reunido à volta de Guido Calogero, Aldo Capitini, Umberto Morra di Lavriano, Cesare Luporini que irá incorporar alguns anos mais tarde o Partito d'Azione. O proselitismo, escrevia um companheiro seu da frente socialista-liberal, Rugero Zangrandi, era "a actividade de base aguardando o dia em que as coisas mudariam, integrada por tímidas ações de propaganda que se transformavam, no entanto, numa aprendizagem para a luta". O movimento era uma rede de grupos de oposição que se constitui espontaneamente nas universidades, nas colectividades recreativas, nas associações religiosas e nos organismos culturais, perante o que Zangrandi designa pelo 'degelo das consciências' na seqüência da promulgação das leis raciais e constitui o primeiro movimento cultural antifascista de inspiração não marxista que se afasta da tradição crociana e que consegue exprimir as suas aspirações sociais e libertárias, 'dando resposta às exigências mais vivas da juventude intelectual'".

Como Norberto Bobbio sublinhará, décadas mais tarde, em Maestri e Compagni: "embora proclamando-se liberal-socialista, desde o princípio o movimento fez questão de distinguir o seu liberal-socialismo do dos outros pelo empenho ético-religioso e não apenas político de que o animara. Refutou sempre tenazmente a absolutização da política (que era a saída do totalitarismo) e por isso a resolução de todas as atividade humanas na atividade política, na confusão dos movimentos sociais com os partidos. O liberal-socialismo não era ao princípio (e nunca deveria tornar-se) um partido; era uma atitude de espírito, uma abertura numa direção, uma certeza e uma esperança em contínua renovação, uma orientação de consciência".

É por via dessa postura mais ética e valorativa que politicamente militante que prefigurará anos mais tarde a ponte entre as sensibilidades liberal-socialista de Guido Calogero e Aldo Capitini e o socialismo liberal pós-marxista de Carlo Rosselli. Em 1941 é fundado o Partido de Ação e o movimento liberal-socialista conflui nele, forçando a entrada da Itália na guerra a passagem do movimento à oposição.

Mais que um verdadeiro e organizado partido de massas, o Partito d'Azione une os conspiradores contra o fascismo, alimenta o sonho do derrube do mussolinismo e da transição para a democracia, ao mesmo tempo que concebe a ideia de uma combinação harmoniosa entre a tradição européia e britânica de um liberalismo ético materializado nas instituições da democracia representativa e um programa de ampla justiça social que liberte a Itália e os italianos da pecha do subdesenvolvimento. A origem do seu antifascismo e a sua ideia classista do papel do intelectual, como consciência crítica da Nação e pedagogo, devem procurar-se na tradição do Risorgimento, na tradição laica e anticlerical que andou sempre associada aos meios intelectuais, no liberalismo ético de um Benedetto Croce, no liberalismo

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