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Os Fundamentos Teóricos da Classificação

Por:   •  16/12/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.210 Palavras (5 Páginas)  •  225 Visualizações

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Fichamento - ARAÚJO, CAA. Fundamentos teóricos da classificação. 2006.

1. INTRODUÇÃO

Classificar algo pode ser definido como “dividir em grupos ou classes, segundo as diferenças

e semelhanças. É dispor os conceitos, segundo as semelhanças e diferenças, em certo número

de grupos metodicamente distribuídos” (PIEDADE, 1997, p. 09), ou seja, ordenar ou dividir

em grupos a partir de aspectos semelhantes, que os demais não tem, partilhados por alguns.

2. CLASSIFICAÇÕES SOCIAIS

A classificação, além de especializada, também é parte constitutiva das sociedades, ação

instintiva do ser humano denominada classificação social. Existem inúmeros exemplos desse

tipo de classificação:

Basta pensar na maneira como as pessoas tratam umas as outras, ou se referem a terceiras, atribuindo estatutos de superioridade ou inferioridade social, [. . . ] umas distintas e outras vulgares, [. . . ] umas merecedoras de mais respeito e outras de menos, e por aí afora (COSTA, 1997/98, p. 66).

A principal característica desse tipo de classificação é seu caráter naturalizado, adotado sem

problematizações pelos indivíduos. Apesar de haver várias formas simples de se perceber a

classificação cotidiana, como lavar roupas ou organizar o quarto, há formas mais complicadas

de sua inserção, como o preconceito. O trabalho de Bourdieu, citado por Costa, nota uma

correlação entre os sistemas de classificação e as desigualdades sociais, concluindo que “as

relações sociais acabam por tomar a forma de lutas de classificação que operam em vários

domínios: as apreciações artísticas, os gostos alimentares, [. . . ] as preferências políticas, as

adesões religiosas, [. . . ]”

3. CLASSIFICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

Dentre as classificações mais elaboradas, que buscam explicitar e refletir sobre os critérios de

classificação utilizados, existem diversas formas de pensamento. Svenious diferencia aquelas

voltadas para uma classificação filosófica do conhecimento, daquelas preocupadas com a

organização de documentos, sua disposição física e recuperação. Estes, ela denominou

“classificação bibliográfica” (SVENIOUS, 1985).

Piedade traz uma distinção que atribui características de definição e hierarquização do

conhecimento humano para a classificação filosófica e características de “ordenação dos

documentos nas estantes ou nos arquivos, [. . . ] das referências nas bibliografias ou das fichas

nos catálogos” (PIEDADE, 1977, p. 61) para a classificação bibliográfica.

Ao separar a classificação por sua finalidade, há a obtenção de sua forma filosófica como

também sua forma bibliográfica. Esta, independente de suas distinções, busca difundir uma

classificação sistemática, que pense sobre os elementos de ligação que servem para a junção

de conceitos.

4. EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA CLASSIFICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

A primeira contribuição para a formulação de uma teoria de classificação foi de Aristóteles

com a divisão dos objetos em gênero e espécie. Sua segunda contribuição elabora os cinco

predicados, ou seja, os cinco tipos de relações existentes num arranjo lógico:

1) Gênero: grupo com características em comum;

2) Espécie: ser que tem um aspecto específico que o diferencia de seu gênero próximo;

3) Diferença: característica que serve para gerar uma espécie;

4) Propriedade: algo próprio de cada ser de uma classe, não sendo essencial à definição desta;

5) Acidente: aspecto não obrigatório a todos os elementos de uma classe.

Para uma apropriada estrutura conceitual três princípios lógicos são requisitados. Segundo

Dodebei, são eles:

1) Princípio da Completude

Estabelece que “a divisão do conceito deve ser completa, adequada e ordenada por

complexidade crescente, [. . . ] do simples ao complexo ou do abstrato ao concreto”

(DODEBEI, 2002, p. 82).

2) Princípio da Irredutibilidade

“[. . . ] não se deve enumerar mais que os elementos verdadeiramente distintos entre si, de

maneira que nenhum esteja compreendido no outro” (DODEBEI, 2002, p. 82).

3) Princípio da Mútua Exclusividade

Formula que é preciso usar somente um aspecto do conceito para cada derivação conceitual.

Apenas um princípio de divisão deve ser usado de cada vez para produzir classes mutuamente exclusivas. Se elas se sobrepõe [. . . ] é impossível se ter certeza a que classe um determinado objeto pertence. Esse erro é conhecido como classificação cruzada (LANGRIDGE, 1977, p.24).

Esses fundamentos foram cruciais na concepção dos primeiros sistemas de classificação

bibliográficas, pois são hierárquicos, isto é, organizam os conceitos em estruturas de

gênero/espécie, apontando características essenciais e acidentais. Os mais importantes

sistemas de classificação são a Classificação Decimal de Dewey (CDD),

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