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Os homens. Homem? antropologia

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Por:   •  28/6/2014  •  Resenha  •  857 Palavras (4 Páginas)  •  324 Visualizações

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Homens. Homem? antropologia.p65 25/3/2008, 13:5217

neutralidade, rigor fazem parte dessa utopia. E, como todas, esse é

para o cientista como uma espécie de “utopia”. Verdade, objetividade, um lugar onde não se chegará jamais, um inexistente que se torna de certa forma existente e real através dos caminhos que nos propõe para atingi-lo: não seremos neutros jamais, mas faremos esforço nesta direção; nunca seremos objetivos, mas faremos força para tal... Criticando-se continuamente, utilizando a própria debilidade como força maior, a ciência se faz. E se distingue dos outros sistemas de pensamento.

Nada há de estranho em que essas palavras surjam da pena de um antropólogo. Pelo contrário, é perfeitamente compreensível que haja lugar para a consideração, no mesmo plano, da ciência e das outras sabedorias humanas, no interior de uma ciência – a antropologia – que se tem dedicado a demonstrar como até mesmo detalhes da vida individual dos homens podem realizar e ilustrar possibilidades gerais da espécie; no interior de uma ciência que se tem dedicado também a descobrir como características gerais da humanidade adquirem concretamente fisionomias tão díspares e diferenciadas, segundo os tempos e lugares, que pareceriam, ao observador não-treinado, fenômenos essencialmente diferentes.

Não é estranho que um antropólogo, mesmo querendo-se cientista, duvide da superioridade da ciência em relação aos outros sistemas de pensamento. Não é estranho que reconheça que a solução antropológica ao enigma o que é o Homem? – resposta parcial, pois acessível apenas aos povos que dispõem de ciência e antropologia – não é melhor que as outras e não será universalmente satisfatória.

Não há paradoxo algum nisso. Pelo contrário, é descobrindo os seus limites e fraquezas em relação a esta questão que a antropologia poderá imbuir-se de força e ânimo para atacá-la. Reconhecendo seus limites, poderá buscar nova maneira de colocar a questão, eliminando dificuldades que são menos função da natureza do problema que da maneira de o colocar.

No sentido desse novo modo de colocar a questão, onde se impunha artificialmente uma resposta exterior e parcial, por ser antropocêntrica e etnocêntrica, sobre o que seria o Homem, deve-se agora conseguir conciliar, descobrindo entre eles a coerência, três vetores aparentemente contraditórios: a) a universalidade da pergunta o que é o Homem?, per-gunta que, aliás, somente homens podem antropologia.p65 25/3/2008, 13:5218

Os outros e os outros formular; b) a multiplicidade e diversidade das respostas que a ela são fornecidas; e c) a impossibilidade de lhe oferecer solução única e cabal, ainda que científica.

A hipótese fundamental dessa nova maneira de colocar a questão caracteriza-se mais por respeito pela diferença que amor à semelhança. Ela privilegia a diferença, vendo nela um dado positivo. Fecha portas às semelhanças superficiais e fáceis de encontrar, mas em geral etnocêntricas e artificiais. Levando ao extremo a atitude antropológica, a hipótese nos levaria a procurar a semelhança entre os homens em lugar insuspeito, no qual o olhar anterior jamais a poderia surpreender: na própria diferença. Em outras palavras, ampliando o raciocínio de modo a incluir nele não apenas os homens e suas sociedades, mas também os animais e suas sociedades, procurando diferenças dentro desse conjunto alargado de observação – procedendo, portanto,

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