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PESQUISAS QUALITATIVAS

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Por:   •  4/6/2014  •  1.339 Palavras (6 Páginas)  •  681 Visualizações

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PESQUISAS QUALITATIVAS E SEU DESDOBRAMENTOS

INTRODUÇÃO.

Este é um trabalho propõe pontuar as questões que alude o aumento das pesquisas qualitativas no campo da educação. O significado do recuo da teoria a suas consequências e por fim as maiores diferenças entre senso comum e a racionalidade comunicativa.

Não há dúvida de que a pesquisa qualitativa é fundamental para a educação. Ela apresenta um vínculo com as preocupações características do pensamento crítico, componente necessário às práticas emancipatórias. Para tanto, é necessário o conhecimento e a utilização adequada das suas abordagens. Na medida em que percebemos o sentido das abordagens qualitativas com base na análise de suas configurações, apreendendo a dimensão relacional entre o sujeito e o objeto, e as concepções de mundo a que se alicerçam, poderemos auxiliar no processo de recuperação da sua credibilidade e confiabilidade na educação. A dívida com a evolução do saber da área passa, enfim, a ser saldada com a investigação atenciosa de dados reais, sem o perigo de redução ao objetivismo ou ao subjetivismo, pois ambos (subjetivo e objetivo), como vimos, são elementos necessários às práticas de pesquisa bem-sucedidas. As abordagens qualitativas têm importância para a educação na medida em que mostram a insuficiência das abordagens quantitativas no sentido puro e que o domínio do objeto é, desde sempre, dependente da incorporação da subjetividade ou do acordo intersubjetivo, sendo esses elementos historicamente modificáveis.

O problema mais evidente está não somente na tentativa de transição do quantitativo para o qualitativo. É certo que a cobrança do sistema é concentrada, de modo geral, na sobrevalorização do aspecto quantitativo. E os pesquisadores querem-se contrapor a isso levantando dados qualitativos de uma subjetividade particularizada. Talvez aqui se faça sentir a necessidade de um qualitativo como conversação, comunicação, acordos. E ainda a necessidade de um qualitativo que tenha como télos o consenso e, como referência e resistência, o mundo comum a todos. Afinal, as condições utópicas já são encontráveis nas situações fáticas de uso da linguagem cotidiana. A linguagem natural possui um télos do entendimento que concede a possibilidade de antecipação da imagem do consenso. É a antecipação de formas de vida não fracassadas (Trevisan, 2000, p. 263). A demanda de tratamento das questões da educação a partir do universo da linguagem, da comunicação ou da busca do entendimento mútuo é própria de um senso comum esclarecido (Santos, 1989, p. 41). É nessa dimensão que se faz valer a positividade da aproximação das pesquisas qualitativas com o senso comum, uma vez que se pode assim criar as condições para a emergência de uma ciência prudente (idem, ibidem). Nesse sentido, posicionamo-nos criticamente em relação a abordagens que tendem a valorizar o esforço no sentido contrário, ao abalizar a relatividade e a absoluta incongruência entre os diversos discursos. Sem dúvida isso cria um campo minado, que faz com que aqueles que se arrisquem a percorrê-lo fiquem sujeitos a permanentes reveses. Educacionais, essa sugestão se coloca como alternativa para assegurar, na diversidade de abordagens, o aprimoramento teórico-metodológico necessário a uma educação bem-sucedida. Ela poderia contribuir, desse modo, para instaurar, num ambiente sobrecarregado de conflitos, o giro em direção à busca de determinados acordos ou consensos, como ocorreu, por exemplo, quando da incorporação do quantitativo. É isso que possibilita a superação de posturas epistemológicas e/ou políticas reducionistas ou marcadamente divergentes, que a distanciam de uma visão normativa enquanto a aproximam do status quo instituído.

Nesse sentido, o trabalho alinha-se à ótica que percebe os avanços das pesquisas qualitativas, mas confronta-se com os seus desencaminhamentos, apostando na possibilidade de validar saberes a partir da ideia de um consenso minimamente atingível. Como alternativa favorável à democracia, o agir orientado ao entendimento poderia atuar no desenvolvimento de estruturas para a educação conquistar um ethos cada vez mais universal, no qual as diferentes perspectivas teóricas poderão, enfim, dialogar, sem que isso implique o abandono de seus lócus específicos.

Referências bibliográficas

Subscrevo as referências do próprio texto de:

Sobre a proximidade do senso comum

das pesquisas qualitativas em educação:

Positividade ou simples decadência?

Catia Piccolo Viero Devechi

Universidade de Brasília, Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação

Amarildo Luiz Trevisan

Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Fundamentos da Educação

ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith. O planejamento de pesquisas qualitativas em educação. Cadernos de Pesquisa, v. 77, p. 53-61, maio 1991. APEL, Karl-Otto. Transformação da filosofia II: o a priori da comunidade de comunicação. São Paulo: Loyola, 2000BARBIER, René. A pesquisa-ação. Brasília: Plano, 2002BOTTOMORE, Tom (ed.). Dicionário do pensamento marxista. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988BRITO, Angela Xavier de; LEONARDOS, Ana Cristina. A identidade das pesquisas qualitativas: construção de um quadro

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