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PROMISCUIDADE PRIMITIVA - A HISTÓRIA DE UMA IDÉIA

Por:   •  21/11/2016  •  Ensaio  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  1.292 Visualizações

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PROMISCUIDADE PRIMITIVA: A história de uma ideia.[1]

Matheus Amorim da Silva[2]

Resumo:

O presente trabalho visa trabalhar conceitos antropológicos sobre as teorias que os antropólogos do fim do século XIX e início do século XX - da passagem do Evolucionismo para o Funcionalismo - em especial no que tange a promiscuidade primitiva e as formas que levaram os antropólogos a acreditar nessa suposição e de que forma foram levados a abandonar a ideia.

Palavras Chaves: Evolucionismo; Funcionalismo; Promiscuidade Primitiva.

INTRODUÇÃO:

Os antropólogos vêm cada vez mais sendo requisitados por órgãos públicos e organizações governamentais a modo de pesquisarem e propor métodos a fim de entender e enfrentar problemas decorrentes da chamada “revolução sexual”, que por vários âmbitos, possuem suas definições. No campo de estudo da Antropologia propriamente dito, esse estudo foi montado no final no século XIX com a chamada Escola Evolucionista, apresentando suas primeiras deduções e objetivando seus primeiros conceitos sobre o assunto. No presente trabalho, se abordará as ideias que rondam em torno da definição de promiscuidade primitiva, desde a sua primeira definição até o seu fim.

  1. INÍCIO DE UMA IDÉIA:

Sintetizando o contexto inicial à ideia de promiscuidade primitiva, é importante fazer breves considerações sobre o pano de fundo filosófico e ideológico que ocorre na segunda metade do século XIX: A Escola Evolucionista. Os primeiros antropólogos evolucionistas têm a ambição de redesenhar um possível corpus etnográfico da humanidade, tomando o relativismo cultural como principal motor para explicar a passagem do selvagem do século XVIII (que agora está no papel de “primitivo”) para a o seu mais alto grau, o homem civilizado.

Acreditavam os evolucionistas que a espécie humana - apesar de severas diferenças raciais e culturais - são idênticas, ou seja, possuiriam um ancestral em comum. Afirmavam ainda que a “evolução” das sociedades seria linear, que todas passariam pelas mesmas etapas, porém com desenvolvimento em ritmos desiguais, o que justificaria a ausência do que eles acreditavam ser a “civilização” e sociedades que eles acreditavam ser “primitivas”. Desse modo, cabiam aos estudiosos definir de forma metodológica os estágios dessa evolução.

Um dos temas mais recorrentes dentro das discussões antropológicas do evolucionismo se dava na sexualidade humana, no que também tange a suposta origem da família. Quanto à sexualidade, a teorias evolucionistas se baseavam em que a primeira fase da humanidade, os seres humanos pré-históricos teriam vivido em um estágio de promiscuidade primitiva, em que um “bando desordenado” original era regida por uma completa indiferenciação das relações sexuais entre homens e mulheres, onde os que se relacionariam,  não tivessem um laço efetivo e que não seriam restritos a qualquer proibição moral de incesto. Ainda complementam os evolucionistas que um segundo momento após o estágio de promiscuidade primitiva, seria o casamento em grupo, onde a família interina matriarcal viera antes do patriarcado.

  1.  HISTÓRIA DE UMA IDÉIA

O conceito de promiscuidade primitiva e todas as teorias que o envolvem foram mencionadas por vários antropólogos contemporâneos, dentre esses antropólogos, a discussão é pautada com mais intensidade em três pensadores, com ideias recorrentes: Bachofen, Frazer e Henry Morgan.

A primeira vista influente da promiscuidade primitiva é atribuída a Bachofen, divulgada em seu livro “O Direito Materno” de 1861. A construção hipotética de Bachofen acerca da ideia de promiscuidade primitiva imaginava que a sociedade daquele dado momento viveria uma realidade de sexualidade sem qualquer regra ou conduta, sendo assim, seria impossível uma determinação certa da paternidade, fazendo com que a filiação fosse contada pela linhagem feminina. Devido a essa linhagem, a mulher gozava de grande prestígio dentro da sociedade, e esse domínio absoluto foi denominado como “ginecocracia”. Frazer e Morgan adotaram e dialogavam frequentemente a teoria de Bachofen sobre a promiscuidade primitiva. Friederich Engels, por sua vez também deu seu parecer e emprestou a teoria dos evolucionistas, não só apenas remetente a promiscuidade primitiva, mas também, esboços explicativos da mudança de estágios da selvageria à barbárie, e da barbárie à civilização.

Contudo, este tema que ocupou um ponto relevante entre várias discussões sobre a origem das sociedades, nunca foi de fato documentado, ou seja, não passa de mera conjectura como se é de imaginar. Porém, para os evolucionistas, a ideia de que houve de fato uma fase em que o sexo era uma prática sem regras, foi de importância crucial para a lógica da teoria evolucionista, no que se tratava das relações sociais primitivas ou originárias, marcando um ponto crucial na história antropológica.

  1. O MITO DA PROMISCUIDADE PRIMITIVA

Para podermos enfatizar melhor o segmento que deu os estudos relacionados a sexualidade humana, devemos abordar características gerais sobre a escola funcionalista, a modo de compreender qual caminho que leva os representantes dessa escola a trabalhar um conceito melhor sobre o tema. As ideias centrais do Funcionalismo se motivavam a estudar a sociedade como um sistema integrado e coerente de relações sociais, ou seja, “tudo está onde deve estar e como está”. Agora, o relativismo cultural é deixado de lado, pois a Europa deixa de ser o ponto central como o mais alto grau de civilização, e começa-se a observar a lógica dentro da própria sociedade. O Funcionalismo ainda sustenta que cada cultura deve satisfazer às necessidades de quem a vive.

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