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Pacificar Pra Quem?

Por:   •  27/4/2016  •  Dissertação  •  587 Palavras (3 Páginas)  •  90 Visualizações

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Pacificar pra quem?

Para além dos sinônimos da palavra pacificar: aliviar, atenuar, harmonizar; O que se tem por trás das UPPs? Não podemos deixar de discutir a relação de território e pacificação sem citar, a política da cidade partida, que acaba sendo evidenciada nas novas políticas públicas. A pacificação vem muito ligada ao fato do Rio de Janeiro sediar grandes eventos, próximos uns dos outros. Se o termo é pacificar, significa que nos encontramos em uma guerra, e essa guerra contra a violência e o tráfico tem seus dias contados com a ocupação desses territórios.

O termo cidade partida vem sendo utilizado há bastante tempo e se refere as diferenças territoriais, a cidade do Rio é historicamente cheia de contrastes sociais, e a favela é quase que em todas as vezes associada á violência, então temos uma cidade dividida entre morro e asfalto, onde a sua origem diz mais de você do que você mesmo, então aí há a relação de se ocupar o território onde a lei não está presente, teoricamente, o território vem associado há problema, logo deve se separa-lo do restante, daí a reforma urbana.

O Rio vem sediando grandes eventos no país, trazendo grandes investimentos e possibilitando uma forte representação midiática. O que podemos observar junto a este fato e fazer uma rápida associação é que houve um esvaziamento da zona sul, BRT a integração, a ocupação dos territórios próximos aos locais da realização de grandes eventos também pode ser verificado, há um grande corredor sendo feito, um cordão de proteção ao entorno da classe mais alta. A associação evidente desse fato é que o território ocupado é em torno dos bairros estratégicos, o território a ser pacificado está sempre ligado a esse fator, seja para “inglês ver” ou para óbvios fins lucrativos.

Se vivemos em uma guerra urbana, onde a violência assusta e é escandalosa, cria-se uma política de pacificação, onde naturalmente o foco seria combatido, surpreende a todos que isso não ocorra, afinal se o tráfico é o algoz das favelas carioca como que um projeto de ocupação desses territórios não o reprima eficazmente, afinal estamos em guerra ao tráfico ou não? A UPP vai levar a PAZ às comunidades, possibilitar o ir e vir das pessoas, o que ficou claro é que a força policial se faz presente, o tráfico continua, e a “guerra” agora é outra.

A função comercial do tráfico é ainda mais forte, diria que até com mais segurança, a história da comunidade é confundida com a tal pacificação onde a memória cultural é reafirmada sempre que possível pelos moradores, o território agora é demarcado pelas UPPS, sigla que como estudamos é sempre difundido pelo governo, assim como SMH, como P.R, da mesma maneira valoriza uma área, causando especulação imobiliária com uma falsa sensação de segurança.

Em suma o fato de pacificar um território remete a uma forma de reapropriação, de tomada de posse, de querer de alguma maneira gerir aquela área, na verdade é o que realmente ocorre, de maneira que o interesse social fica em segundo plano, e os interesses públicos se evidenciam sempre de alguma maneira. E o conflito existente deixa de ser o obvio e passa a ser outro. Possibilita então a reflexão de pacificar pra quem, que território é esse em guerra, que guerra é essa? Qual a finalidade dela e a quem ela realmente

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