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Projeto arte escola

Por:   •  15/9/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.187 Palavras (9 Páginas)  •  554 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

SEAD - UFSCAR

GISELE AMATI CANEVAROLLO

IMPLEMENTAÇÃO PEDAGÓGICA DE UMA ABORDAGEM A PARTIR DAS DIFERENÇAS: GÊNERO – DESCONSTRUÇÃO DE PRECONCEITOS ACERCA DO COMPORTAMENTO DE MENINOS E MENINAS

BARRETOS-SP

2013

GISELE AMATI CANEVAROLLO

PROJETO FINAL

GÊNERO – DESCONSTRUÇÃO DE PRECONCEITOS ACERCA DO COMPORTAMENTO DE MENINOS E MENINAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção da certificação de aperfeiçoamento no curso de extensão em Gênero e Diversidade na Escola-GDE, na modalidade à distância, da Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR.

                                                                                           Profª. Tutora Andrea de Carvalho Zichia.

BARRETOS-SP

2013

  1. Objetivos pretendidos com a proposta

"Chegamos nus ao mundo homens e mulheres, mas logo somos adornados não apenas com roupas, mas com roupas metafóricas dos códigos morais, das proibições e dos sistemas de valores que unem a disciplina aos desejos, a polidez ao policiamento” (PORTER, apud FRAGA, 1999).

Os homens, constituintes e ao mesmo tempo oriundos de uma sociedade, são frutos de uma determinada cultura, por meio da qual são construídas experiências e identidades, a partir da interação com outras pessoas do grupo com o qual convivem, dos valores institucionalizados pela família, igreja e escola e de todos os grupos que ensinam, orientam e controlam por meio da convivência.

As crenças incutidas na sociedade são a base de direcionamento dos pensamentos, ideias e atitudes das pessoas, que definem o que pode ou não a cada um, de acordo com o que é considerado “certo” ou “errado” pela sociedade. Elas podem ser positivas quando proporcionam bons frutos, mas podem se tornar negativas quando prejudicam alguém de alguma forma.

Gênero é um saber que estabelece significados para as diferenças corporais. Esses significados variam de acordo com as culturas, os grupos sociais e no tempo, já que nada no corpo, incluídos aí os órgãos reprodutivos femininos, determina univocamente como a divisão social será definida. (Scott, 2009, p. 12-13).

No texto “Marcas da diferença no ensino escolar”, Beleli (2010) traz a importância do papel dos (as) educadores (as) com relação a não reprodução das desigualdades sociais dentro da escola, de forma a não enfatizar as diferenças entre meninos e meninas, como padrões ideais para se obter sucesso e respeito social. 

Essas hierarquias podem e devem ser desconstruídas pelos educadores se perguntando como as marcas corporais dizem o quê, ou quem, são os sujeitos?; como o fato de ser do sexo feminino ou masculino, negro ou branco, pobre ou rico define as identidades das pessoas?; ou, ainda, como se chega ao imaginário de que feminino, negro e pobre são menos valorizados pela sociedade? (Beleli, 2010, p. 52).

Baseando-se em experiências pessoais, foi possível perceber que, dentro do ensino fundamental II (do 6º ao 9º ano, ou 5ª a 8ª série), no 6º ano, os (as) alunos (as) mostram-se em uma fase mais conflituosa, com relação aos comportamentos de meninos e meninas que transgridem os padrões desejados pela sociedade, como o fato do menino que deve ser “durão”, andar firme, jogar futebol, e de maneira alguma pode ser delicado, ter um andar mais delicado, não gostar de futebol, entre outras coisas. Já as meninas devem ser muito delicadas, não podem gostar de jogar futebol porque é um esporte considerado “bruto” para a delicadeza esperada das meninas, entre outras características.

Partindo dessa problemática e envolvendo o conceito esperado de Gênero, citar a definição esperada, pela sociedade, este projeto pretende trabalhar com os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, a fim de lhes proporcionar uma reflexão mais aprofundada sobre o tema por meio do filme “Se eu fosse você”, com o objetivo geral de desconstruir os preconceitos acerca dos comportamentos de meninos e meninas. É visando à interação dos alunos por meio de debates e experiências pessoais que se pretende aliviar a tensão e o sofrimento daqueles (as) que não atendem aos padrões desejados pela sociedade, por meio da compreensão e da aceitação do “diferente” como “normal”.

  1. Descrição

A proposta consiste em realizar algumas atividades visando alcançar o objetivo geral, previamente definido. As atividades terão duração de 10 aulas, detalhadas abaixo.

Primeiramente, será assistido ao filme “Se eu fosse você”[1], que trata-se de um grande sucesso dirigido por Daniel Filho, o qual foi bem produzido, e conta uma história simples e comum de um casal que de repente troca de corpo; o marido assume o corpo da mulher e a esposa o do marido. Os personagens principais são representados por Glória Pires e Tony Ramos.

Após, será solicitado aos (às) alunos (as) que se unam em grupo, contendo no máximo cinco integrantes, para a elaboração de um texto, em que devem destacar os momentos considerados divertidos do filme, assim como o que é considerado diferente ou estranho por eles (as). Além da indicação da cena, deverão mencionar a razão da respectiva seleção.

Cada grupo deverá expor de maneira simplificada suas conclusões sobre o filme. Para isso, com o intuito de tornar a atividade mais espontânea e descontraída, a sala será disposta em um círculo ou, se possível, essa etapa da atividade pode ser desenvolvida em um outro ambiente, como no pátio, na quadra, na biblioteca ou embaixo de uma árvore. Após a exposição da turma, será desenvolvido um debate sobre pontos específicos do filme, como as destacadas abaixo, em uma linguagem adequada ao 6º ano, buscando desenvolver reflexões.

O filme destaca-se devido à ruptura com a tradição, na qual, os protagonistas, esposa e marido, ao trocarem de corpo, cada um deve viver de acordo com o que a sociedade espera do outro. Isso causa um grande estranhamento vivido por eles e pelos telespectadores, o que também cria o humor. Exemplo disso, reflete-se na cena em que Glória Pires representa o seu marido e tem que usar um vestido apertado, para “ficar bela”, e salto alto; o desconforto é muito bem representado. Esse estranhamento propicia o humor nesse filme, uma vez que rompe com os padrões esperados e valorizados pela sociedade, ideia que se fundamenta nas palavras de Guacira Louro (2008) quando diz que:

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