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RESENHA CRÍTICA: A Natureza do Interacionemos Simbólico

Por:   •  28/6/2022  •  Resenha  •  1.593 Palavras (7 Páginas)  •  82 Visualizações

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BLUMER, H. A natureza do interacionismo simbólico. In: MORTENSEN, C. Teoria da comunicação: textos básicos. São Paulo: Mosaico, 1980.

Herbert Blumer (1900-1987) sociólogo e psicólogo americano que definiu o termo “interacionismo simbólico”, processo de relação entre os indivíduos e grupos da sociedade permeado por relações simbólicas, como fruto de seu trabalho no campo da sociologia e métodos de pesquisa social.

No texto abordado, o autor entende o interacionismo simbólico a partir de três premissas. A primeira, que os seres humanos agem em relação ao mundo baseando-se nos significados que este lhes oferece. Ou seja, abrangem tudo que seja objeto de sua observação: coisas, pessoas, ideais, instituições, atividades alheias etc. A segunda premissa consiste no fato desses significados advirem da própria interação social. E a terceira, tais significados são manipulados ou modificados por um processo interpretativo utilizados nas relações entre as pessoas e os elementos.

Destaca ainda que a primeira premissa é constantemente ignorada em praticamente todo o pensamento e pesquisas das ciências sociais e psicológicas contemporâneas. O significado ou é aceito tacitamente como ponto pacífico ou considerado como mero elo neutro entre os fatores responsáveis pelo comportamento humano.

A tendência de considerar o comportamento humano como produto de inúmeros fatores que agem sobre o homem é comum a esses dois campos do conhecimento. Assim, os psicólogos voltam sua atenção para estímulos, atitudes, motivos conscientes ou inconscientes, diversos tipos de inputs psicológicos, percepção e cognição e inúmeros aspectos da organização pessoal, para explicar determinadas formas ou situações da conduta humana. De maneira semelhante, os sociólogos baseiam-se na posição social, necessidades de status, papéis sociais, prescrições culturais, normas e valores, pressões sociais e associação em grupos para fornecer explicações.

A posição do interacionismo simbólico, destaca o autor, é a de que os significados proporcionados pelos elementos ao homem são intrinsecamente fundamentais. Segundo essa perspectiva, ignorar o significado dos elementos com que os seres humanos se relacionam é falsificar o comportamento que se analisa. A simples premissa de que o homem se relaciona com o mundo de acordo com o significado deste é por si simples demais para caracterizar o interacionismo simbólico.

A principal diferença é determinada pela segunda premissa, referente à fonte de significado, que possui duas maneiras tradicionais e conhecidas de explicar sua origem. Uma delas consiste em considerá-lo intrínseco ao elemento que o contém e parte natural da estrutura objetiva deste.

O significado emana do elemento, e, como tal, não se verifica nenhum processo em sua formação; tudo o que se necessita é identificar o significado contido no elemento.

O significado nada mais é que uma expressão dos fatores psicológicos específicos trazidos à baila, relativos à percepção do elemento. Verifica-se essa postura crítica no costume psicológico

clássico e algo antigo em que se analisa o significado de um objeto identificando as sensações envolvidas na percepção deste ou no hábito contemporâneo de associar o significado de um elemento à atitude do indivíduo que o observa.

A terceira premissa distingue o interacionismo simbólico, pois, ao passo que o significado dos elementos é constituído no contexto de interação social e é originado pelo indivíduo a partir dessa mesma interação, representa um erro pensar que o uso do significado por uma pessoa nada mais é que uma aplicação do significado de tal sorte originado. Deve-se levar sempre em

consideração que os significados desempenham seu papel na ação por intermédio de um processo de auto-interação.

Natureza da sociedade humana ou coexistência grupal humana

Nesse item, ressalta que os grupos humanos são constituídos por seres humanos em ação, e que o agir compreende a infinidade de atividades que os indivíduos desempenham no decurso de toda a sua existência ao entrarem em contato uns com os outros e ao lidarem com as sucessivas situações que enfrentam. As atividades pertencem aos indivíduos agentes e são por estes realizadas sempre no tocante às situações em que devem agir. Esta imagem da sociedade humana deve representar o ponto de partida (assim como o ponto de chegada) de qualquer sistematização que se propõe considerar e analisar a sociedade humana empiricamente.

É este complexo de atividades ininterruptas que determina e representa uma estrutura ou organização. O fato de qualquer sistematização da sociedade humana confeccionada. empiricamente, embora derivada, dever levar em consideração que a sociedade humana é constituída, basicamente, de pessoas empenhadas em agir. Para se tornar empiricamente válida, a sistematização deve estar de acordo com a natureza da ação social do homem.

Natureza da interação social

A vida em grupo pressupõe, necessariamente, uma interação entre seus membros, ou, em outras palavras, uma sociedade é constituída de indivíduos que interagem uns com os outros. Suas atividades ocorrem predominantemente umas em reação às outras, ou umas em relação às outras. Muito embora isso seja reconhecido quase universalmente nas definições de sociedade humana, a interação social é normalmente aceita como ponto pacífico e encarada como se não possuísse qualquer importância em sí.

A sistematização sociológica típica atribui o comportamento a fatores como posição social, prescrições culturais, normas, valores, sanções, necessidades de papel e exigências do sistema social; as explicações relativas a tais fatores bastam-se a si mesmas, sem levar em conta a interação social que seu desempenho necessariamente pressupõe.

A interação simbólica não apenas recebe de braços abertos o processo interativo social como também o considera de vital importância per se. Seu valor reside no fato de constituir um processo que forma o comportamento, ao invés de equivaler simplesmente a um meio ou contexto para a expressão ou liberação da conduta humana.

A natureza dos objetos

O interacionismo simbólico defende a hipótese de que os “universos” acessíveis aos seres humanos e seus grupos compõem-se de “objetos”, e que estes são o produto da interação simbólica. Entende-se por objeto tudo que for passível de ser indicado, evidenciado ou referido

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