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RESUMO DO CAPITULO “CULTURA E IDENTIDADE” DO LIVRO “NOÇÃO DE CULTURA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS” DE DENYS CUCHE

Por:   •  18/7/2019  •  Resenha  •  1.569 Palavras (7 Páginas)  •  990 Visualizações

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RESUMO DO CAPITULO “CULTURA E IDENTIDADE” DO LIVRO “NOÇÃO DE

CULTURA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS” DE DENYS CUCHE

No capítulo seis do livro “A noção de cultura nas ciências sociais”, Denys Cuche irá

abordar a questão da identidade. Ele inicia o capítulo dizendo que o seu uso é cada vez mais

frequente e aponta que o uso deste termo é o efeito de uma verdadeira moda que está, em

grande parte, desprendida do desenvolvimento da pesquisa científica.

No contexto do enfraquecimento do modelo de Estado-nação, da extensão da

integração política supranacional e da globalização da economia, há o desejo de ligar as

interrogações da identidade com a cultura. É comum ver as crises culturais como sendo crises

de identidade. Atualmente, a moda envolvida com a identidade é referente à exaltação da

diferença que surgiu nos anos 70 e, consequentemente, levou a tendências ideológicas

diversas, até mesmo em oposição a sociedade multicultural.

Apesar dos conceitos de cultura e identidade estarem estreitamente ligados, não é

possível confundi-los. De acordo com as ciências sociais, essa segunda noção é caracterizada

por sua polissemia e fluidez, com isso, apesar do seu surgimento recente, já existem diversas

definições e conceitos. Um exemplo se situa nos Estados Unidos da década de cinquenta, essa

ideia de identidade cultural foi conceituada para ser utilizada como um mecanismo para

analisar a questão dos imigrantes na sociedade. Dessa forma, era concebida como imutável e

determinante na conduta dos indivíduos.

Para a psicologia social, a identidade permite analisar a articulação do psicológico e

do social em um indivíduo, resultado das interações deste com o ambiente social. Nessa

perspectiva, uma característica importante é que, por meio da identidade, é possível que uma

pessoa se identifique com outras e consiga se localizar no meio social e seja localizado.

Entretanto, a identidade social não se refere somente aos indivíduos, como também de

grupos, já que todo grupo é dotado de identidade própria. Essa, ao mesmo tempo que inclui

os seus semelhantes, ela exclui os que são distintos. Dessa forma, nesse ponto de vista, a

identidade cultural categoriza as diferenças culturais.

Como foi dito anteriormente, as concepções de cultura e identidade cultural estão

estreitamente relacionadas. Com isso, aqueles que veem a cultura como sendo parte de uma

herança, de algo que não se pode escapar, conceberia da mesma forma a identidade como

algo eu definiria um indivíduo para sempre e que o marcaria para sempre. Isto é, a origem de cada ser seria aquilo que o definiria de forma autentica e a identidade seria preexistente ao

indivíduo que não teria uma alternativa a não ser aderi-la, pois senão poderia se tornar um

marginal. Assim, a identidade é vista como algo que é impossibilitada de evoluir e sobre a

qual os indivíduos não tem nenhuma influência.

Conclui-se, então que essa problemática envolvendo a origem à identidade cultural

pode levar a uma racialização, já que nessa concepção a identidade está quase inscrita no

patrimônio genético, é vista como inata. O indivíduo ao nascer já possui os elementos da

identidade étnica e cultural, ou seja, essa é concebida como estável e definitiva.

Em adição, o autor traz a abordagem culturalista que, apesar de obter resultados

semelhantes, ela enfatiza a herança cultural em detrimento da herança biológica. Segundo

esta abordagem, o individuo interioriza os elementos culturais até o ponto de se identificar

com o seu grupo de origem. Da mesma forma que a abordagem biológica, a identidade é

definida como preexistente ao indivíduo. Desse modo, os pesquisadores tentarão listar os

atributos culturais que servem de base para a identidade coletiva e, assim, determinarão as

invariantes culturais que permitem definir a essência do grupo, ou seja, o que é invariável.

Outras teorias de identidade cultura, chamadas de primordialistas, consideram a

identidade etno-cultural primordial pois a vinculação ao grupo étnico é a primeira e a mais

importante de todas as vinculações sociais, já que são baseados em uma genealogia em

comum. Acreditam que no grupo étnico que se partilham as emoções mais profundas e

estruturantes. Assim, a identidade cultural é vista como uma propriedade essencial inerente

ao grupo pois é transmitida por ele e no seu interior. Nessa concepção, a identificação é

automática, tudo já estava estabelecido desde o seu começo.

Essas teorias são definidas como objetivas em relação à identificação cultural, ou seja,

nelas a identidade é descrita a partir de certos critérios determinantes, considerados como

“objetivos”, como o autor exemplifica: a língua, a cultura, a religião, a psicologia coletiva.

Sem esses, o grupo não pode construir um grupo etno-cultural, não pode reivindicar uma

identidade cultural autêntico.

Para criticar essas concepções, existe a visão subjetivista do fenômeno da identidade.

Para eles, a identidade não é recebida definitivamente, pois se encarar o fenômeno dessa

forma, ele é considerado estático que remete a uma coletividade definida de maneira

invariável. Assim, consideravam a identidade etno-cultural como um sentimento devinculação ou uma identificação a uma coletividade imaginária em maior o menor grau. Isto

é, o importante são as representações e os vínculos que os indivíduos fazem da realidade

social e de suas divisões. Essa visão é levada ao extremo quando define a identidade como

algo que é escolhido de forma individual e arbitrária. Em conclusão, os analistas subjetivistas

consideravam a identidade como sendo variável, apesar de enfatizar o aspecto efêmero dessa.

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