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Resenha Crítica sobre o Documentário: O Mundo Global Visto do Lado de Cá

Por:   •  4/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  950 Visualizações

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    COLÉGIO MILITAR TIRADENTES - PMDF

AED DOUGLAS

RESENHA CRÍTICA

O MUNDO GLOBAL VISTO DO LADO DE CÁ

Brasília - DF

2018

Documentário: O Mundo Global Vista do lado de Cá

 O documentário foi produzido pelo cineasta Silvio Tendler e foi baseado nas ideias do Geógrafo e intelectual Milton Santos. A presença de defesa aos parâmetros de ideologias socialistas são bem presentes no conjunto de ideias do documentário, pois além da crítica muito presente ao sistema econômico capitalista é notável a presença de aspectos com total compatibilidade com o Manifesto Comunista, de Karl Marx.

 A abordagem principal remete as marcas deixadas pela Globalização. Com ela, foi feito um parâmetro de comparação com a colonização e concluiu que, segundo seus ideais, as mesmas possuem as mesmas finalidades: administrar, explorar e enriquecer às custas dos pobres, e a partir disso, dizimar povos e culturas. Porém, ao meu ponto de vista a globalização enriquece todas as culturas, pois mesmo com os prejuízos causados pela implantação, facilitou meios de comunicação, transmissão de informações, com isso fez com que o interesse pelas várias culturas desconhecidas ficasse cada vez maior. A globalização é um grande salto para o enriquecimento das culturas, pois proporciona a pessoas que não conhecem, e que podem passar a praticar. A globalização pode ser: religiosa, cultural, tecnológica e até mesmo cultural.

 O documentário apresenta grande crítica às privatizações, partindo do ponto que as privatizações são algo ruim e de cunho explorador das classes mais pobres, segundo seu viés ideológico. Porém a questão é: em um país capitalista, um monopólio é ruim, pois se apenas um empresário possui um determinado produto, não terá concorrência e com isso ele irá cobrar o valor que o bem entender, sendo um preço honesto ou desonesto. E é isso que acontece no Brasil, pois, usando a estatal Petrobrás como exemplo: sabe-se , que o brasileiro paga uma das gasolinas mais caras do mundo inteiro, pois já que não há concorrência, o cidadão acaba ficando preso ao preço absurdo do combustível que é fornecido apenas pela Petrobrás, que age como um gigante monopólio dentro do país, além da corrupção causada por servidores públicos que geraram um rombo fiscal de mais de 41 bilhões de reais quase levando a empresa a falência.

 A  questão de movimentos reivindicando a desprivatização de empresas em diversos países foi abordada no documentário como algo bom, porém, ao meu ponto de vista, foram grupos com vieses ideológicos compatíveis que lutaram por ideais em comum com integrantes que caíram em falácias de pessoas que não tinham conhecimento prévio sobre economia e queriam adotar medidas falhas de economia. Um exemplo desses movimentos foi “O Petróleo é Nosso” na Era Vargas.

 Ele faz grande crítica à presença da desigualdade social que, segundo seus ideais, é causada por imposições exploratórias dos países mais desenvolvidos sobre os sub-desenvolvidos, porém essa é uma afirmação pobre em recursos e é possível se utilizar um exemplo claro e que serve para praticamente todos os países que foram colonizados pelos europeus. Após um grande período de exploração europeia, os países ditos sub-desenvolvidos, após um grande processo de luta pela independência, a conquistaram e todos os poderes econômicos individuais foram distribuídos conforme as formas de governo que foram atribuídas à cada um dos países. Mas afinal, porque os países sub-desenvolvidos continuam pobres? Para isso irei citar alguns países da África como exemplo:

Por que a África continua tão pobre? Corrupção, baixos níveis de educação, exploração de todos os tipos - todas respostas-clichê. Podemos confiar nelas? Mais ainda, podemos utilizá-las, hoje ainda, como explicação para a desgraça africana?

Não.

E a razão é simples: basta comparar índices econômicos de países da África subsaariana com os do sudeste asiático para perceber-se que os argumentos tradicionais, usados ainda por muitos, já não cabem - quando muito, são acessórios.

Indonésia e Nigéria, nos anos 1980, disputavam tapa a tapa o posto de país mais corrupto do mundo. A Tailândia deixava no quesito pouco a desejar: ocupava com frequência a terceira colocação mundial. O PIB per capita das duas regiões de que esses países provém era similar nos anos 80, após décadas de retaguarda mantida pelo sudeste da Ásia. Hoje, porém, a situação inverteu-se e de uma forma extraordinária: enquanto nessa região da Ásia o PIB per capita médio por habitante já ultrapassa os 1.400 dólares, na África subsaariana o PIB não chega a 600 dólares em média - índice menor do que a média da primeira metade dos anos 70 na região!

O jornal holandês NRC Next de hoje traz uma interessante matéria comparando as duas regiões do planeta, tão semelhantes três décadas atrás em termos econômicos, hoje tão discrepantes. E vaticina: a chave da Ásia foi o investimento em agricultura.

Nada de teoria da dependência, nada de exploração dos países industrializados sobre os produtores de commodities. A dura realidade para quem defendeu uma vida inteira industrialização e substituição de importados como rota para o desenvolvimento é ter de admitir que as coisas são muito mais simples do que aparentam.

Enquanto a Nigéria, país africano mais populoso e dono da décima reserva de petróleo do mundo, construía gigantescas fábricas de aço que nunca produziram um grama do produto, a Indonésia investia na produção agrícola de sua população, milenarmente apta - primeiro, investiu com ajuda externa; depois, com dinheiro da sua produção petrolífera, menor do que a nigeriana mas também de monta. Havia, ainda, um componente político muito forte, como também destaca a publicação: no sudoeste asiático surgiam grandes pressões sobre os governos a partir de movimentos comunistas que ameaçavam tomar o poder central, o que fez com que, em busca de apoio no campo, os governos investissem mais por ali.

De 1968 a 1985, os retornos financeiros por hectare de arroz plantado na Indonésia elevaram-se em 80%, e o país que importava o alimento nos anos 60 tornava-se autossuficiente em 1984. Vietnã, Tailândia  e Malásia seguiram os passos da Indonésia. Enquanto isso, na África, o governo nigeriano continuava investindo pesadamente o dinheiro do petróleo na industrialização enquanto, na área agrícola, repassava subsídio a apenas uma elite de 3% dos produtores, aqueles mais próximos do governo, logicamente, gerando ainda mais distorção no mercado.

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