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Resenha Durkheim

Por:   •  21/8/2017  •  Resenha  •  1.258 Palavras (6 Páginas)  •  319 Visualizações

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Otávio Fagundes NºUSP 8520078

Resenha Texto 5 Quintaneiro – Émile Durkheim

Émile Durkheim foi um dos principais pensadores que contribuiu para a consolidação da sociologia como ciência empírica e para sua consolidação no meio acadêmico. As referenciais utilizadas para situar seus pensamentos vão desde as revoluções a um repertorio vasto de ideias, como a crença de que a humanidade segue um caminho de progresso gradual, ou lei do progresso.

A Sociologia pode ser definida, de acordo com Durkheim, como uma ciência das instituições, de sua gênese e de seu funcionamento, a ciência de toda crença ou todo comportamento instituído pela coletividade. À essa esfera do conhecimento, Durkheim delimitou como seu objeto de estudo os fatos sociais.

O fato social é algo externo a qualquer membro da sociedade que exerça sobre suas vidas uma certa autoridade que os leva a agir, pensar e sentir de determinada maneira. Na perspectiva de Durkheim, a sociedade não é resultado da soma de todos os indivíduos que a compõem, um grupo pode possuir uma mentalidade não idêntica aos indivíduos como um todo e os estados de consciência coletiva são distintos dos estados de consciência individual. Para comprovar o caráter externo dos modos de agir, pensar e sentir, o autor argumentava que estes devem ser internalizados através de processos educativos.

As representações coletivas fazem parte das expressões do fato social, compreendem os modos como a sociedade se vê e como vê o mundo ao seu redor, através de crenças, mitos, ideais religiosos, padrões de beleza e estética, ideias de justiça e bondade, crenças morais, entre outros.

Podemos dizer que o método sociológico de Durkheim apresenta algumas ideias centrais, que percorrem toda a extensão de sua visão sociológica. A contraposição ao conhecimento filosófico da sociedade: A filosofia possui um método dedutivo de conhecimento, que parte da tentativa de explicar a sociedade a partir do conhecimento da natureza humana. Ou seja, para os filósofos o conhecimento da sociedade pode ser feito a partir de dentro, do conhecimento da natureza do indivíduo. Como a sociedade é formada pelos indivíduos, a filosofia tem a prática de explicar a sociedade e os fatos sociais como uma expressão comum destes indivíduos.

De outro lado, se existe uma natureza individual que se expressa coletivamente na organização social, então pode-se dizer que a história da humanidade tem um sentido, que deve ser a contínua busca de expressão desta natureza humana. Para Adam Smith, por exemplo, dado que o homem é, por natureza, egoísta, motivado por fatores econômicos e propenso às trocas, a sociedade de livre mercado seria a plena realização desta natureza. Para Hegel, a história da humanidade tendia a crescentemente afirmar o espírito humano da individuação e da liberdade. Para Marx, a história da sociedade era a história da dominação e da luta de classes, e a tendência seria a afirmação histórica, por meio de sucessivas revoluções, da liberdade humana e da igualdade, por meio do socialismo. Para Durkheim, estas concepções eram insuportáveis, pois eram deduções e não tinham validade científica, eram crenças fundamentadas em concepções a respeito da natureza humana. Durkheim acreditava que o conhecimento dos fatos sociológicos deve vir de fora, da observação empírica dos fatos.

Os fenômenos sociais são exteriores aos indivíduos: a sociedade não seria simplesmente a realização da natureza humana, mas, ao contrário, aquilo que é considerado natureza humana é, na verdade, produto da própria sociedade. Os fenômenos sociais são considerados por Durkheim como exteriores aos indivíduos, e devem ser conhecidos não por meio psicológico, pela busca das razões internas aos indivíduos, mas sim externamente a ele na própria sociedade e na interação dos fatos sociais. Fazendo uma analogia com a biologia, a vida, para Durkheim, seria uma síntese, um todo maior do que a soma das partes, da mesma forma que a sociedade é uma síntese de indivíduos que produz fenômenos diferentes dos que ocorrem nas consciências individuais isto justificaria a diferença entre a sociologia e a psicologia.

Os fatos sociais são uma realidade objetiva: ou seja, para Durkheim, os fatos sociais possuem uma realidade objetiva e, portanto, são passíveis de observação externa. Devem, desta forma, ser tratados como "coisas". O grupo e a consciência do grupo exercem coerção sobre o indivíduo: Durkheim inverte a visão filosófica de que a sociedade é a realização de consciências individuais. Para ele, as consciências individuais são formadas pela sociedade por meio da coerção. A formação do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas, princípios morais, religiosos, éticos, de comportamento, etc. que balizam a conduta do indivíduo na sociedade. Portanto, o homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela.

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